Topo

Poeta Augusto de Campos ganha o prêmio Pablo Neruda no Chile

O poeta concretista Augusto de Campos, em foto de 2003; autor é primeiro brasileiro a levar o Prêmio Pablo Neruda no Chile - Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
O poeta concretista Augusto de Campos, em foto de 2003; autor é primeiro brasileiro a levar o Prêmio Pablo Neruda no Chile Imagem: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress

De Santiago

23/06/2015 16h33

O poeta brasileiro Augusto de Campos recebeu nesta terça-feira (23) o Prêmio Ibero-Americano de Poesia Pablo Neruda, oferecido pelo Conselho Nacional de Cultura e Artes do Chile a um autor de reconhecida trajetória no mundo da poesia.

A premiação foi criada em 2004, em homenagem ao centenário de nascimento de Neruda, conta com o patrocínio da Fundação Pablo Neruda e dá ao vencedor US$ 60 mil (cerca de R$ 185 mil).

"É a primeira vez que um poeta brasileiro recebe esta homenagem. O júri avaliou e reconheceu a contribuição que ele tem para todo nosso continente", afirmou o ministro de Cultura chileno, Ernesto Ottone, que presidiu o júri.

O júri era integrado também pela uruguaia Silvia Guerra, o colombiano Juan Manuel Rocha e os chilenos Óscar Hahn e Carmen Berenguer.

"Estamos felizes porque é um poeta que durante mais de 60 anos trabalhou para abrir campos em outras linguagens e disciplinas artísticas", destacou o ministro.

Augusto de Campos, que recebeu a notícia por meio de uma ligação do ministro, afirmou que se sente muito honrado por ter sua obra lembrada.

"Agradeço muitíssimo por tudo o que Chile representa para o Brasil e para a experiência literária", afirmou.

Campos, 84 anos, é escritor, ensaísta e tradutor. É conhecido por ser um dos fundadores do movimento poesia concreta e o concretismo, ao lado do seu irmão Haroldo de Campos, que morreu em 2003, e seu amigo Décio Pignatari, morto em 2012.

Em 1951, o poeta publicou seu primeiro livro, "O Rei Menos o Reino", enquanto estudava direito na Universidade de São Paulo (USP). Posteriormente lançou "Poetamenos" (1953), "Popcretos" (1964) e "Poemóbiles" (1974), entre outros, nos quais destacou sua particular aposta visual e estética.

Os cubanos Reina María Rodríguez (2014) e José Kozer (2013), o chileno Nicanor Parra (2012) - irmão da compositora Violeta Parra -, o mexicano José Emilio Pacheco (2004) e o argentino Juan Gelman (2005) foram alguns dos nomes já agraciados com a premiação.