Museu da Memória lembra ao mundo as tragédias e os heróis do 11 de setembro
Emilio López Romero.
Nova York, 14 mai (EFE).- Quase 13 anos depois dos ataques terroristas, Nova York finalmente apresentou o Museu Nacional da Memória do 11 de Setembro, para lembrar a todo o mundo as tragédias e lições daqueles dias, com as atenções voltadas às três mil vítimas e aos heróis que deram sua vida.
"Com esta abertura cumprimos o compromisso que tínhamos com os familiares das vítimas, que nunca esqueceremos os que perdemos nem as lições terríveis que aprendemos nesse dia", disse o presidente do Memorial do 11/9, Michael Bloomberg, ao apresentar à imprensa o museu que abrirá suas portas ao público no dia 21 de maio.
Ao longo de várias salas distribuídas em mais de 10.300 metros quadrados de exposição, os visitantes encontrarão desde dois tridentes de aço que fizeram parte da estrutura da fachada da Torre Norte até os restos de um caminhão de bombeiros ou o motor de um dos elevadores da Torre Sul.
Os dois setores principais do museu se encontram sob as enormes piscinas do Memorial do 11/9, onde se podem ver fotografias, maquetes e objetos pessoais das vítimas e do pessoal dos serviços de emergência e resgate, em um emocionante percurso onde o visual e o sonoro têm um papel fundamental.
Outro dos pontos centrais é uma enorme sala onde se encontra "a última coluna", de 56 toneladas e quase 11 metros de altura, retirada do "marco zero" em maio de 2002 e que nas semanas posteriores foi coberta de mensagens, fotos e outras lembranças pelo pessoal de resgate, voluntários e familiares das vítimas.
Também há um espaço importante que repassa a história nos anos prévios aos ataques, desde o primeiro atentado contra o World Trade Center em 1993 e o surgimento da Al Qaeda, a suas posteriores consequências, em uma tentativa dos responsáveis do Memorial de convidar as pessoas a refletir sobre o que significa o atentado.
O presidente Barack Obama viajará amanhã a Nova York para liderar a inauguração oficial do Museu da Memória, que abrirá durante uma semana exclusivamente aos familiares das vítimas e ao pessoal de resgate antes da abertura ao público.
"O Museu da Memória ajudará a contar o que não entenderam as pessoas que atentaram contra nós: os laços que nos unem se fortalecem de maneira extraordinária quando temos que enfrentar este tipo de circunstância inimaginável", declarou o responsável do Memorial do 11/9, Joe Daniels.
A abertura do museu não esteve isenta de polêmica, já que um grupo de familiares expressou seu mal-estar pela mudança de local dos restos de seus parentes, que já estão em uma sala privada nos porões do edifício na qual só podem entrar as famílias e os analistas que seguem trabalhando na identificação.
Ainda resta identificar 1.115 das 2.753 pessoas que morreram naquele dia após a queda das Torres Gêmeas, e dos cerca de 22 mil fragmentos humanos recuperados no "marco zero" quase um terço ainda não foi analisado, segundo os últimos dados do escritório legista da cidade.
"Isto não é um cemitério. Não viemos enterrar nossos mortos aqui. Entendo que haja pessoas que não concordem com esta decisão, mas toda sua argumentação parte de uma ideia falsa", afirmou à Agência Efe Charles G. Wolf, um dos familiares das vítimas que apoiou a mudança de local dos restos.
Bloomberg foi hoje ainda mais direto. "Estamos em uma democracia e é preciso respeitar o que quer a maioria", respondeu o ex-prefeito quando os jornalistas fizeram a inevitável pergunta.
"Há quase três mil famílias que acham que é uma boa ideia e algumas dezenas que estão contra", acrescentou.
O ex-prefeito de Nova York e presidente da junta do Memorial do 11/9, também abordou o debate pelos US$ 24 que custará a entrada. "Escrevam a seus congressistas para que pressionem para obter mais fundos federais", disse Bloomberg, que lembrou que o governo aprovou US$ 250 milhões e só a segurança custa US$ 10 milhões por ano.
"Para mim é a culminação de doze anos de trabalho e acho que no final valeu a pena", assegurou Wolf, que em todo caso evitou falar de um ponto final com a abertura do museu. "Sem dúvida amanhã vai ser um dia difícil, mas ao mesmo tempo vai ser maravilhoso", concluiu.
Nova York, 14 mai (EFE).- Quase 13 anos depois dos ataques terroristas, Nova York finalmente apresentou o Museu Nacional da Memória do 11 de Setembro, para lembrar a todo o mundo as tragédias e lições daqueles dias, com as atenções voltadas às três mil vítimas e aos heróis que deram sua vida.
"Com esta abertura cumprimos o compromisso que tínhamos com os familiares das vítimas, que nunca esqueceremos os que perdemos nem as lições terríveis que aprendemos nesse dia", disse o presidente do Memorial do 11/9, Michael Bloomberg, ao apresentar à imprensa o museu que abrirá suas portas ao público no dia 21 de maio.
Ao longo de várias salas distribuídas em mais de 10.300 metros quadrados de exposição, os visitantes encontrarão desde dois tridentes de aço que fizeram parte da estrutura da fachada da Torre Norte até os restos de um caminhão de bombeiros ou o motor de um dos elevadores da Torre Sul.
Os dois setores principais do museu se encontram sob as enormes piscinas do Memorial do 11/9, onde se podem ver fotografias, maquetes e objetos pessoais das vítimas e do pessoal dos serviços de emergência e resgate, em um emocionante percurso onde o visual e o sonoro têm um papel fundamental.
Outro dos pontos centrais é uma enorme sala onde se encontra "a última coluna", de 56 toneladas e quase 11 metros de altura, retirada do "marco zero" em maio de 2002 e que nas semanas posteriores foi coberta de mensagens, fotos e outras lembranças pelo pessoal de resgate, voluntários e familiares das vítimas.
Também há um espaço importante que repassa a história nos anos prévios aos ataques, desde o primeiro atentado contra o World Trade Center em 1993 e o surgimento da Al Qaeda, a suas posteriores consequências, em uma tentativa dos responsáveis do Memorial de convidar as pessoas a refletir sobre o que significa o atentado.
O presidente Barack Obama viajará amanhã a Nova York para liderar a inauguração oficial do Museu da Memória, que abrirá durante uma semana exclusivamente aos familiares das vítimas e ao pessoal de resgate antes da abertura ao público.
"O Museu da Memória ajudará a contar o que não entenderam as pessoas que atentaram contra nós: os laços que nos unem se fortalecem de maneira extraordinária quando temos que enfrentar este tipo de circunstância inimaginável", declarou o responsável do Memorial do 11/9, Joe Daniels.
A abertura do museu não esteve isenta de polêmica, já que um grupo de familiares expressou seu mal-estar pela mudança de local dos restos de seus parentes, que já estão em uma sala privada nos porões do edifício na qual só podem entrar as famílias e os analistas que seguem trabalhando na identificação.
Ainda resta identificar 1.115 das 2.753 pessoas que morreram naquele dia após a queda das Torres Gêmeas, e dos cerca de 22 mil fragmentos humanos recuperados no "marco zero" quase um terço ainda não foi analisado, segundo os últimos dados do escritório legista da cidade.
"Isto não é um cemitério. Não viemos enterrar nossos mortos aqui. Entendo que haja pessoas que não concordem com esta decisão, mas toda sua argumentação parte de uma ideia falsa", afirmou à Agência Efe Charles G. Wolf, um dos familiares das vítimas que apoiou a mudança de local dos restos.
Bloomberg foi hoje ainda mais direto. "Estamos em uma democracia e é preciso respeitar o que quer a maioria", respondeu o ex-prefeito quando os jornalistas fizeram a inevitável pergunta.
"Há quase três mil famílias que acham que é uma boa ideia e algumas dezenas que estão contra", acrescentou.
O ex-prefeito de Nova York e presidente da junta do Memorial do 11/9, também abordou o debate pelos US$ 24 que custará a entrada. "Escrevam a seus congressistas para que pressionem para obter mais fundos federais", disse Bloomberg, que lembrou que o governo aprovou US$ 250 milhões e só a segurança custa US$ 10 milhões por ano.
"Para mim é a culminação de doze anos de trabalho e acho que no final valeu a pena", assegurou Wolf, que em todo caso evitou falar de um ponto final com a abertura do museu. "Sem dúvida amanhã vai ser um dia difícil, mas ao mesmo tempo vai ser maravilhoso", concluiu.
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