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Especialistas encontram partículas energéticas dentro da pirâmide de Quéops

17/01/2016 18h50

Cairo, 17 jan (EFE).- Um grupo de especialistas egípcios descobriu partículas de energia no interior da pirâmide de Quéops, em Giza, nos arredores do Cairo, que poderiam ajudar a explicar o sistema de construção e revelar mais segredos destes mausoléus de 4.500 anos de antiguidade.

Em entrevista coletiva realizada neste domingo no Museu Egípcio, no Cairo, o diretor do Instituto para a Preservação e Inovação em Patrimônio, Madi Tayubi realizou este anúncio como parte dos resultados preliminares do atual projeto "Scan Pyramids".

Com a detecção de muóns (partículas de energia que penetram os objetos), é possível descobrir se há câmaras ocultas.

O objetivo principal deste trabalho é avançar rumo à fórmula que permitiu aos construtores da época colocar as pesadas e enormes pedras, uma sobre outra, e elevá-las até 150 metros de altura.

Por enquanto se determinou que na parte superior da Pirâmide Vermelha de Dahshur, ao sul do Cairo, a temperatura é sempre mais alta que a do mesmo lugar do resto de mausoléus.

No entanto, não há diferença de temperatura entre as quatro faces da mesma pirâmide.

Por sua parte, o ministro de Antiguidades egípcio, Mamduh al Damati, anunciou na mesma entrevista coletiva que o próximo passo é colocar uma câmera termográfica fixa de infravermelhos dentro das quatro pirâmides de Quéops, Quéfren, Miquerinos e Dahshur.

O projeto pretende confirmar que as diferenças de temperatura descobertas, por exemplo, entre várias pedras da pirâmide de Quéops não são consequência do clima exterior nem das mudanças estacionais.

Al Damati destacou que esta etapa do projeto durará mais de dois meses, já que as autoridades só contam com uma câmara deste tipo, que deverá ser instalada dentro dos quatro mausoléus.

Em novembro do ano passado, o mesmo grupo de especialistas anunciou que tinha encontrado diferenças de temperatura em vários blocos da pirâmide de Quéops, o que indica que há "algo por trás", mas não ofereceu mais informação a respeito.

A expectativa é que, durante 2016, este grupo de especialistas egípcios, canadenses, franceses e japoneses viaje às profundezas destes mausoléus de 4.500 anos de antiguidade para revelar os segredos que escondem.

Para isso são utilizadas quatro inovadoras técnicas não invasivas que não danificam as antiguidades e faz-se uso de novas tecnologias, como os drones e a termografia infravermelha.

Além disso, se usa a fotogrametria e o laser em toda a área de Dahshur e Giza para fazer uma reconstrução em 3D de seus monumentos, pirâmides, templos e a esfinge.

Durante a apresentação do projeto de "Scan Pyramids", os especialistas destacaram que são técnicas já utilizadas anteriormente, como em vulcões ativos e na usina nuclear de Fukushima, no Japão.