Universidade do Texas adquire arquivo pessoal de García Márquez
A Universidade do Texas, nos Estados Unidos, adquiriu o arquivo pessoal do Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, que contém manuscritos, notas, fotos e cartas, informou nesta segunda-feira o jornal "The New York Times", que falou com fontes da instituição.
O arquivo de Garcia Márquez, que morreu em abril na Cidade do México, onde morava, passará a fazer parte da coleção do Centro Harry Ransom, junto a objetos de Jorge Luis Borges, James Joyce, Ernest Hemingway e William Faulkner, entre muitos outros escritores. A Universidade deve fazer o anúncio oficial nesta segunta (24).
"É muito apropriado que seja uma das nossas coleções. É difícil pensar em um romancista que tenha tido tão amplo impacto" disse ao "The New York Times" o diretor do Centro Harry Ransom, Stephen Enniss.
O arquivo, comprado da família do escritor por um valor não revelado, contém "material relacionado a todas as suas obras importantes", incluindo o manuscrito final de "Cem anos de Solidão" (1967) e uma cópia de "En agosto nos vemos", sua obra inacabada e publicada parcialmente pelo "The New Yorker" (EUA) e pelo "La Vanguardia" (Espanha).
O acervo inclui ainda duas mil cartas que o autor colombiano trocou com os escritores Graham Greene, Milan Kundera, Julio Cortázar, Günter Grass e Carlos Fuentes, 40 álbuns de fotos e material relacionado as suas atividades políticas e sua estreita amizade com o líder cubano Fidel Castro.
O anúncio da venda do arquivo à instituição americana já despertou as primeiras reações na Colômbia, cuja ministra de Cultura, Mariana Garcés, disse que, para o país, "é uma lástima não tê-lo".
Gonzalo García Barcha, um dos filhos do escritor, explicou à emissora "Blu Radio" que o governo colombiano nunca fez oferta e, por isso, a família decidiu enviar os arquivos à universidade.
"Nós queríamos que estivesse bem acompanhado", acrescentou Barcha, ao argumentar que na instituição há "coleções semelhantes".
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