Uma edição com muitos ausentes e novatos
Alicia García de Francisco.
Redação Central, 26 fev (EFE).- A 88ª edição do Oscar será marcada por grandes ausências entre os indicados, como Idris Elba para o prêmio de melhor ator e "Carol" para o de melhor filme, mas também pela presença de muitos concorrentes inéditos - entre eles Brie Larsson na categoria de melhor atriz - e por profissionais de gabarito como Ennio Morricone, de 87 anos e que ainda não faturou uma estatueta.
O gênio italiano, que compôs músicas para "A Missão" ou de "Cinema Paradiso", recebeu em 2007 um prêmio honorário, mas nenhum por um trabalho concreto, apesar de já ter sido indicado seis vezes.
Essa enorme dívida da Academia de Hollywood com um dos nomes históricos do cinema pode ser paga neste ano pelo trabalho que Morricone fez para "Os Oito Odiados", de Quentin Tarantino. E ele também pode conseguir seu Oscar, mais de 20 anos após sua primeira indicação, Leonardo DiCaprio, que é favorito por sua interpretação em "O Regresso".
Mas, além de quem persegue o prêmio há anos, esta edição conta com muitos nomes que estreiam na competição.
Nada menos que oito atores concorrem ao Oscar pela primeira vez, três deles na categoria principal: Bryan Cranston, o excêntrico químico de "Breaking Bad", pelo papel de Dalton em "Trumbo: Lista Negra"; Charlotte Rampling, por "45 anos", e a até agora desconhecida Brie Larsson, que chega como indiscutível favorita por "O Quarto de Jack".
Mark Rylance, por seu espião de "Ponte dos Espiões", chega com sua primeira indicação, como coadjuvante, da mesma forma que Tom Hardy, por "O Regresso". E na categoria similar feminina, há três novatas concorrendo ao Oscar: Jennifer Jason-Leigh, por "Os Oito Odiados"; Rachel McAdams, por "Spotlight - Segredos Revelados" e Alicia Vikander, por "A Garota Dinamarquesa".
Contra eles, há cinco nomes que já sabem o que é ganhar a estatueta dourada: Eddie Redmayne, Christian Bale, Cate Blanchett, Kate Winslet e Jennifer Lawrence, que além disso é, aos 25 anos, a artista mais jovem a somar quatro indicações em sua carreira.
Sylvester Stallone, indicado e favorito ao Oscar de melhor ator coadjuvante por "Creed: Nascido para Lutar", volta a concorrer ao prêmio após "Rocky: Um Lutador", pelo qual concorreu não só nesta categoria, como na de melhor roteiro original. Ele é o sexto ator na história indicado pelo mesmo papel em dois filmes diferentes.
Todos estes atores são de pele branca, algo que provocou polêmica e inclusive o boicote por parte de alguns rostos conhecidos do cinema, como Spike Lee e Will Smith - este último era considerado como um indicado certo por sua atuação em "Um Homem Entre Gigantes". O mesmo aconteceu com Idris Elba, com sua magnífica interpretação em "Beasts of no Nation" e que também não foi indicado.
Mas as ausências entre os potenciais premiados não são só de profissionais afro-americanos. "Perdido em Marte" recebeu sete indicações, incluindo de melhor filme, mas não de melhor diretor, e com isso Ridley Scott não teve a quarta chance de conseguir sua primeira estatueta.
Charlize Theron, embora tenha brilhado em "Mad Max: Estrada da Fúria", ficou fora da disputa. "Carol" é o grande ausente entre os candidatos a melhor filme, assim como seu diretor Todd Haynes, na categoria de melhor diretor. Já Aaron Sorkin não foi indicado por seu genial roteiro para "Steve Jobs".
"Divertida Mente" é uma joia do cinema, não somente da animação, e podecia ter sido indicado a melhor filme porque não deixa nada a desejar a muitos dos oito candidatos.
Por outro lado, se Steven Spielberg não concorre a melhor diretor por "Ponte dos Espiões", como produtor disputa o prêmio de melhor filme, batendo o recorde de indicações obtidas por uma pessoa nesta categoria como produtor, com nove, embora somente a de "A Lista de Schindler" tenha se traduzido em Oscar.
Mas, em termos absolutos, o compositor John Williams continua reinando absoluto e tem nada menos do que 50 indicações, a deste ano por "Star Wars: O Despertar da Força". Se ganhar, será seu sexto Oscar, ainda longe dos nove de Alfred Newman.
Quem pode conseguir um recorde no domingo é o mexicano Emmanuel Lubezki, que com a espetacular fotografia de "O Regresso" aspira a seu terceiro Oscar consecutivo - após os de "Gravidade" e "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" -, algo não conseguido até agora.
O diretor de "O Regresso", seu compatriota e amigo Alejandro González Iñárritu, também pode igualar um recorde. No caso, o de conseguir que dois de seus filmes que dirigiu ganhem o Oscar em dois anos consecutivos. O primeiro do mexicano foi por "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)". Somente John Ford - por "Vinhas da Ira" (1940) e "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) - e Joseph L. Mankiewicz - por "Quem é o Infiel?" (1949) e "A Malvada" (1950) - alcançaram o feito até hoje.
E é de se destacar que desde 2010, quando Kathryn Bigelow ganhou por "Guerra ao Terror", não tenha havido um vencedor americano.
Ainda chama mais a atenção que se Iñárritu ficar com o Oscar de melhor diretor por "O Regresso", serão três prêmios consecutivos a produtores mexicanos, porque em 2014 Alfonso Cuarón venceu por "Gravidade".
Redação Central, 26 fev (EFE).- A 88ª edição do Oscar será marcada por grandes ausências entre os indicados, como Idris Elba para o prêmio de melhor ator e "Carol" para o de melhor filme, mas também pela presença de muitos concorrentes inéditos - entre eles Brie Larsson na categoria de melhor atriz - e por profissionais de gabarito como Ennio Morricone, de 87 anos e que ainda não faturou uma estatueta.
O gênio italiano, que compôs músicas para "A Missão" ou de "Cinema Paradiso", recebeu em 2007 um prêmio honorário, mas nenhum por um trabalho concreto, apesar de já ter sido indicado seis vezes.
Essa enorme dívida da Academia de Hollywood com um dos nomes históricos do cinema pode ser paga neste ano pelo trabalho que Morricone fez para "Os Oito Odiados", de Quentin Tarantino. E ele também pode conseguir seu Oscar, mais de 20 anos após sua primeira indicação, Leonardo DiCaprio, que é favorito por sua interpretação em "O Regresso".
Mas, além de quem persegue o prêmio há anos, esta edição conta com muitos nomes que estreiam na competição.
Nada menos que oito atores concorrem ao Oscar pela primeira vez, três deles na categoria principal: Bryan Cranston, o excêntrico químico de "Breaking Bad", pelo papel de Dalton em "Trumbo: Lista Negra"; Charlotte Rampling, por "45 anos", e a até agora desconhecida Brie Larsson, que chega como indiscutível favorita por "O Quarto de Jack".
Mark Rylance, por seu espião de "Ponte dos Espiões", chega com sua primeira indicação, como coadjuvante, da mesma forma que Tom Hardy, por "O Regresso". E na categoria similar feminina, há três novatas concorrendo ao Oscar: Jennifer Jason-Leigh, por "Os Oito Odiados"; Rachel McAdams, por "Spotlight - Segredos Revelados" e Alicia Vikander, por "A Garota Dinamarquesa".
Contra eles, há cinco nomes que já sabem o que é ganhar a estatueta dourada: Eddie Redmayne, Christian Bale, Cate Blanchett, Kate Winslet e Jennifer Lawrence, que além disso é, aos 25 anos, a artista mais jovem a somar quatro indicações em sua carreira.
Sylvester Stallone, indicado e favorito ao Oscar de melhor ator coadjuvante por "Creed: Nascido para Lutar", volta a concorrer ao prêmio após "Rocky: Um Lutador", pelo qual concorreu não só nesta categoria, como na de melhor roteiro original. Ele é o sexto ator na história indicado pelo mesmo papel em dois filmes diferentes.
Todos estes atores são de pele branca, algo que provocou polêmica e inclusive o boicote por parte de alguns rostos conhecidos do cinema, como Spike Lee e Will Smith - este último era considerado como um indicado certo por sua atuação em "Um Homem Entre Gigantes". O mesmo aconteceu com Idris Elba, com sua magnífica interpretação em "Beasts of no Nation" e que também não foi indicado.
Mas as ausências entre os potenciais premiados não são só de profissionais afro-americanos. "Perdido em Marte" recebeu sete indicações, incluindo de melhor filme, mas não de melhor diretor, e com isso Ridley Scott não teve a quarta chance de conseguir sua primeira estatueta.
Charlize Theron, embora tenha brilhado em "Mad Max: Estrada da Fúria", ficou fora da disputa. "Carol" é o grande ausente entre os candidatos a melhor filme, assim como seu diretor Todd Haynes, na categoria de melhor diretor. Já Aaron Sorkin não foi indicado por seu genial roteiro para "Steve Jobs".
"Divertida Mente" é uma joia do cinema, não somente da animação, e podecia ter sido indicado a melhor filme porque não deixa nada a desejar a muitos dos oito candidatos.
Por outro lado, se Steven Spielberg não concorre a melhor diretor por "Ponte dos Espiões", como produtor disputa o prêmio de melhor filme, batendo o recorde de indicações obtidas por uma pessoa nesta categoria como produtor, com nove, embora somente a de "A Lista de Schindler" tenha se traduzido em Oscar.
Mas, em termos absolutos, o compositor John Williams continua reinando absoluto e tem nada menos do que 50 indicações, a deste ano por "Star Wars: O Despertar da Força". Se ganhar, será seu sexto Oscar, ainda longe dos nove de Alfred Newman.
Quem pode conseguir um recorde no domingo é o mexicano Emmanuel Lubezki, que com a espetacular fotografia de "O Regresso" aspira a seu terceiro Oscar consecutivo - após os de "Gravidade" e "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)" -, algo não conseguido até agora.
O diretor de "O Regresso", seu compatriota e amigo Alejandro González Iñárritu, também pode igualar um recorde. No caso, o de conseguir que dois de seus filmes que dirigiu ganhem o Oscar em dois anos consecutivos. O primeiro do mexicano foi por "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)". Somente John Ford - por "Vinhas da Ira" (1940) e "Como Era Verde o Meu Vale" (1941) - e Joseph L. Mankiewicz - por "Quem é o Infiel?" (1949) e "A Malvada" (1950) - alcançaram o feito até hoje.
E é de se destacar que desde 2010, quando Kathryn Bigelow ganhou por "Guerra ao Terror", não tenha havido um vencedor americano.
Ainda chama mais a atenção que se Iñárritu ficar com o Oscar de melhor diretor por "O Regresso", serão três prêmios consecutivos a produtores mexicanos, porque em 2014 Alfonso Cuarón venceu por "Gravidade".
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