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Congolesa Caddy Adzuba vence prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia

03/09/2014 08h30

Oviedo (Espanha), 3 set (EFE).- A jornalista congolesa Caddy Adzuba, uma reconhecida ativista pela liberdade de imprensa e pelos direitos das mulheres em seu país, foi agraciada nesta quarta-feira com o Prêmio Príncipe de Astúrias da Concórdia 2014.

Ameaçada de morte desde que passou a denunciar a violência sexual contra as mulheres de seu país, em guerra desde 1996, essa jornalista de 33 anos esteve a ponto de ser assassinada em duas ocasiões e, por isso, tem proteção garantida pelas Nações Unidas.

O ata do júri qualificou a ativista congolesa como "um símbolo da luta pacífica contra a violência que afeta as mulheres, a pobreza e a discriminação, através de um trabalho arriscado e generoso".

Caddy Adzuba, que nasceu em 1981 em Bukavu, na República Democrática do Congo, é formada em direito e, atualmente, trabalha na "Rádio Okapi", emissora da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco), transmitida em todo país desde 2002.

Através de seu trabalho no jornalismo, Caddy Adzuba vem denunciando as torturas e os estupros praticados contra as mulheres congolesas, promovendo reinserção em uma sociedade que, por conta desse fato, costuma repudiá-las.

Neste aspecto, a ativista advoga pela aplicação das resoluções 1.325 e 1.848 das Nações Unidas, as quais condenam expressamente os estupros contra mulheres, meninos e meninas em situações de conflito armado.

Além disso, apela à consciência dos dirigentes de países desenvolvidos e de multinacionais com interesses econômicos no congo para investir na região com o objetivo de impulsionar uma sociedade castigada pela pobreza e pelo conflito bélico.

O nome de Adzuba era um dos 40 candidatos de 32 países que haviam se apresentado a este prêmio, o último a ser concedido na presente edição dos Prêmios Príncipe das Astúrias.

Previamente, foram premiados o arquiteto americano Frank O. Gehry (Artes), o historiador francês Joseph Pérez (Ciências Sociais) e o cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como "Quino" (Comunicação e Humanidades).

Os químicos Avelino Corma Canós, Mark E. Davis e Galen D. Stucky (Pesquisa Científica e Técnica), o escritor irlandês John Banville (Letras), o Programa Fulbright de troca educativa e cultural (Cooperação Internacional) e a Maratona de Nova York (Esportes) completam a lista de premiados deste ano.