Com patrocínio de país sob ditadura, Beija-Flor é campeã do carnaval do Rio
Rio de Janeiro, 18 fev (EFE).- A escola de samba Beija-Flor de Nilópolis sagrou-se nesta quarta-feira campeã do carnaval do Rio de Janeiro com um polêmico enredo sobre a Guiné Equatorial e que foi financiado pelo governo desse país africano, que está sob uma ditadura há quase 36 anos.
O desfile da Beija-Flor, na noite de segunda-feira, foi escolhido pelos jurados o melhor entre as 12 agremiações do Grupo Especial do Rio de Janeiro, com 269,9 pontos de 270 possíveis.
A escola de Nilópolis venceu o Salgueiro por 0,4 ponto. Grande Rio (269), Unidos da Tijuca (269) e Portela (269) são as outras escolas que ficaram entre as cinco primeiras e que voltarão à Sapucaí no próximo sábado para o Desfile dos Campeãs. Já a Viradouro ficou em último lugar e voltará no ano que vem para a Série A (segunda divisão).
Este foi o 13º título da Beija-Flor, que não ganhava o título desde 2011. Apesar da opulência das fantasias e dos carros alegóricos, além da perfeição com que passou pelos 700 metros do sambódromo da Marquês de Sapucaí, o desfile da escola foi motivo de uma intensa polêmica por ter sido financiado pelo governo da Guiné Equatorial, ex-colônia espanhola na África Subsaariana.
A escola foi questionada por ter recebido dinheiro de um governo cujo presidente, Teodoro Obiang, chegou ao poder com um golpe de Estado em 1979, e que é criticado por ser um dos governantes mais ricos do mundo em um dos países mais pobres e com constantes violações dos direitos humanos.
Segundo alguns veículos de imprensa, o país africano pagou US$ 10 milhões para que o desfile da Beija-Flor falasse da Guiné Equatorial, mas a escola de samba não confirmou este número. "O valor (do patrocínio) não foi divulgado, é tudo especulação", disse um porta-voz da escola de samba em comunicado enviado à Agência Efe.
O desfile da Beija-Flor teve como testemunha de honra o segundo vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang, filho do presidente e que no final de 2013, durante uma visita ao Brasil, teve que solicitar ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus para evitar sua extradição à França, onde é acusado de lavagem de dinheiro.
Ele também foi acusado de crimes financeiros nos Estados Unidos e, em outubro, assinou um acordo com a justiça desse país para aceitar o confisco de bens de luxo que teriam sido comprados com recursos de negócios corruptos.
A escola não entrou em polêmicas e focou seu desfile na cultura e nas belezas naturais da Guiné Equatorial, deixando a política de lado. No entanto, aproveitou para atiçar os conquistadores espanhóis, portugueses, ingleses, holandeses e franceses que exploraram a pequena nação africana nos últimos cinco séculos, e que foram retratados com rostos ferozes.
No desfile, a Beija-Flor retratou ainda os navios negreiros que levaram os guineanos escravizados para o novo mundo.
O desfile da Beija-Flor, na noite de segunda-feira, foi escolhido pelos jurados o melhor entre as 12 agremiações do Grupo Especial do Rio de Janeiro, com 269,9 pontos de 270 possíveis.
A escola de Nilópolis venceu o Salgueiro por 0,4 ponto. Grande Rio (269), Unidos da Tijuca (269) e Portela (269) são as outras escolas que ficaram entre as cinco primeiras e que voltarão à Sapucaí no próximo sábado para o Desfile dos Campeãs. Já a Viradouro ficou em último lugar e voltará no ano que vem para a Série A (segunda divisão).
Este foi o 13º título da Beija-Flor, que não ganhava o título desde 2011. Apesar da opulência das fantasias e dos carros alegóricos, além da perfeição com que passou pelos 700 metros do sambódromo da Marquês de Sapucaí, o desfile da escola foi motivo de uma intensa polêmica por ter sido financiado pelo governo da Guiné Equatorial, ex-colônia espanhola na África Subsaariana.
A escola foi questionada por ter recebido dinheiro de um governo cujo presidente, Teodoro Obiang, chegou ao poder com um golpe de Estado em 1979, e que é criticado por ser um dos governantes mais ricos do mundo em um dos países mais pobres e com constantes violações dos direitos humanos.
Segundo alguns veículos de imprensa, o país africano pagou US$ 10 milhões para que o desfile da Beija-Flor falasse da Guiné Equatorial, mas a escola de samba não confirmou este número. "O valor (do patrocínio) não foi divulgado, é tudo especulação", disse um porta-voz da escola de samba em comunicado enviado à Agência Efe.
O desfile da Beija-Flor teve como testemunha de honra o segundo vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang, filho do presidente e que no final de 2013, durante uma visita ao Brasil, teve que solicitar ao Supremo Tribunal Federal um habeas corpus para evitar sua extradição à França, onde é acusado de lavagem de dinheiro.
Ele também foi acusado de crimes financeiros nos Estados Unidos e, em outubro, assinou um acordo com a justiça desse país para aceitar o confisco de bens de luxo que teriam sido comprados com recursos de negócios corruptos.
A escola não entrou em polêmicas e focou seu desfile na cultura e nas belezas naturais da Guiné Equatorial, deixando a política de lado. No entanto, aproveitou para atiçar os conquistadores espanhóis, portugueses, ingleses, holandeses e franceses que exploraram a pequena nação africana nos últimos cinco séculos, e que foram retratados com rostos ferozes.
No desfile, a Beija-Flor retratou ainda os navios negreiros que levaram os guineanos escravizados para o novo mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.