Estátua egípcia de 4.000 anos é vendida por 15,7 milhões de libras

Uma estátua egípcia de mais de quatro mil anos foi leiloada nesta quinta-feira (10) na casa Christie's de Londres por 15,7 milhões de libras (cerca de R$ 59,752 milhões), muito acima do preço inicialmente avaliado.

O leilão da peça, de calcário e dedicada ao inspetor dos escribas Sekhemka, tinha gerado polêmica e foi condenada pelo embaixador do Egito em Londres.

A Prefeitura de Northampton (no centro da Inglaterra) decidiu leiloar a relíquia para arrecadar fundos para custear uma extensão do Museu e Galeria de Arte da cidade, apesar da oposição de grupos locais.

Antes da venda, o embaixador egípcio, Ahsraf Elkholy, disse que este era "um abuso da arqueologia egípcia e da propriedade cultural", em declarações a "BBC".

O diplomata questionou que um museu possa vender uma peça de sua coleção quando "deveria estar em exibição ao público" e mostrou sua preocupação de que a estátua, de 75 centímetros de altura e datada de 2.400-2.300 AC, "vá parar em uma coleção privada".

"Um museu não é uma loja. Sekhemka pertence ao Egito e se a prefeitura de Northampton não a quer, deve devolvê-la", afirmou Elkholy, que, segundo a emissora, acrescentou que "não é ético nem aceitável" vendê-la para obter lucro.

De acordo com a "BBC", várias pessoas se reuniram na entrada da Christie's em Londres para protestar pelo leilão da obra, que foi arrematado muito acima do preço máximo estimado de seis milhões de libras (R$ 22,835 milhões) na chamada "proposta excepcional", dedicada a objetos raros.

O Conselho da Arte da Inglaterra advertiu que o novo Museu de Northampton poderá ficar excluído de subvenções pela decisão de vender a estátua.