SOS Brutalismo: A campanha pelo resgate dos "monstros de cimento"
Jorge González.
Berlim, 10 mai (EFE).- A campanha #SOSBrutalism, organizada pelo Museu Alemão de Arquitetura (DAM) e pela fundação Wüstenrot, já reuniu cerca de 900 exemplos deste estilo arquitetônico para tentar salvar grandes "monstros de cimento" da demolição ou das ruínas.
O brutalismo, movimento que teve viveu seu auge entre os anos 50 e 70 e se baseou na utilização de grandes estruturas de concreto aparente, conta com exemplos no mundo todo.
"Queremos que seja apreciado e que volte a ser reconhecido", explicou à Agência Efe o curador do Museu Alemão de Arquitetura de Frankfurt Oliver Elser, para explicar a base de dados criada nesse centro com exemplos de todos os continentes.
A Espanha tem um prédio significativo e ao mesmo tempo excepcional em seu panorama arquitetônico, o icônico Torres Blancas, em Madri, obra de Francisco Javier Sáenz de Oiza.
"Torres Blancas é um dos exemplos mais famosos e também uma exceção", analisou Elser, lembrando que durante a ditadura do general Francisco Franco o brutalismo "coincidiu com outros estilos contemporâneos".
De acordo com o curador, a relevância desta corrente ganhou força em toda a América, principalmente em países como Brasil - com destaques para a Escola Paulista, além de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer em Brasília -, Argentina e Cuba.
A importância do brutalismo na América Latina, lamentou Elser, é muitas vezes "subestimada", embora ofereça grande quantidade de obras relevantes, "variadas e pioneiras".
Edifícios notáveis como a faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (USP); o Banco de Londres (hoje Banco Hipotecário Nacional) em Buenos Aires; a embaixada russa em Havana e a sede da Seguridade Social na Costa Rica comprovam a grande influência desse movimento em terras americanas.
A base de dados também reúne vários exemplos relativamente desconhecidos e com grande diversidade de uso, como a Faculdade de Artes da Pontifícia Universidade Javeriana em Bogotá, o Templo da Pátria em Quito, o edifício Helicoide em Caracas e o Heroico Colégio Militar na Cidade do México.
A campanha a favor do brutalismo foca principalmente nas redes sociais. Com a hashtag #SOSBrutalism, qualquer usuário pode compartilhar exemplos de arquitetura brutalista por plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, Tumblr e Pinterest.
"A iniciativa está tendo muito sucesso, pessoas do mundo todo enviam fotos", destacou Elser, que comemorou as centenas de imagens já indicadas pela população.
O projeto também revela "materiais inéditos" enviados pelos arquitetos e seus descendentes, agradecidos pela volta do interesse em suas obras.
Todas as fotografias são apresentadas no site www.sosbrutalism.org, onde são classificadas por regiões geográficas, utilidade do edifício e estado de conservação: de "em perigo" a "demolido", passando por "fora de perigo".
O ponto alto desta campanha, que começou em 2015, será uma exposição em Frankfurt, no Museu Alemão de Arquitetura, em março do ano que vem.
Esta iniciativa retoma e se relaciona outra ação (www.brutalismus.de) feita em Berlim em maio de 2012, quando a fundação Wüstenrot organizou junto ao Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT) um simpósio para abordar as ameaças - principalmente propostas de demolição e risco de ruína - de diversas obras do brutalismo.
Berlim, 10 mai (EFE).- A campanha #SOSBrutalism, organizada pelo Museu Alemão de Arquitetura (DAM) e pela fundação Wüstenrot, já reuniu cerca de 900 exemplos deste estilo arquitetônico para tentar salvar grandes "monstros de cimento" da demolição ou das ruínas.
O brutalismo, movimento que teve viveu seu auge entre os anos 50 e 70 e se baseou na utilização de grandes estruturas de concreto aparente, conta com exemplos no mundo todo.
"Queremos que seja apreciado e que volte a ser reconhecido", explicou à Agência Efe o curador do Museu Alemão de Arquitetura de Frankfurt Oliver Elser, para explicar a base de dados criada nesse centro com exemplos de todos os continentes.
A Espanha tem um prédio significativo e ao mesmo tempo excepcional em seu panorama arquitetônico, o icônico Torres Blancas, em Madri, obra de Francisco Javier Sáenz de Oiza.
"Torres Blancas é um dos exemplos mais famosos e também uma exceção", analisou Elser, lembrando que durante a ditadura do general Francisco Franco o brutalismo "coincidiu com outros estilos contemporâneos".
De acordo com o curador, a relevância desta corrente ganhou força em toda a América, principalmente em países como Brasil - com destaques para a Escola Paulista, além de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer em Brasília -, Argentina e Cuba.
A importância do brutalismo na América Latina, lamentou Elser, é muitas vezes "subestimada", embora ofereça grande quantidade de obras relevantes, "variadas e pioneiras".
Edifícios notáveis como a faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo (USP); o Banco de Londres (hoje Banco Hipotecário Nacional) em Buenos Aires; a embaixada russa em Havana e a sede da Seguridade Social na Costa Rica comprovam a grande influência desse movimento em terras americanas.
A base de dados também reúne vários exemplos relativamente desconhecidos e com grande diversidade de uso, como a Faculdade de Artes da Pontifícia Universidade Javeriana em Bogotá, o Templo da Pátria em Quito, o edifício Helicoide em Caracas e o Heroico Colégio Militar na Cidade do México.
A campanha a favor do brutalismo foca principalmente nas redes sociais. Com a hashtag #SOSBrutalism, qualquer usuário pode compartilhar exemplos de arquitetura brutalista por plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, Tumblr e Pinterest.
"A iniciativa está tendo muito sucesso, pessoas do mundo todo enviam fotos", destacou Elser, que comemorou as centenas de imagens já indicadas pela população.
O projeto também revela "materiais inéditos" enviados pelos arquitetos e seus descendentes, agradecidos pela volta do interesse em suas obras.
Todas as fotografias são apresentadas no site www.sosbrutalism.org, onde são classificadas por regiões geográficas, utilidade do edifício e estado de conservação: de "em perigo" a "demolido", passando por "fora de perigo".
O ponto alto desta campanha, que começou em 2015, será uma exposição em Frankfurt, no Museu Alemão de Arquitetura, em março do ano que vem.
Esta iniciativa retoma e se relaciona outra ação (www.brutalismus.de) feita em Berlim em maio de 2012, quando a fundação Wüstenrot organizou junto ao Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT) um simpósio para abordar as ameaças - principalmente propostas de demolição e risco de ruína - de diversas obras do brutalismo.
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