Em exposição, cartas mostram lado íntimo de Mario de Andrade
Daniel Muñoz.
São Paulo, 19 set (EFE).- Cartas escritas pelo poeta e romancista Mario de Andrade (1893-1945), reunidas em uma exposição que abriu ao público neste sábado em São Paulo, mostram um lado mais íntimo do principal expoente do movimento modernista brasileiro.
A maior parte das cartas foi trocada pelo poeta com outros intelectuais do começo do século XX, recriadas desde a entrada da exposição pelo artista Guilherme Isnard, com uma máquina de escrever cercada por uma onda de 20 mil papéis espalhados pelo ambiente.
A cena artística de Isnard foi inspirada no fato de que o protagonista escreveu, em seus 52 anos de vida, cerca de 20.000 cartas; Por esse mesmo motivo, a exposição foi pensada para ser exibida no Centro Cultural dos Correios da capital paulista.
As cartas expostas são cópias, porque as originais foram escritas em frente e verso. Mas a curadora da exposição, Denise Mattar, explicou à Agência Efe que a importância "está no conteúdo".
Entre as mensagens enviadas por Mario de Andrade, está uma para o pintor Cândido Portinari, para muitos o maior da história do país, na qual ambos se tratam como "compadres".
Mas a intimidade do escritor ficou mais exposta com as duas cartas "extremamente românticas e apaixonadas" que ele enviou à pintora Tarsila do Amaral, revelou Mattar.
Junto ao lado mais íntimo do poeta, as cartas também mostram algumas das ideias revolucionários do autor e seu profundo conhecimento das artes plásticas, como uma das 14 páginas dirigidas à escritora Henriqueta Lisboa sobre os quadros de Portinari e outros artistas.
Mario de Andrade liderou o movimento modernista no Brasil ao lado de outros artistas e intelectuais como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Menotti do Picchia, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Enrico Bianco e Luís da Câmara Cascudo, além de Portinari, Tarsila e Henriqueta.
Além das cartas, apresentadas cronologicamente no que se chamou de "primeiro" e "segundo modernismo", a exposição também exibe algumas obras de Malfatti, Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari que tiveram relação com a vida e foram colecionadas pelo próprio escritor.
O ator João Paulo Lorenzón leu e gravou algumas das cartas com a provável entonação que o poeta teria usado, como o lado "carinhoso" para Anita, "caloroso" para Portinari e "apaixonado" para Tarsila.
A mostra também inclui desenhos e aquarelas de Cícero Dias, Ismael Nery, Portinari, Segall, Zina Aita, Augusto Rodrigues e Bianco.
O acervo de obras de arte colecionadas pelo poeta é cuidado atualmente pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP).
A exposição, que já passou por Brasília e Rio de Janeiro, permanecerá em cartaz até 15 de novembro.
São Paulo, 19 set (EFE).- Cartas escritas pelo poeta e romancista Mario de Andrade (1893-1945), reunidas em uma exposição que abriu ao público neste sábado em São Paulo, mostram um lado mais íntimo do principal expoente do movimento modernista brasileiro.
A maior parte das cartas foi trocada pelo poeta com outros intelectuais do começo do século XX, recriadas desde a entrada da exposição pelo artista Guilherme Isnard, com uma máquina de escrever cercada por uma onda de 20 mil papéis espalhados pelo ambiente.
A cena artística de Isnard foi inspirada no fato de que o protagonista escreveu, em seus 52 anos de vida, cerca de 20.000 cartas; Por esse mesmo motivo, a exposição foi pensada para ser exibida no Centro Cultural dos Correios da capital paulista.
As cartas expostas são cópias, porque as originais foram escritas em frente e verso. Mas a curadora da exposição, Denise Mattar, explicou à Agência Efe que a importância "está no conteúdo".
Entre as mensagens enviadas por Mario de Andrade, está uma para o pintor Cândido Portinari, para muitos o maior da história do país, na qual ambos se tratam como "compadres".
Mas a intimidade do escritor ficou mais exposta com as duas cartas "extremamente românticas e apaixonadas" que ele enviou à pintora Tarsila do Amaral, revelou Mattar.
Junto ao lado mais íntimo do poeta, as cartas também mostram algumas das ideias revolucionários do autor e seu profundo conhecimento das artes plásticas, como uma das 14 páginas dirigidas à escritora Henriqueta Lisboa sobre os quadros de Portinari e outros artistas.
Mario de Andrade liderou o movimento modernista no Brasil ao lado de outros artistas e intelectuais como Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Victor Brecheret, Menotti do Picchia, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Enrico Bianco e Luís da Câmara Cascudo, além de Portinari, Tarsila e Henriqueta.
Além das cartas, apresentadas cronologicamente no que se chamou de "primeiro" e "segundo modernismo", a exposição também exibe algumas obras de Malfatti, Tarsila, Di Cavalcanti e Portinari que tiveram relação com a vida e foram colecionadas pelo próprio escritor.
O ator João Paulo Lorenzón leu e gravou algumas das cartas com a provável entonação que o poeta teria usado, como o lado "carinhoso" para Anita, "caloroso" para Portinari e "apaixonado" para Tarsila.
A mostra também inclui desenhos e aquarelas de Cícero Dias, Ismael Nery, Portinari, Segall, Zina Aita, Augusto Rodrigues e Bianco.
O acervo de obras de arte colecionadas pelo poeta é cuidado atualmente pelo Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (USP).
A exposição, que já passou por Brasília e Rio de Janeiro, permanecerá em cartaz até 15 de novembro.
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