Para Padura, a Cuba de seus livros é mais real do que a dos jornais
(Corrige título).
Paraty, 2 jul (EFE).- O escritor e jornalista Leonardo Padura, cujas páginas imortalizaram a Cuba contemporânea, defendeu nesta quinta-feira seu ofício de cronista ao afirmar que o país retratado em seus livros se aproxima mais da realidade do que o lugar que os jornais oficiais mostram.
"Daqui a 40 anos, quando alguém ler os jornais cubanos e meus livros, vai dizer que são dois países diferentes. Posso garantir que o país dos meus textos se parece muito mais com a realidade do que o país dos jornais", afirmou o autor em entrevista coletiva na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Embora sempre evite falar de "regime" e jamais caia na armadilha dos jornalistas, que insistem em que ele critique o governo castrista, Padura reconheceu que escreveu suas obras "com uma mensagem política subliminar", mas pondo em primeiro lugar o "ponto de vista social".
"Dentro de Cuba tem leituras muito críticas sobre a minha obra porque a consideram uma literatura contra o sistema e, por outro lado, fora de Cuba consideram que defende e sustenta o sistema", continuou.
Recentemente agraciado com o Prêmio Princesa das Astúrias das Letras, Padura ressaltou "a grande liberdade" para escrever que ele possui na ilha, onde tenta manter uma relação "cordial" com as autoridades.
"Eu escrevo para os cubanos, apesar de viver dos meus leitores internacionais. Consegui que todos os meus livros fossem publicados em Cuba e sem que tivessem uma só palavra mudada", contou.
Padura, que foi "marginalizado" nos anos 90 por ser um autor de literatura negra, é hoje um dos escritores de maior projeção internacional, graças ao seu alter ego 'Mario Conde', o detetive fictício mais emblemático do mundo "paduriano".
"Hoje me reconhecem por ser um escritor de romances policiais, portanto acho que ganhei a batalha", disse.
O autor, que confessou ser admirador da "personalidade" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou as desigualdades do continente e defendeu uma "reelaboração da utopia porque, falando em cubano, o mundo está muito f...".
No entanto, Padura também afirmou estar "otimista" com o novo rumo da política cubana. Para ele, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro "estão dando um exemplo ao mundo" com a abertura das embaixadas dos Estados Unidos e Cuba e o restabelecimento das relações diplomáticas.
Paraty, 2 jul (EFE).- O escritor e jornalista Leonardo Padura, cujas páginas imortalizaram a Cuba contemporânea, defendeu nesta quinta-feira seu ofício de cronista ao afirmar que o país retratado em seus livros se aproxima mais da realidade do que o lugar que os jornais oficiais mostram.
"Daqui a 40 anos, quando alguém ler os jornais cubanos e meus livros, vai dizer que são dois países diferentes. Posso garantir que o país dos meus textos se parece muito mais com a realidade do que o país dos jornais", afirmou o autor em entrevista coletiva na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).
Embora sempre evite falar de "regime" e jamais caia na armadilha dos jornalistas, que insistem em que ele critique o governo castrista, Padura reconheceu que escreveu suas obras "com uma mensagem política subliminar", mas pondo em primeiro lugar o "ponto de vista social".
"Dentro de Cuba tem leituras muito críticas sobre a minha obra porque a consideram uma literatura contra o sistema e, por outro lado, fora de Cuba consideram que defende e sustenta o sistema", continuou.
Recentemente agraciado com o Prêmio Princesa das Astúrias das Letras, Padura ressaltou "a grande liberdade" para escrever que ele possui na ilha, onde tenta manter uma relação "cordial" com as autoridades.
"Eu escrevo para os cubanos, apesar de viver dos meus leitores internacionais. Consegui que todos os meus livros fossem publicados em Cuba e sem que tivessem uma só palavra mudada", contou.
Padura, que foi "marginalizado" nos anos 90 por ser um autor de literatura negra, é hoje um dos escritores de maior projeção internacional, graças ao seu alter ego 'Mario Conde', o detetive fictício mais emblemático do mundo "paduriano".
"Hoje me reconhecem por ser um escritor de romances policiais, portanto acho que ganhei a batalha", disse.
O autor, que confessou ser admirador da "personalidade" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou as desigualdades do continente e defendeu uma "reelaboração da utopia porque, falando em cubano, o mundo está muito f...".
No entanto, Padura também afirmou estar "otimista" com o novo rumo da política cubana. Para ele, os presidentes Barack Obama e Raúl Castro "estão dando um exemplo ao mundo" com a abertura das embaixadas dos Estados Unidos e Cuba e o restabelecimento das relações diplomáticas.
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