Jornalistas do Le Monde discutem futuro do jornal após demissão coletiva
Paris, 7 mai (EFE).- Os jornalistas do jornal francês "Le Monde" decidiram nesta quarta-feira dar uma semana de margem para mediar com a direção e conseguir mudanças, após o pedido de demissão ontem de sete de seus 11 redatores-chefe.
Após um encontro de cerca de três horas, os jornalistas estabeleceram esse prazo, antes de se reunirem na próxima quarta-feira, 14, com os acionistas e analisar os próximos passos.
Os grupos que representam a equipe da edição em papel e da digital tinham denunciado "uma perda global de confiança na direção do rotativo" e pedido "uma direção coletiva e funcional" que escutasse "de verdade" seus funcionários.
Embora a saída de Natalie Nougayrède da direção esteja nas mãos do trio de sócios financeiros, Pierre Bergé, Xavier Niel e Matthieu Pigasse, sua posição ficou muito enfraquecida após o episódio.
O conflito estava sendo gestado há meses e explodiu ontem, quando esses sete redatores-chefe, a maioria responsáveis por editoriais digitais, apresentaram sua demissão em bloco, uma situação inédita nos 70 anos de história do jornal.
A renúncia, que não acontecerá até que sejam substituídos, foi o ápice da crise editorial e de gestão que atravessa o mais prestigiado jornal da França e chegou através de uma carta à direção da empresa.
"Há vários meses, enviamos várias mensagens para alertar das graves disfuncionalidades, da ausência de confiança e de comunicação com a direção do jornal", dizia a carta.
Elas se queixavam que nesse todo tempo tinham tentado apresentar soluções, "sem sucesso", o que os levou a constatar que já não estão em condições de cumprir com as tarefas atribuídas.
Na origem do conflito está o desacordo sobre a fórmula para a edição em papel prevista com a chegada em março de 2013 de Nougayrède à direção, após a morte repentina de Erik Izraelewicz causada um infarto.
E, dentro do projeto, um plano de mobilidade interna aparentemente não pactuado, que prevê o fechamento de 57 postos da redação em papel e sua redistribuição interna, principalmente na seção digital, onde, de acordo com o que vazou da reunião, não será renovado para os que têm contrato temporário.
A ideia original era aplicar os projetos até fim de junho, mas a demissão de terça-feira levou Louis Dreyfus, presidente do grupo, a desacelerar o ritmo das reformas e adiá-las até setembro.
Nougayrède e seus dois adjuntos, segundo os outros veículos da imprensa francesa, estão isolados e viram ser rechaçados e combatidos os projetos em andamento, em um momento em que os redatores criticam não serem levados em consideração.
Alguns redatores-chefe tinham ameaçado renunciar no fim do ano passado, uma situação que não parecia ter melhorado desde então.
Este domingo, como publicou hoje o jornal "Libération", a diretora chamou os que tinham advertido de novo sobre a intenções de sair de "golpistas".
O desafio lançado contra Nougayrède, antiga correspondente em Moscou e correspondente diplomática, contrasta com o apoio majoritário que recebeu o assumir o comando.
Na época, 79,98% da redação apoiou a nomeação de Nougayrède, que se transformou na primeira mulher a tomar as rédeas do jornal.
A demissão dos redatores-chefe foi precedida na semana passada de um relatório publicado pela Mediapart e realizado pela empresa Technologia, especializada na avaliação e prevenção de riscos profissionais, que revelava a sensação de falta de projeto editorial claro, de perda de confiança e de respostas.
"A desconfiança com a direção é compartilhada de baixo até o topo", garantiu o sindicato CFDT em declarações a "Libération", nas quais antecipa que as boas intenções mostradas para o futuro "não são suficientes".
Após um encontro de cerca de três horas, os jornalistas estabeleceram esse prazo, antes de se reunirem na próxima quarta-feira, 14, com os acionistas e analisar os próximos passos.
Os grupos que representam a equipe da edição em papel e da digital tinham denunciado "uma perda global de confiança na direção do rotativo" e pedido "uma direção coletiva e funcional" que escutasse "de verdade" seus funcionários.
Embora a saída de Natalie Nougayrède da direção esteja nas mãos do trio de sócios financeiros, Pierre Bergé, Xavier Niel e Matthieu Pigasse, sua posição ficou muito enfraquecida após o episódio.
O conflito estava sendo gestado há meses e explodiu ontem, quando esses sete redatores-chefe, a maioria responsáveis por editoriais digitais, apresentaram sua demissão em bloco, uma situação inédita nos 70 anos de história do jornal.
A renúncia, que não acontecerá até que sejam substituídos, foi o ápice da crise editorial e de gestão que atravessa o mais prestigiado jornal da França e chegou através de uma carta à direção da empresa.
"Há vários meses, enviamos várias mensagens para alertar das graves disfuncionalidades, da ausência de confiança e de comunicação com a direção do jornal", dizia a carta.
Elas se queixavam que nesse todo tempo tinham tentado apresentar soluções, "sem sucesso", o que os levou a constatar que já não estão em condições de cumprir com as tarefas atribuídas.
Na origem do conflito está o desacordo sobre a fórmula para a edição em papel prevista com a chegada em março de 2013 de Nougayrède à direção, após a morte repentina de Erik Izraelewicz causada um infarto.
E, dentro do projeto, um plano de mobilidade interna aparentemente não pactuado, que prevê o fechamento de 57 postos da redação em papel e sua redistribuição interna, principalmente na seção digital, onde, de acordo com o que vazou da reunião, não será renovado para os que têm contrato temporário.
A ideia original era aplicar os projetos até fim de junho, mas a demissão de terça-feira levou Louis Dreyfus, presidente do grupo, a desacelerar o ritmo das reformas e adiá-las até setembro.
Nougayrède e seus dois adjuntos, segundo os outros veículos da imprensa francesa, estão isolados e viram ser rechaçados e combatidos os projetos em andamento, em um momento em que os redatores criticam não serem levados em consideração.
Alguns redatores-chefe tinham ameaçado renunciar no fim do ano passado, uma situação que não parecia ter melhorado desde então.
Este domingo, como publicou hoje o jornal "Libération", a diretora chamou os que tinham advertido de novo sobre a intenções de sair de "golpistas".
O desafio lançado contra Nougayrède, antiga correspondente em Moscou e correspondente diplomática, contrasta com o apoio majoritário que recebeu o assumir o comando.
Na época, 79,98% da redação apoiou a nomeação de Nougayrède, que se transformou na primeira mulher a tomar as rédeas do jornal.
A demissão dos redatores-chefe foi precedida na semana passada de um relatório publicado pela Mediapart e realizado pela empresa Technologia, especializada na avaliação e prevenção de riscos profissionais, que revelava a sensação de falta de projeto editorial claro, de perda de confiança e de respostas.
"A desconfiança com a direção é compartilhada de baixo até o topo", garantiu o sindicato CFDT em declarações a "Libération", nas quais antecipa que as boas intenções mostradas para o futuro "não são suficientes".
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