Casa de leilão apresenta maior exposição "não autorizada" de Banksy
A casa de leilões Sotheby's expõe a partir desta sexta-feira (6) em Londres a maior exposição "não autorizada" do artista urbano Banksy, que reúne obras famosas, outras mais desconhecidas e que podem chegar ao valor de US$ 840 mil.
Apesar da arte do enigmático artista britânico não ser concebida para ser "comercializada", todas as 70 peças expostas, entre pinturas, esculturas e serigrafias, estão à venda, segundo o curador Steve Lazarides, que foi agente de Banksy durante uma década.
"Não acho que teremos novamente uma coleção como esta, que reúna tantas de suas obras", disse à Agência Efe Lazarides, que, por outro lado, admitiu que o artista deveria estar "odiando" a realização dessa exposição.
A estrela dessa exposição da Sotheby's, e também a favorita de Lazarides, é a obra "Pest Control" (Controle de Pragas, em livre tradução), que Banksy fez de forma ilegal no museu de História de Natural de Londres em 2004.
Trata-se da reprodução de um rato com uma mochila nas costas, uma lata de spray e uma lanterna, além de óculos escuros na cabeça, sob a inscrição "Our time will come" (nosso tempo virá), com a qual o artista critica a proliferação de pragas pelos resíduos gerados pela sociedade.
Lazarides considerou incrível o fato da reprodução do rato ter despertado mais a atenção do público do que à própria coleção do museu durante o tempo em que ficou exposta, até ser retirada pela equipe de segurança.
Na retrospectiva, também figuram as imitações que Banksy fez de alguns clássicos da arte, como a escultura "David", de Michelangelo, que aparece com um colete à prova de balas em sua versão.
O "Burguer King" (2006), que representa uma criança negra com coroa da conhecida rede de fast-food e um prato de comida vazio em sua frente, também aparece em uma das salas da galeria.
Também se exibem algumas de suas primeiras obras, como "Avon & Somerset Constabulary", uma pintura impressa em Bristol, onde Banksy começou sua carreira em 2001, que representa dois agentes tentando "caçar" o artista.
Lazarides, que fundamental na projeção internacional de Banksy, definiu o trabalho do artista urbano como um "compromisso social". Em relação ao mistério em torno de sua identidade, o galerista britânico opina que essa característica "é parte do que é Banksy", já que ele nunca quis ser tratado como "um famoso".
A relação profissional entre ambos, rompida em 2009, começou quando Lazarides fotografou o artista britânico em uma ocasião. Desde então, Banksy passou a chamá-lo para retratar suas obras. De fotógrafo a agente, Lazarides se considera um "privilegiado" por ter trabalhado com o grafiteiro mais cotado no mundo.
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