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Editores descobrem 30 contos e poemas inéditos escritos por Truman Capote

Da EFE, em Berlim

06/10/2014 16h06

O jornal semanário alemão "Die Zeit" anunciou nesta segunda-feira (6) a descoberta de 30 contos e poemas inéditos escritos na adolescência pelo norte-americano Truman Capote. Os textos começarão a ser publicados na próxima quinta-feira.

Segundo explica o "Die Zeit" em comunicado, o diretor da editora alemã Kein & Aber, Peter Haag, e a editora da obra de Truman Capote, Anuschka Roshani, são os responsáveis pelo achado.

Trata-se de cerca de 20 contos e uma dúzia de poemas que Truman Capote escreveu quando estudava no ensino médio, entre 1935 e 1943. Uma primeira seleção destes textos será publicada pela primeira vez nesta quinta-feira na revista do semanário, "ZEITmagazine".

Segundo o jornal, nesses contos, que se situam frequentemente à margem das experiências frequentes de um adolescente, Capote já se mostra como "um grande estilista". 

No dia 9 de outubro, a revista publicará quatro deles. Em 2015, os contos serão publicados em livro em inglês pela editora Random House, de Nova York, e em alemão pela Kein & Aber. 

Vida e obra

Considerado um dos melhores escritores e pensadores dos Estados Unidos na segunda metade do século 20, junto a Gore Vidal e Norman Mailer, Capote saltou à fama em 1948 com seu primeiro romance, "Outras Vozes, Outros Âmbitos", no qual trata abertamente do tema homossexualidade.

No entanto, o seu romance mais celebrado é "A Sangue Frio" (1966), graças à criação do termo romance de não ficção e do qual foi realizada, em 1967, uma adaptação para o cinema pelo diretor Richard Brooks. Em 2005, o escritor ganhou vida novamente na interpretação de Philip Seymour Hoffman, que ganhou um Oscar de melhor ator pelo papel em "Capote".

O brilhante e polêmico escritor que disse "sou alcoólico, sou drogado, sou homossexual e sou um gênio", levou uma vida regada por álcool e pelas drogas, o que não impediu de revolucionar o conceito do jornalismo e de contar os fatos noticiosos.

Sua dependência cada vez maior de psicofármacos, combinados com o álcool, deterioraram sua saúde e suas relações com muitos de seus amigos, até morrer em 1984, em Los Angeles, vítima de um câncer de fígado.