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"Artista da vagina" é detida novamente no Japão por exibir obras obscenas

A artista plástica Megumi Igarashi, 42, de Tóquio, foi presa em julho após enviar imagens em 3D de sua vagina para cerca de 30 pessoas. A ideia da artista, que responde pelo pseudônimo Rokudenashiko, era construir caiaques com o formato de seu órgão sexual - Reprodução/BBC
A artista plástica Megumi Igarashi, 42, de Tóquio, foi presa em julho após enviar imagens em 3D de sua vagina para cerca de 30 pessoas. A ideia da artista, que responde pelo pseudônimo Rokudenashiko, era construir caiaques com o formato de seu órgão sexual Imagem: Reprodução/BBC

De Tóquio (Japão)

03/12/2014 09h50Atualizada em 03/12/2014 10h43

A polícia japonesa voltou a deter nesta quarta-feira (3) a conhecida "artista da vagina" por exibir esculturas de seus órgãos genitais que poderiam ser consideradas "obscenas" pelo código penal japonês. Ela já havia sido detida em julho por um delito similar.

Trata-se de Megumi Igarashi, uma artista de 42 anos residente em Tóquio, que embora assine suas obras como Rokudenashi-ko ("menina má"), foi batizada pelos meios de comunicação como "artista da vagina" por suas diversas esculturas e instalações de arte pop inspiradas nos genitais femininos.

Igarashi foi detida hoje no distrito de Setagaya junto com a proprietária de um "sex shop", Minori Watanabe, já que ambas, supostamente, são responsáveis por distribuir "material obsceno", segundo o jornal "Asahi".

O estabelecimento teria exibido esculturas de gesso criadas por Igarashi e que reproduzem sua própria vagina, disseram fontes policiais ao citado jornal.

As duas detidas negaram as acusações e afirmaram que os genitais femininos "não são obscenos", segundo a mesma fonte.

A ilustradora e escultura ganhou fama em julho quando passou uma semana detida por ter enviado dados que serviam para recriar seus genitais com uma impressora 3D, o que segundo as autoridades vulnera a lei japonesa que proíbe distribuir material "obsceno".

Sua detenção atraiu a atenção dos meios de comunicação nacionais e internacionais, e inclusive foi objeto de um pedido através de internet, no qual mais de 21 mil pessoas reivindicaram sua libertação.

Igarashi foi libertada sob a condição de destruir os dados que tinha distribuído e as obras nas quais reproduz sua vagina.

Se for declarada culpada após a nova detenção, a acusada pode ser condenada a uma pena de até dois anos de prisão ou multa de 2,5 milhões de ienes (US$ 24,6 mil), segundo os meios de comunicação japoneses.

O código penal japonês proíbe a distribuição de materiais "obscenos", embora não inclui uma definição exata desta categoria.

Na prática, as reproduções de genitais humanos que aparecem em meios de comunicação audiovisuais e impressos- por exemplo, na indústria pornográfica japonesa- são censuradas para evitar problemas legais.