Colômbia reconstrói com arte e cultura a vida de pessoas excluídas
Carlos Meneses Sánchez.
Bogotá, 17 jul (EFE).- Milhares de colombianos encontraram no hip-hop, na dança e no teatro a fórmula para aprender a conviver em locais que acolhem pessoas deslocadas pelo conflito armado, a extrema pobreza ou os desastres naturais, graças a um programa cultural do governo federal.
"Comunidad-es" é uma iniciativa do Ministério de Cultura, da Unidade de Vítimas e da Agência Nacional para a Superação da Pobreza Extrema, que surgiu da necessidade de reconstruir o tecido social nestes povoados que surgiram do nada, cujos habitantes compartilham a perda de tudo aquilo que possuíam.
Mais da metade da população destes novos bairros foi obrigada a abandonar a própria casa por conta da violência do conflito armado.
Carlos Lindarte é um dos voluntários do "Comunidad-es" e utiliza o hip-hop como arma para gerar espaços de paz em um bairro de Cúcuta, capital do departamento de Norte de Santander que faz parte do programa de casas populares, iniciado em 2012, sorteadas entre pessoas dos grupos de risco.
As aulas de Lindarte voltadas a jovens em situação de vulnerabilidade social são um dos muitos projetos artísticos e culturais desta iniciativa. Nestes lugares, construídos em regiões de difícil desenvolvimento, logo começaram a surgir conflitos fruto da ausência de pontos destinados à diversão e que criassem laços entre moradores cujas vidas possuem uma série de desgraças.
"Quando começamos a entregar as casas do programa, entendemos que nesses espaços também começaram a surgir problemas de convivência", comentou a ministra de Cultura, Mariana Garcés, em um ato com jornalistas.
A missão de Spark One, o nome artístico de Lindarte, é utilizar o hip-hop para que os adolescentes que vivem nestes bairros artificiais transforme a violência em versos.
"A violência não está só dentro deles, mas também nas famílias e agora eles começam a eliminar isso não mais com violência e com golpes, mas escrevendo rimas", contou Lindarte, que reconhece que ele também usou a música para superar uma vida de problemas.
O hip-hop como reparação, disse o professor, "é uma torcida para que tenham uma boa convivência fazendo com que a violência não os leve ao mau caminho".
Com um investimento de 3,2 bilhões de pesos (R$ 3,7 milhões), o "Comunidad-es" atuou durante sete meses de 2014 em 55 comunidades de 16 departamentos da Colômbia onde foram criados espaços sociais de encontro.
De acordo com a ministra, para este ano, o principal objetivo do programa é dotar esses locais de infraestrutura para que tenham, além da casa, uma escola próxima, uma biblioteca e um centro poliesportivo.
Em Villas de Aranjuez, uma comunidade perto de Cartagena, foram construídos 25 mil imóveis, onde convivem mais de 15 mil pessoas em risco de exclusão social.
Amaury Eyes López trabalha como coordenador do "Comunidad-es" nesta região e lembra o quão difícil foi implementar o programa neste lugar, que não tinha nem sequer uma árvore.
"A primeira coisa que fizemos foi solucionar o assunto da sombra com quatro pedaços de madeira e um guarda-sol", recordou.
Segundo López, depois serão construídas as "esquinas criativas", com murais repletos de cores vivas para a troca de saberes e de experiências entre os moradores que tentam reconstruir suas vidas. EFE
cms/cdr/rsd
Bogotá, 17 jul (EFE).- Milhares de colombianos encontraram no hip-hop, na dança e no teatro a fórmula para aprender a conviver em locais que acolhem pessoas deslocadas pelo conflito armado, a extrema pobreza ou os desastres naturais, graças a um programa cultural do governo federal.
"Comunidad-es" é uma iniciativa do Ministério de Cultura, da Unidade de Vítimas e da Agência Nacional para a Superação da Pobreza Extrema, que surgiu da necessidade de reconstruir o tecido social nestes povoados que surgiram do nada, cujos habitantes compartilham a perda de tudo aquilo que possuíam.
Mais da metade da população destes novos bairros foi obrigada a abandonar a própria casa por conta da violência do conflito armado.
Carlos Lindarte é um dos voluntários do "Comunidad-es" e utiliza o hip-hop como arma para gerar espaços de paz em um bairro de Cúcuta, capital do departamento de Norte de Santander que faz parte do programa de casas populares, iniciado em 2012, sorteadas entre pessoas dos grupos de risco.
As aulas de Lindarte voltadas a jovens em situação de vulnerabilidade social são um dos muitos projetos artísticos e culturais desta iniciativa. Nestes lugares, construídos em regiões de difícil desenvolvimento, logo começaram a surgir conflitos fruto da ausência de pontos destinados à diversão e que criassem laços entre moradores cujas vidas possuem uma série de desgraças.
"Quando começamos a entregar as casas do programa, entendemos que nesses espaços também começaram a surgir problemas de convivência", comentou a ministra de Cultura, Mariana Garcés, em um ato com jornalistas.
A missão de Spark One, o nome artístico de Lindarte, é utilizar o hip-hop para que os adolescentes que vivem nestes bairros artificiais transforme a violência em versos.
"A violência não está só dentro deles, mas também nas famílias e agora eles começam a eliminar isso não mais com violência e com golpes, mas escrevendo rimas", contou Lindarte, que reconhece que ele também usou a música para superar uma vida de problemas.
O hip-hop como reparação, disse o professor, "é uma torcida para que tenham uma boa convivência fazendo com que a violência não os leve ao mau caminho".
Com um investimento de 3,2 bilhões de pesos (R$ 3,7 milhões), o "Comunidad-es" atuou durante sete meses de 2014 em 55 comunidades de 16 departamentos da Colômbia onde foram criados espaços sociais de encontro.
De acordo com a ministra, para este ano, o principal objetivo do programa é dotar esses locais de infraestrutura para que tenham, além da casa, uma escola próxima, uma biblioteca e um centro poliesportivo.
Em Villas de Aranjuez, uma comunidade perto de Cartagena, foram construídos 25 mil imóveis, onde convivem mais de 15 mil pessoas em risco de exclusão social.
Amaury Eyes López trabalha como coordenador do "Comunidad-es" nesta região e lembra o quão difícil foi implementar o programa neste lugar, que não tinha nem sequer uma árvore.
"A primeira coisa que fizemos foi solucionar o assunto da sombra com quatro pedaços de madeira e um guarda-sol", recordou.
Segundo López, depois serão construídas as "esquinas criativas", com murais repletos de cores vivas para a troca de saberes e de experiências entre os moradores que tentam reconstruir suas vidas. EFE
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