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Obama adere a novos meios de comunicação para conquistar os jovens

16/02/2015 20h59

Miriam Burgués

Washington, 16 fev (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se sente cada vez mais confortável com o uso de meios de comunicação não tradicionais para "vender" suas políticas, principalmente entre os jovens, e o último exemplo foi protagonizar um divertido vídeo para o site 'Buzzfeed'.

Intitulado "Coisas que todos fazem, mas não falam", o vídeo viralizou rapidamente pela internet, com mais de 23 milhões de visualizações em menos 24 horas desde que foi postado pelo 'Buzzfeed' no Facebook.

Obama faz quase de tudo no vídeo. Usa óculos de sol, faz caretas e pratica discursos em frente ao espelho, tira uma foto usando um "pau de selfie" e treina arremessos de basquete.

O objetivo do vídeo é estimular os jovens a aderirem ao novo programa da reforma na saúde promulgada em 2010, a maior conquista da política interna de Obama.

O prazo das inscrições terminou no domingo, e para a Casa Branca essa solução era "mais efetiva" do que fazer algo como "colocar um aviso no www.whitehouse.gov ou tuitar cerca 20 vezes por dia", explicou o especialista de mídia Erik Wemple ao jornal "The Washington Post".

Andrew Gauthier, produtor executivo da divisão de vídeo de 'Buzzfeed', explicou ao site "The Hollywood Reporter" que Obama fez a gravação com muito bom humor, desde o "selfie" até rir de si mesmo em frente ao espelho.

"Foi uma oportunidade para ele se divertir. Ele se envolveu totalmente", comentou Gauthier.

No fim do vídeo, quando Obama diz "Yolo" ("You only live once", ou "só se vive uma vez"), é possível escutar risadas ao fundo porque essa parte foi completamente improvisada pelo presidente.

Com a enorme divulgação, alguns comentaristas, principalmente na ala mais conservadora da imprensa, como a emissora "Fox", criticaram que a divulgação do vídeo com as "caretas" do presidente em frente ao espelho tenham sido postadas pouco depois da confirmação da morte da voluntária americana Kayla Müller, refém do Estado Islâmico (EI).

Em março do ano passado, Obama também quis promover a inscrição no novo programa de saúde entre os jovens com uma entrevista ao programa satírico do ator e comediante Zach Galifianakis, que é exibido no site "Funny or Die".

Durante a entrevista, o ator perguntou sobre como se sentia "ao ser o último presidente negro" dos Estados Unidos e Obama contra-atacou ironicamente.

"É sério? O que você sente ao ser a última vez que fala com um presidente?", disse Obama.

No fim da conversa, Obama apertou um botão, um cenário de fundo caiu e foi descoberto que a entrevista havia sido gravada na Casa Branca.

"O senhor esteve gravando esses programas aqui na Sala Diplomática? Quem deu permissão?", questionou o presidente, antes de ouvir a resposta de Galifianakis: "Bush".

Dois dias depois do tradicional discurso sobre o Estado da União perante o Congresso, em janeiro, Obama se juntou a três celebridades de YouTube para uma entrevista ao vivo na rede social.

GloZell Green, conhecida por seus extravagantes experimentos, Bethany Mota, que dá dicas de maquiagem e decorações, e Hank Green, criador de vídeos de tecnologia e ciência, fizeram perguntas inteligentes ao presidente e tiraram uma "selfie" com ele.

A estratégia de contar com os meios digitais é, em grande parte, obra de Dan Pfeiffer, um dos assessores mais próximos a Obama e que, antes de deixar o cargo, no início de março, prevê divulgar uma série de recomendações para que a Casa Branca continue a atrair o interesse dos internautas.