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Museu do Amanhã é "arquitetura parlante" para seu criador

O Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro - Bernard Lessa/Divulgação
O Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro Imagem: Bernard Lessa/Divulgação

18/12/2015 02h58

O Museu do Amanhã, inaugurado nesta quinta-feira (17) no Rio de Janeiro pela presidente Dilma Rousseff, não será um mero "local de exposições", mas, nas palavras de seu criador, o arquiteto espanhol Santiago Calatrava, será uma "arquitetura parlante", que "fala e se explica por si só".

Para o arquiteto, a obra também transmitirá conceitos de ecologia e sustentabilidade, que é o objetivo do museu.

Calatrava explicou durante o evento de inauguração que, desde o princípio, esteve "cercado de pessoas com ideias muito claras", com um "conteúdo preexistente", e que tentou complementar essa base oferecendo o edifício situado na Praça Mauá que "pode ser visto como conteúdo em si mesmo", que "tem uma lição e fala por si só".

"As pessoas não precisam comprar um ingresso para entrar no museu", disse, fazendo referência à possibilidade de se caminhar pelos jardins que o circundam, e isso "é muito importante porque o torna mais cívico e, em certo modo, democrático", porque todo o mundo poderá "participar da mensagem e linguagem" do mesmo.

Como parte dessa mensagem, os presentes poderão ver como a água da baía de Guanabara, que banha a Praça Mauá, é filtrada e retorna à enseada, o que constitui "uma lição para fazer todos entenderem que um dia a baía estará limpa".

O visitante também poderá ver espécies vegetais da Mata Atlântica, que são patrimônio da humanidade, e que transmitirão a importância das plantas das florestas que circundam o Rio de Janeiro.

Por outro lado, o arquiteto comentou que os museus na atualidade têm "um papel muito importante" e sua missão é ser um "elemento catalisador" de informação que permita às pessoas se envolver fisicamente na era digital na qual vivemos.

Em referência à manutenção do edifício com energias limpas e renováveis, como é o uso da água da baía de Guanabara para manter a temperatura e a utilização de painéis solares, o arquiteto garantiu que "hoje é possível fazer edifícios autônomos e perfeitamente sustentáveis".

Em relação ao futuro, Calatrava assegurou que o museu deverá enfrentar seu maior desafio, que é fazer com que "os cariocas amem este museu, que o tomem como seu e que realmente sirva para esta geração e as próximas".

O Museu do Amanhã, um espaço para promover a ciência, as artes e a cultura e que foi definido pela presidente Dilma como "futuro patrimônio da humanidade", será aberto ao público no próximo sábado.

Este centro cultural é a principal obra do projeto de revitalização da área portuária do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos que acontecem na cidade em 2016.