Jorge Drexler convida os brasileiros a dançar em sua "caverna" musical
Alba Gil.
São Paulo, 26 mar (EFE).- A era na qual os cantores se escondiam atrás de seu violão já é história; agora os músicos dançam, fazem coreografias e inclusive "canções com os pés", uma fórmula de sucesso que o cantor uruguaio Jorge Drexler não duvidou em confirmar nesta quinta-feira no Brasil, país do qual bebem suas melodias.
Não é casualidade que a primeira canção da noite marcasse as regras do jogo: "bailar, bailar, bailar, bailar" ("dançar, dançar, dançar, dançar").
Se sentindo em casa, Drexler movimentou o corpo em São Paulo até a extenuação, acompanhado desde o minuto zero por um pequeno, mas incrivelmente entregue público de 1.500 pessoas, que haviam esgotado as entradas do Teatro Bradesco há 40 dias.
O músico agradeceu o carinho subindo ao palco como quem canta entre amigos, brincando e conversando, todo o tempo em português.
"Eu lhes avisarei quando chegar a parte mais dançante", avisou Drexler logo após começar o show, que faz parte da turnê mundial de "Bailar En La Cueva" ("Dançar na caverna"), seu último álbum e o mais "dançante" de sua carreira.
Dito e feito. Ao som de "Don de fluir", o músico encorajou os casais a sair para os corredores. "Se alguém veio com intenções extramusicais, este é seu momento. Já dei ordens ao técnico para que deixe algumas áreas mais escuras", brincou.
E embora alguns pensassem que era brincadeira, ele mesmo e seus trompetistas saíram para dançar com os fãs, enquanto o resto do público se levantava de suas poltronas para desfrutar de uma das melodias mais românticas de Drexler.
Mas o repertório animado estava apenas começando e com um pezinho na música do Brasil, que desde pequeno lhe presenteou muitos dos ritmos dos quais bebem hoje suas criações: "Bolívia".
Gravada com Caetano Veloso, essa canção homenageia o país andino, o único que em 1939 deu asilo a seus avôs, que fugiam da Alemanha nazista.
"Como muda a história... Antes iam tantos latino-americanos à Europa e agora há tantos espanhóis no Brasil", exclamou Drexler, uruguaio de nascimento, mas madrilenho de adoção, antes de dedicar à maior urbe sul-americana, "cidade de imigrantes", uma música que lembra que "a historia nada mais é que uma porta giratória".
Em seguida, Drexler apresentou uma versão à capela de um seus maiores sucessos, "Al otro lado del río", trilha sonora do filme "Diários de motocicleta".
"Há quase dez anos interpretei uma versão involuntariamente à capela em uma entrega de prêmios em Los Angeles e gostei de como ficou", ironizou o cantor em alusão à polêmica que envolveu a festa do Oscar, onde não lhe deixaram cantar por ser considerado pouco conhecido para a ocasião.
Quem também não o deixou falar demais, pelo menos sem interrupções, foram seus fãs, que não pararam de falar, mesmo à distância.
"Mujica!", gritou de repente um deles, e Drexler, entre risos, respondeu: "O que eu mais gosto nele (o ex-presidente uruguaio, José Mujica) é o fato de fazer política sem enriquecer, porque não nos esqueçamos que é uma profissão de serviço para as pessoas".
E, vendo que o público estava tão animado quanto ele, afastou por um momento seu violão, se aproximou do microfone e comentou: "Sabiam que, com a legalização da maconha, seu nome se transformou em uma expressão? Há pouco tempo vi uns caras que diziam 'vamos fazer um mujica?'".
Tanta animação e simpatia obrigaram o músico uruguaio a voltar ao palco para três bis e, banhado em um estrondoso aplauso, Drexler se despediu como não podia deixar de ser: fazendo flutuar seus pés pelo palco.
São Paulo, 26 mar (EFE).- A era na qual os cantores se escondiam atrás de seu violão já é história; agora os músicos dançam, fazem coreografias e inclusive "canções com os pés", uma fórmula de sucesso que o cantor uruguaio Jorge Drexler não duvidou em confirmar nesta quinta-feira no Brasil, país do qual bebem suas melodias.
Não é casualidade que a primeira canção da noite marcasse as regras do jogo: "bailar, bailar, bailar, bailar" ("dançar, dançar, dançar, dançar").
Se sentindo em casa, Drexler movimentou o corpo em São Paulo até a extenuação, acompanhado desde o minuto zero por um pequeno, mas incrivelmente entregue público de 1.500 pessoas, que haviam esgotado as entradas do Teatro Bradesco há 40 dias.
O músico agradeceu o carinho subindo ao palco como quem canta entre amigos, brincando e conversando, todo o tempo em português.
"Eu lhes avisarei quando chegar a parte mais dançante", avisou Drexler logo após começar o show, que faz parte da turnê mundial de "Bailar En La Cueva" ("Dançar na caverna"), seu último álbum e o mais "dançante" de sua carreira.
Dito e feito. Ao som de "Don de fluir", o músico encorajou os casais a sair para os corredores. "Se alguém veio com intenções extramusicais, este é seu momento. Já dei ordens ao técnico para que deixe algumas áreas mais escuras", brincou.
E embora alguns pensassem que era brincadeira, ele mesmo e seus trompetistas saíram para dançar com os fãs, enquanto o resto do público se levantava de suas poltronas para desfrutar de uma das melodias mais românticas de Drexler.
Mas o repertório animado estava apenas começando e com um pezinho na música do Brasil, que desde pequeno lhe presenteou muitos dos ritmos dos quais bebem hoje suas criações: "Bolívia".
Gravada com Caetano Veloso, essa canção homenageia o país andino, o único que em 1939 deu asilo a seus avôs, que fugiam da Alemanha nazista.
"Como muda a história... Antes iam tantos latino-americanos à Europa e agora há tantos espanhóis no Brasil", exclamou Drexler, uruguaio de nascimento, mas madrilenho de adoção, antes de dedicar à maior urbe sul-americana, "cidade de imigrantes", uma música que lembra que "a historia nada mais é que uma porta giratória".
Em seguida, Drexler apresentou uma versão à capela de um seus maiores sucessos, "Al otro lado del río", trilha sonora do filme "Diários de motocicleta".
"Há quase dez anos interpretei uma versão involuntariamente à capela em uma entrega de prêmios em Los Angeles e gostei de como ficou", ironizou o cantor em alusão à polêmica que envolveu a festa do Oscar, onde não lhe deixaram cantar por ser considerado pouco conhecido para a ocasião.
Quem também não o deixou falar demais, pelo menos sem interrupções, foram seus fãs, que não pararam de falar, mesmo à distância.
"Mujica!", gritou de repente um deles, e Drexler, entre risos, respondeu: "O que eu mais gosto nele (o ex-presidente uruguaio, José Mujica) é o fato de fazer política sem enriquecer, porque não nos esqueçamos que é uma profissão de serviço para as pessoas".
E, vendo que o público estava tão animado quanto ele, afastou por um momento seu violão, se aproximou do microfone e comentou: "Sabiam que, com a legalização da maconha, seu nome se transformou em uma expressão? Há pouco tempo vi uns caras que diziam 'vamos fazer um mujica?'".
Tanta animação e simpatia obrigaram o músico uruguaio a voltar ao palco para três bis e, banhado em um estrondoso aplauso, Drexler se despediu como não podia deixar de ser: fazendo flutuar seus pés pelo palco.
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