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Coleção de obras de arte de Detroit é avaliada em até US$ 4,6 bi

De Washington, nos EUA

09/07/2014 21h18

A coleção de arte da cidade de Detroit foi avaliada pelo Instituto de Artes de Detroit (DIA) em até US$ 4,6 bilhões, o que seria um alívio maior do esperado para o processo de reestruturação financeira da cidade americana após a declaração de moratória.

O relatório divulgado nesta quarta-feira (9) pelo Instituto de Artes de Detroit (DIA) apontou que ao redor de 60 mil peças de arte da impressionante coleção da cidade, a maior do estado de Michigan, estão avaliadas entre US$ 2,8 e US$ 4,6 bilhões.

Os credores da capital do motor, que declarou falência ano passado, esperam que a cidade decida vender sua coleção, com obras tão importantes como murais de Diego Rivera, pinturas de Pablo Picasso, Vicent Van Gogh, Henri Matisse e Juan Gray, para ajudar a sanar parte das dívidas.

No entanto, a estimativa realizada pelo fundo de investimentos Artvest Partners acredita que a Prefeitura de Detroit não poderia conseguir mais do que US$ 1,8 bilhão se vendesse as obras durante o processo de falência, devido as limitações legais e a necessidade de completar as vendas com urgência.

No pior dos cenários, levando em conta a estagnação no mercado de arte e problemas legais para vender as peças, o relatório considera que o valor seria de no mínimo US$ 850 milhões.

"De maneira abstrata a coleção vale bilhões, outra coisa é examinar as condições e fatores que afetam a venda", explicou hoje ao jornal local "Detroit Free Press" o porta-voz de Kevyn Orr, o gerente de emergência no processo de moratória.

Os principais credores do governo de Detroit acusaram Orr de querer mostrar que a coleção tem um valor menor do que o real para diminuir a expectativa e as reivindicações para que honrem as dívidas.

Detroit acumulou US$ 18 bilhões em dívidas de longo prazo que não pode pagar após décadas de má gestão e uma queda da população causada pela crise do setor industrial nos Estados Unidos.

A cidade, que esteve à altura de Nova York na década de 1950, amealhou durante os anos dourados uma impressionante coleção que também inclui obras de Rembrandt e Pieter Brueghel.