Jorge Drexler cria "ponto cego da tristeza" em show no Rio de Janeiro
icardo Diniz.
Rio de Janeiro, 12 nov (EFE).- Desde o primeiro momento em que pisou na noite desta quarta-feira no palco do Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, o uruguaio Jorge Drexler se mostrou disposto a criar um "ponto cego" para que ele mesmo e o público pudessem fugir da tristeza do mundo por quase duas horas por meio da música.
Acompanhado do compatriota Luciano Supervielle, músico do coletivo Bajofondo, e de seu produtor, o catalão Carlos Campi, Drexler começou o show com a canção "Causa y Efecto" do álbum "Sea", lançado em 2001 e bastante conhecido do público brasileiro.
Interagindo bastante com o público em um português quase sem sotaque, o uruguaio exibiu seu lado mais intimista na primeira metade da apresentação com músicas como "Polvo de Estrellas", "Sanar" e "La Edad del Cielo".
O lado mais tranquilo do show também teve espaço para uma peça de piano composta por Supervielle em homenagem ao escritor uruguaio Felisberto Hernández - momento que Drexler definiu como o seu preferido de toda a apresentação.
"É quando posso me sentar ali no canto e tomar um copo de qualquer bebida que forem me servir", brincou o músico, que pouco depois regeria uma sinfonia de assobios do público para acompanhá-lo em "Guitarra y Vos".
Drexler também se permitiu sair do repertório para fazer uma homenagem a Nelson Motta, que o prestigiava na plateia. Em bom português, cantou "Como uma Onda", parceria do produtor com Lulu Santos, que ele "escutava muito no Uruguai".
Já na metade da apresentação, o uruguaio decidiu abrir espaço para os pedidos do público e, diante da enxurrada de sugestões, comentou com sorriso aberto: "Sempre me surpreendo com a erudição de vocês em relação ao meu repertório".
Atendendo aos apelos da plateia, Drexler emendou "La vida es mas Compleja de lo que Parece", "Noctiluca", composta em homenagem a um de seus filhos, e declamou os versos de "Al Otro Lado del Río", música com a qual ganhou o Oscar de Melhor Canção Original em 2005.
Para a parte final do show, quando convida o público a se levantar da poltrona para dançar, o músico chamou ao palco o brasileiro Domenico Lancellotti para acompanhá-lo na percussão.
O set mais animado do show começou com "Universos Paralelos" e continuou com "Deseo", em ritmo de cumbia, e "Bolívia", com a qual Drexler traça um paralelo entre a chegada dos europeus à América do Sul e a atual crise dos refugiados.
"Quem buscou asilo aqui no passado deve estar pronto para dar asilo agora", declarou o cantor, efusivamente aplaudido.
O bis, que começou com uma divertida coreografia dos músicos, teve espaço para as animadas "Bailar en la Cueva" e "La Luna de Rasquí", onde o cantor destrincha sua teoria do "ponto cego da tristeza".
O show terminou com um dos maiores hits de Drexler, "Todo se Transforma", uma espécie de injeção de ânimo na plateia antes de deixar esse formidável ponto cego musical e voltar ao mundo real. EFE
rsd/id
Rio de Janeiro, 12 nov (EFE).- Desde o primeiro momento em que pisou na noite desta quarta-feira no palco do Teatro Oi Casa Grande, no Rio de Janeiro, o uruguaio Jorge Drexler se mostrou disposto a criar um "ponto cego" para que ele mesmo e o público pudessem fugir da tristeza do mundo por quase duas horas por meio da música.
Acompanhado do compatriota Luciano Supervielle, músico do coletivo Bajofondo, e de seu produtor, o catalão Carlos Campi, Drexler começou o show com a canção "Causa y Efecto" do álbum "Sea", lançado em 2001 e bastante conhecido do público brasileiro.
Interagindo bastante com o público em um português quase sem sotaque, o uruguaio exibiu seu lado mais intimista na primeira metade da apresentação com músicas como "Polvo de Estrellas", "Sanar" e "La Edad del Cielo".
O lado mais tranquilo do show também teve espaço para uma peça de piano composta por Supervielle em homenagem ao escritor uruguaio Felisberto Hernández - momento que Drexler definiu como o seu preferido de toda a apresentação.
"É quando posso me sentar ali no canto e tomar um copo de qualquer bebida que forem me servir", brincou o músico, que pouco depois regeria uma sinfonia de assobios do público para acompanhá-lo em "Guitarra y Vos".
Drexler também se permitiu sair do repertório para fazer uma homenagem a Nelson Motta, que o prestigiava na plateia. Em bom português, cantou "Como uma Onda", parceria do produtor com Lulu Santos, que ele "escutava muito no Uruguai".
Já na metade da apresentação, o uruguaio decidiu abrir espaço para os pedidos do público e, diante da enxurrada de sugestões, comentou com sorriso aberto: "Sempre me surpreendo com a erudição de vocês em relação ao meu repertório".
Atendendo aos apelos da plateia, Drexler emendou "La vida es mas Compleja de lo que Parece", "Noctiluca", composta em homenagem a um de seus filhos, e declamou os versos de "Al Otro Lado del Río", música com a qual ganhou o Oscar de Melhor Canção Original em 2005.
Para a parte final do show, quando convida o público a se levantar da poltrona para dançar, o músico chamou ao palco o brasileiro Domenico Lancellotti para acompanhá-lo na percussão.
O set mais animado do show começou com "Universos Paralelos" e continuou com "Deseo", em ritmo de cumbia, e "Bolívia", com a qual Drexler traça um paralelo entre a chegada dos europeus à América do Sul e a atual crise dos refugiados.
"Quem buscou asilo aqui no passado deve estar pronto para dar asilo agora", declarou o cantor, efusivamente aplaudido.
O bis, que começou com uma divertida coreografia dos músicos, teve espaço para as animadas "Bailar en la Cueva" e "La Luna de Rasquí", onde o cantor destrincha sua teoria do "ponto cego da tristeza".
O show terminou com um dos maiores hits de Drexler, "Todo se Transforma", uma espécie de injeção de ânimo na plateia antes de deixar esse formidável ponto cego musical e voltar ao mundo real. EFE
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