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Sydney transforma calçadão em imensa galeria de arte

01/11/2015 06h13

Rocío Otoya.

Sydney (Austrália), 1 nov (EFE).- Conhecida por suas espetaculares paisagens, a cidade de Sydney enfeitou um de seus mais populares calçadões com uma centena de esculturas, várias delas com mensagens contra o aquecimento global e a pobreza.

A mostra anual "Esculturas pelo Mar", exposta até 8 de novembro, cobre o já turístico caminho de cerca de dois quilômetros que liga as praias de Bondi e Tamarama com trabalhos de artistas de 41 países, entre eles o do brasileiro Geraldo Zamproni.

Centenas de pessoas percorrem o calçadão para apreciar as esculturas e se rendem a elas com diversas expressões de surpresa em diferentes idiomas, diante de trabalhos realizados com materiais como metais, vidro, rochas e até bonecas Barbie.

"A ideia é muito original e criativa", comentou à Agência Efe o argentino Daniel Leiva, enquanto outra transeunte, a espanhola Alejandra Sánchez García, que visita a mostra pelo terceiro ano consecutivo, destacou que a exposição "vale a pena" e "a cada ano alguma escultura surpreende".

A mostra, que é realizada no mesmo lugar desde 1997, ainda ganha com o cenário bucólico e formações rochosas que adornam o sinuoso calçadão, que nesta época do ano testemunha a passagem ocasional de baleias que migram de volta para a Antártida.

Uma das esculturas de mais destaque é "Planeta Dividido", do artista alemão Jörg Plickart, ganhadora desta edição do prêmio Macquarie Group, entregue entre os participantes da exposição.

A obra consiste em uma bola de mais de três metros que representa a energia desperdiçada e que convida à resolução dos problemas humanitários e ambientais mais urgentes.

Outra obra que chama a atenção é "Escute Passar o Tempo", na qual a artista australiana Barbara Licha representa através de figuras humanas fechadas em jaulas de arame as diferentes lembranças e a reflexão sobre o passado, o presente e o futuro.

Outra escultura imponente é "Mídia de Barreira", dos australianos Matthew Asimakis Caitlin Roseby e Clarence Lee, que é composta por dois conjuntos de painéis de espelhos que refletem o mar, a terra e o céu.

Entre os visitantes estava o fundador do coletivo espanhol Basurama, Juan López Aranguren, que ficou "apaixonado" por borrifadores do tamanho de uma pessoa que, ao terem o enorme gatilho apertado, soltava jatos de água, provocando risos do público.

"Pessoalmente me encanta quando a arte consegue estas coisas, ativar a cumplicidade a seu redor com humor", comentou à Efe o arquiteto e artista espanhol ao se referir a esses trabalhos lúdicos espalhados na praia Tamarama.