Cidade do Sudão do Sul proíbe lazer para combater o crime
Atem Mabior.
Juba, 3 abr (EFE).- Por conta do êxodo de jovens que deixam suas casas e viajam até Bor, capital do estado de Jonglei, no Sudão do Sul, para praticar a dança e a luta tradicionais da região, os habitantes da cidade não podem mais realizar essas atividades de lazer porque, segundo as autoridades, a emigração desprotege a região e aumenta a criminalidade.
O governo da cidade de Bor pediu aos cidadãos que estão nesta cidade praticando estas atividades de lazer tradicional que retornem a suas localidades de origem, que foram alvo recentemente de saques, roubos e sequestros.
Com isso, as autoridades pretendem que estas pessoas protejam suas aldeias, que ficaram quase sem jovens que foram em massa a Bor, após as ocorrências recentes de sequestros de crianças e roubos de vacas.
Em um decreto, o governo local assegurou que as pessoas que participam de atividades de lazer como dança e combate tradicionais correm o risco de serem castigadas com uma pena de dois anos de prisão e uma multa de 10 mil libras sul-sudanesas (cerca de R$ 710).
Um dos amadores da luta tradicional, Madol Yok, assegurou à Agência Efe que foi surpreendido por este decreto, já que, segundo ele, a participação nessas atividades não impede que essas pessoas protejam suas aldeias.
Yok declarou que os jovens se reúnem uma vez por mês em Jonglei para aprender a praticar a luta tradicional, considerada um dos rituais mais importantes do patrimônio cultural dos membros da tribo dinka que vivem nessa região.
Esta luta costuma ser praticada por comunidades de pastores e muitos jovens organizam competições onde defendem o orgulho de seus clãs.
"Apresentaremos um recurso contra o decreto das autoridades porque o esporte da luta não pode ser classificado como algo proibido", ressaltou.
)Além disso, Yok pede ao governo que "recrute os jovens para que trabalhem na polícia local e assim proporcione emprego e proteja as aldeias".
Na cidade de Bor são realizadas também a cada fim de semana festas de baile tradicional, denominada Naqara, como um espaço de encontro entre os jovens perante a escassez da oferta de lazer.
Um responsável local na comarca de Bor, Peter James, comentou à Efe que o decreto pretende encorajar os jovens para que pratiquem as atividades de lazer em seus povos, ao invés de se deslocar para fazê-las na cidade.
"O problema é que os jovens abandonam suas aldeias e vêm à cidade para buscar diversão, dança e praticar a luta. É algo que podem fazer em suas regiões de origem", salientou.
As autoridades acreditam que a permanência dos jovens em suas aldeias pode representar um escudo contra os ataques dos ladrões de gado e dos criminosos que costumam sequestrar as crianças.
O roubo das vacas e o sequestro de crianças são práticas frequentes na província de Jonglei, e as autoridades locais acusam grupos armados que dependem das tribos de pastores nueres e murles de efetuar esses atos.
As autoridades sul-sudanesas fracassaram em conter este fenômeno e em deter os membros dos grupos criminosos que os cometem, devido à propagação das armas entre os civis por causa da guerra que o país viveu nos últimos dois anos.
Juba, 3 abr (EFE).- Por conta do êxodo de jovens que deixam suas casas e viajam até Bor, capital do estado de Jonglei, no Sudão do Sul, para praticar a dança e a luta tradicionais da região, os habitantes da cidade não podem mais realizar essas atividades de lazer porque, segundo as autoridades, a emigração desprotege a região e aumenta a criminalidade.
O governo da cidade de Bor pediu aos cidadãos que estão nesta cidade praticando estas atividades de lazer tradicional que retornem a suas localidades de origem, que foram alvo recentemente de saques, roubos e sequestros.
Com isso, as autoridades pretendem que estas pessoas protejam suas aldeias, que ficaram quase sem jovens que foram em massa a Bor, após as ocorrências recentes de sequestros de crianças e roubos de vacas.
Em um decreto, o governo local assegurou que as pessoas que participam de atividades de lazer como dança e combate tradicionais correm o risco de serem castigadas com uma pena de dois anos de prisão e uma multa de 10 mil libras sul-sudanesas (cerca de R$ 710).
Um dos amadores da luta tradicional, Madol Yok, assegurou à Agência Efe que foi surpreendido por este decreto, já que, segundo ele, a participação nessas atividades não impede que essas pessoas protejam suas aldeias.
Yok declarou que os jovens se reúnem uma vez por mês em Jonglei para aprender a praticar a luta tradicional, considerada um dos rituais mais importantes do patrimônio cultural dos membros da tribo dinka que vivem nessa região.
Esta luta costuma ser praticada por comunidades de pastores e muitos jovens organizam competições onde defendem o orgulho de seus clãs.
"Apresentaremos um recurso contra o decreto das autoridades porque o esporte da luta não pode ser classificado como algo proibido", ressaltou.
)Além disso, Yok pede ao governo que "recrute os jovens para que trabalhem na polícia local e assim proporcione emprego e proteja as aldeias".
Na cidade de Bor são realizadas também a cada fim de semana festas de baile tradicional, denominada Naqara, como um espaço de encontro entre os jovens perante a escassez da oferta de lazer.
Um responsável local na comarca de Bor, Peter James, comentou à Efe que o decreto pretende encorajar os jovens para que pratiquem as atividades de lazer em seus povos, ao invés de se deslocar para fazê-las na cidade.
"O problema é que os jovens abandonam suas aldeias e vêm à cidade para buscar diversão, dança e praticar a luta. É algo que podem fazer em suas regiões de origem", salientou.
As autoridades acreditam que a permanência dos jovens em suas aldeias pode representar um escudo contra os ataques dos ladrões de gado e dos criminosos que costumam sequestrar as crianças.
O roubo das vacas e o sequestro de crianças são práticas frequentes na província de Jonglei, e as autoridades locais acusam grupos armados que dependem das tribos de pastores nueres e murles de efetuar esses atos.
As autoridades sul-sudanesas fracassaram em conter este fenômeno e em deter os membros dos grupos criminosos que os cometem, devido à propagação das armas entre os civis por causa da guerra que o país viveu nos últimos dois anos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.