"A violência extrapolou no México", diz Benicio del Toro
Magdalena Tsanis.
San Sebastián (Espanha), 19 set (EFE).- Benicio del Toro, ganhador de um Oscar por "Traffic: Ninguém Sai Limpo", volta a estar no centro da luta contra o narcotráfico em "Sicario: Terra de Ninguém", um filme de Denis Villeneuve que se passa na fronteira do México com os Estados Unidos e que foi apresentado neste sábado na seção Perlas do Festival de San Sebastián.
"É muito triste o que está acontecendo em algumas regiões do México, a violência extrapolou. Me lembro do que aconteceu em Iguala, o desaparecimento dos 43 estudantes. A investigação é lenta, há suspeitas, mas não aparecem os culpados. É uma coisa que toca a qualquer um de nós, especialmente se for hispânico", disse o ator à Agência Efe.
Em "Sicario" (previsto para estrear no Brasil em 22 de outubro), Del Toro interpreta um consultor que, movido pela sede de vingança e com métodos pouco ortodoxos, acompanha uma equipe do FBI liderada por Matt Graver (Josh Brolin) à região de fronteirapara ajudar na luta contra os cartéis de drogas. Na equipe também está Kate Macer (Emily Blunt), uma agente que terá que testar seus limites morais e éticos nesta missão.
"Quando li o roteiro encontrei esse ângulo muito interessante, porque é uma guerra que a CIA e a DEA levam travando há 30 anos e ninguém ganhou. O que acontece é um eterno empate", argumentou o ator porto-riquenho.
A britânica Emily Blunt, uma das queridinhas do momento, representa a outra face da moeda, o personagem que ainda acredita na justiça e que terá que fazer escolhas difíceis. Um papel que, durante a pré-produção, chegou a ser cogitado ser feito por um homem.
"O que aconteceu é que, quando o financiamento ainda não estava fechado, um investidor disse ao roteirista que se o personagem fosse um homem o acordo seria assinado na hora. Sendo mulher custou mais, mas foi mantido", explicou ela.
Villeneuve, que já abordou o tema da violência em "O Homem Duplicado" e "Os Suspeitos", volta a tratar o assunto neste filme, colocando mais perguntas do que respostas.
"O filme abraça a ideia de que os humanos estão sempre envolvidos em espirais de violência. Até hoje, não conseguimos sair disso. Para mim, o cinema é um meio de explorar os medos e a violência faz parte do planeta no qual vivemos, nunca termina", explicou.
A ideia era rodar em Ciudad Juárez, mas o trabalho não foi possível por questões de segurança. No entanto, Villeneuve liderou uma equipe que viajou alguns dias pela cidade para mergulhar no contexto.
"Eu venho do mundo do documentário. Gosto de ser autêntico e saber do que falo, por isso era crucial ir lá, embora tenha sido uma breve visita", lamentou o diretor.
Sobre suas impressões do lugar, ele contou que se impressionou com a dinâmica.
"Percebi muita tristeza e muito medo. As janelas são totalmente gradeadas e as ruas são vazias. Sobretudo, me impressionou o medo no rosto dos policiais", recordou.
San Sebastián (Espanha), 19 set (EFE).- Benicio del Toro, ganhador de um Oscar por "Traffic: Ninguém Sai Limpo", volta a estar no centro da luta contra o narcotráfico em "Sicario: Terra de Ninguém", um filme de Denis Villeneuve que se passa na fronteira do México com os Estados Unidos e que foi apresentado neste sábado na seção Perlas do Festival de San Sebastián.
"É muito triste o que está acontecendo em algumas regiões do México, a violência extrapolou. Me lembro do que aconteceu em Iguala, o desaparecimento dos 43 estudantes. A investigação é lenta, há suspeitas, mas não aparecem os culpados. É uma coisa que toca a qualquer um de nós, especialmente se for hispânico", disse o ator à Agência Efe.
Em "Sicario" (previsto para estrear no Brasil em 22 de outubro), Del Toro interpreta um consultor que, movido pela sede de vingança e com métodos pouco ortodoxos, acompanha uma equipe do FBI liderada por Matt Graver (Josh Brolin) à região de fronteirapara ajudar na luta contra os cartéis de drogas. Na equipe também está Kate Macer (Emily Blunt), uma agente que terá que testar seus limites morais e éticos nesta missão.
"Quando li o roteiro encontrei esse ângulo muito interessante, porque é uma guerra que a CIA e a DEA levam travando há 30 anos e ninguém ganhou. O que acontece é um eterno empate", argumentou o ator porto-riquenho.
A britânica Emily Blunt, uma das queridinhas do momento, representa a outra face da moeda, o personagem que ainda acredita na justiça e que terá que fazer escolhas difíceis. Um papel que, durante a pré-produção, chegou a ser cogitado ser feito por um homem.
"O que aconteceu é que, quando o financiamento ainda não estava fechado, um investidor disse ao roteirista que se o personagem fosse um homem o acordo seria assinado na hora. Sendo mulher custou mais, mas foi mantido", explicou ela.
Villeneuve, que já abordou o tema da violência em "O Homem Duplicado" e "Os Suspeitos", volta a tratar o assunto neste filme, colocando mais perguntas do que respostas.
"O filme abraça a ideia de que os humanos estão sempre envolvidos em espirais de violência. Até hoje, não conseguimos sair disso. Para mim, o cinema é um meio de explorar os medos e a violência faz parte do planeta no qual vivemos, nunca termina", explicou.
A ideia era rodar em Ciudad Juárez, mas o trabalho não foi possível por questões de segurança. No entanto, Villeneuve liderou uma equipe que viajou alguns dias pela cidade para mergulhar no contexto.
"Eu venho do mundo do documentário. Gosto de ser autêntico e saber do que falo, por isso era crucial ir lá, embora tenha sido uma breve visita", lamentou o diretor.
Sobre suas impressões do lugar, ele contou que se impressionou com a dinâmica.
"Percebi muita tristeza e muito medo. As janelas são totalmente gradeadas e as ruas são vazias. Sobretudo, me impressionou o medo no rosto dos policiais", recordou.
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