Bloco tem lama como principal fantasia no exótico carnaval de Paraty
Paraty (Brasil), 15 fev (EFE).- O carnaval de Paraty é conhecido por uma fantasia inusitada, que combina o exótico e o terapêutico: a lama escura dos mangues dessa cidade histórica do litoral sul do Rio de Janeiro.
O desfile do Bloco da Lama, que acontece na próxima terça-feira, tem por ingrediente básico o barro negro do mangue da praia de Jabaquara, no qual cerca de 2 mil foliões devem mergulhar neste carnaval em Paraty, cidade colonial e patrimônio da humanidade.
Longe das fantasias coloridas, cheias de purpurina e acessórios típicos dos desfiles de rua do Rio de Janeiro, o grupo de "enlameados" se diverte da forma mais rústica possível, com o barro como protagonista absoluto.
"A lama une, espanta a energia ruim, purifica e revela a alegria que é o carnaval", disse à Agência Efe o coordenador do bloco, Ney Paraty.
Os foliões enlameados tentam resgatar seu lado mais primitivo e por isso participam de uma dança inspirada nos homens das cavernas que, segundo Ney, pretende trazer "à tona o outro lado do humano, o 'uga, uga'" de cada um.
Para isso, os foliões se cobrem de lama e trapos, alguns até utilizam adereços como crânios e ossos, imitando as tribos ancestrais com os gritos de "uga, uga, ha, ha".
Dessa maneira, percorrem os cerca de dois quilômetros que separam o mangue e as ruas de pedra de Paraty, antes de encerrar o desfile em frente a um palco musical.
Nessa mistura de lama, cultura primitiva e popular, o que prevalece é um "carnaval refrescante", disse à Efe o holandês Josh Vyerberg, que participa pelo segundo ano consecutivo.
"Vim sozinho e agora trouxe amigos. Me sinto muito bem, já que a lama é refrescante", disse.
O Bloco da Lama existe desde 1985 e, segundo os organizadores, surgiu de uma piada entre amigos, que usaram a lama do mangue para se proteger dos mosquitos e transformaram esta brincadeira em um símbolo do carnaval da cidade.
No entanto, também circula a lenda de que o barro foi um "protesto lamacento" contra a construção da usina nuclear de Angra 2, localizada na cidade vizinha de Angra dos Reis.
O bloco já se tornou tradição e a cada ano os moradores de Paraty, e um número cada vez maior de turistas, tornam a cidade colonial um ambiente mais "primitivo".
"Como parte da superstição, eu venho com um grupo de amigos todo ano ímpar para participar do Bloco da Lama, o melhor e mais diferente do Brasil", disse o farmacêutico, Douglas Sevilha, que vive em São Paulo.
A expectativa dos organizadores do bloco é transformar o carnaval da lama em uma tradição nacional e até levar seus rituais tribais para outros países.
ic/rpr
(foto) (vídeo)
O desfile do Bloco da Lama, que acontece na próxima terça-feira, tem por ingrediente básico o barro negro do mangue da praia de Jabaquara, no qual cerca de 2 mil foliões devem mergulhar neste carnaval em Paraty, cidade colonial e patrimônio da humanidade.
Longe das fantasias coloridas, cheias de purpurina e acessórios típicos dos desfiles de rua do Rio de Janeiro, o grupo de "enlameados" se diverte da forma mais rústica possível, com o barro como protagonista absoluto.
"A lama une, espanta a energia ruim, purifica e revela a alegria que é o carnaval", disse à Agência Efe o coordenador do bloco, Ney Paraty.
Os foliões enlameados tentam resgatar seu lado mais primitivo e por isso participam de uma dança inspirada nos homens das cavernas que, segundo Ney, pretende trazer "à tona o outro lado do humano, o 'uga, uga'" de cada um.
Para isso, os foliões se cobrem de lama e trapos, alguns até utilizam adereços como crânios e ossos, imitando as tribos ancestrais com os gritos de "uga, uga, ha, ha".
Dessa maneira, percorrem os cerca de dois quilômetros que separam o mangue e as ruas de pedra de Paraty, antes de encerrar o desfile em frente a um palco musical.
Nessa mistura de lama, cultura primitiva e popular, o que prevalece é um "carnaval refrescante", disse à Efe o holandês Josh Vyerberg, que participa pelo segundo ano consecutivo.
"Vim sozinho e agora trouxe amigos. Me sinto muito bem, já que a lama é refrescante", disse.
O Bloco da Lama existe desde 1985 e, segundo os organizadores, surgiu de uma piada entre amigos, que usaram a lama do mangue para se proteger dos mosquitos e transformaram esta brincadeira em um símbolo do carnaval da cidade.
No entanto, também circula a lenda de que o barro foi um "protesto lamacento" contra a construção da usina nuclear de Angra 2, localizada na cidade vizinha de Angra dos Reis.
O bloco já se tornou tradição e a cada ano os moradores de Paraty, e um número cada vez maior de turistas, tornam a cidade colonial um ambiente mais "primitivo".
"Como parte da superstição, eu venho com um grupo de amigos todo ano ímpar para participar do Bloco da Lama, o melhor e mais diferente do Brasil", disse o farmacêutico, Douglas Sevilha, que vive em São Paulo.
A expectativa dos organizadores do bloco é transformar o carnaval da lama em uma tradição nacional e até levar seus rituais tribais para outros países.
ic/rpr
(foto) (vídeo)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.