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Teatro argentino toma o Rio de Janeiro em Festival Dois Pontos

12/03/2015 14h28

Rio de Janeiro, 12 mar (EFE).- Uma amostra da atual produção dramática argentina tomará a cidade do Rio de Janeiro a partir de amanhã, sexta-feira, na segunda edição do Festival Dois Pontos, promovido pela prefeitura do Rio de Janeiro.

De 13 a 29 de março os cariocas poderão assistir, a preços especiais, um panorama das artes cênicas argentinas a partir de oito obras de teatro de autores e diretores contemporâneos argentinos.

O evento também inclui duas produções brasileiras inspiradas em artistas argentinos, esquetes, quatro espetáculos musicais e o resultado em cena de três oficinas com produtores argentinos.

A mostra, sob a coordenação de Marta Vieira e André Vieira, ocupará cinco salas de teatro, um espaço cultural e um galpão administrados pela prefeitura carioca.

"A Argentina é hoje um produtor de artes cênicas mundialmente reconhecido. Apenas em Buenos Aires há mais de 400 obras em cartaz", destacou André Vieira ao justificar a escolha do país vizinho para a segunda edição do projeto de intercâmbio cultural.

O festival será inaugurado amanhã com a apresentação no teatro Ipanema de "Melancolia e manifestações", uma obra em que Lola Arias faz referências à vida de sua mãe, que foi diagnosticada com depressão em 1976, mesmo ano de nascimento da autora e diretora.

A própria Arias, como atriz, interpreta diversos momentos da vida de sua mãe com a ajuda de outros cinco atores, quatro deles com mais de 70 anos.

Ariel Farace escolheu o Rio de Janeiro para o estreia mundial de "Konstanz morre", um drama escrito e dirigido por ele sobre uma mulher solitária que planeja sua própria morte.

Farace também será representado no festival por "Luisa se estrela contra su casa", um espetáculo montado pela companhia Vilmadiamante em que uma mulher de luto pela morte de seu namorado conversa com um amigo imaginário.

Outra estreia mundial no Rio será "Capitão", uma criação de Agustín Mendilaharzu e Walter Jakob, em associação com Timbre 4, que se aproveita dos bastidores de uma montagem teatral para mostrar o drama de um diretor aposentado que luta para colocar em cena uma nova obra.

Timbre 4 também apresentará "Terceiro Corpo", espetáculo sobre cinco personagens vinculados pela solidão, que está há sete anos em cartaz e que já foi apresentada em mais de 30 festivais.

O festival também oferecerá "La laguna", obra escrita e dirigida por Agostina López em que uma família aproveita uma viagem para lembrar o passado.

O diretor Gabriel Chamé apresentará sua versão de "Othelo", em que aproveita o drama de William Shakespeare para, com linguagens gestuais, de carinhos e burlescos, questionar ideias como traição, lealdade e vingança.

A última obra é "Bambolenat" em que a Companhia Sombra de Arenas usa técnicas de manipulação e de teatro de sombras e coloca em cena artistas de diferentes áreas.

O festival também inclui duas produções brasileiras inspiradas em autores argentinos. "Vestida de mar", do diretor Ricardo César, homenageia a poetiza Alfonsina Storni, e Julio Cortázar inspirou uma produção que mistura músicas de "O perseguidor, um tributo a Cortázar e Charlie Parker" com leituras de tetos de obras do escritor argentino.

As oficinas terão a participação dos diretores argentinos Norberto Empresta e Pablo Ramos Grad, e os espetáculos musicais incluem milongas e tangos do grupo Blas Rivera Trio, integrado pelo saxofonista argentino Blas Rivera, o violoncelista inglês David Chew e a cantora brasileira Michele Barsand.