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Livro com dedicatória de Oscar Wilde é vendido por US$ 93 mil em Londres

Imagem de uma edição de "A Importância de Se Chamar Ernesto" autografada por de Oscar Wilde em 1899 - EFE
Imagem de uma edição de "A Importância de Se Chamar Ernesto" autografada por de Oscar Wilde em 1899 Imagem: EFE

Da EFE, em Londres

18/06/2014 12h05

Uma primeira edição de "A Importância de Se Chamar Ernesto", de Oscar Wilde, que ele mesmo dedicou ao governador da prisão na qual esteve confinado, foi vendido nesta quarta-feira (18) em Londres por 55 mil libras (US$ 93 mil). "Ao Major Nelson: do autor. Um reconhecimento trivial por sua magnífica e nobre amabilidade. Fevereiro, 99", escreveu o irlandês.

O dramaturgo e poeta irlandês o presenteou em 1899 a James Nelson, administrador da prisão de Reading, no sul da Inglaterra, onde esteve preso por "indecência grave e sodomia", porque este tinha lhe permitido voltar a ler e a escrever em seu segundo ano de reclusão.

A obra, comprada no leilão "Livros, Mapas, Manuscritos e Fotografias Históricas" de Bonhams, é a número 13 de cem cópias da divertida comédia, o último trabalho de Wilde antes de ser condenado em maio de 1895 e com o qual teve muito sucesso. 

Wilde (1854-1900) foi condenado em maio de 1895 e levado em novembro a Reading, onde ficou à mercê do diretor Henry Isaacson, um homem com "a alma de um rato", no julgamento do escritor, que lhe proibiu uma atividade que o irlandês considerava "vital para manter o equilíbrio mental".

Quando em julho de 1896 Nelson substituiu Isaacson, o dramaturgo recebeu permissão para guardar em sua cela material de escrita e redigiu "De Profundis", uma extensa carta dirigida a seu amante Alfred Douglas, com quem mantinha uma relação homossexual que o levou a seu encarceramento quando estava no auge de sua carreira literária.

O diretor da prisão não só lhe permitiu ler e escrever, mas lhe concedeu o privilégio de ficar de noite com seus papéis para poder seguir o fio do texto que estava redigindo.