Escritora mexicana vencedora do Prêmio Cervantes diz que dará voz a oprimidos
Carmen Sigüenza e Ana Mendoza.
Madri, 21 abr (EFE).- A escritora e jornalista mexicana Elena Poniatowska, que na próxima quarta-feira receberá o Prêmio Cervantes vestindo um traje indígena "vermelho berrante e amarelo", feito pelas mulheres de Juchitán, do estado de Oaxaca (México), dará voz em seu discurso a todos aqueles que nunca a tiveram.
"Falarei do México, da América Latina e do povo ao qual ninguém dá importância, as pessoas que não têm voz, não têm carros - talvez um burro", disse hoje Poniatowska que acaba de chegar à Espanhapara assistir aos vários atos organizados em sua homenagem por ocasião da entrega do Prêmio Cervantes.
A escritora foi hoje à Biblioteca Nacional, a um encontro com jornalistas, vestida com um traje rosa mexicano e acompanhada por vários de seus filhos e por sete de seus 11 netos, e, em relação a sua trajetória como jornalista engajada, afirmou que o ofício, pelo menos na América Latina, "é um jornalismo de indignação e de denúncia".
"O jornalismo é muito útil porque é uma grande lição de modéstia e humildade, pelo menos no México, onde os jornalistas vivem situações duras e terríveis. É o país mais perigoso do mundo para os jornalistas", sobretudo nos estados que fazem fronteira com os Estados Unidos, muito afetados pelo narcotráfico, dizia Poniatowska.
No mesmo sentido, a escritora dizia que o jornalismo na América Latina "é muito diferente. A realidade entra em sua casa, te enforca. É muito difícil você escrever sozinho em sua casa quando fora dela acontecem coisas que te puxam. Faz-se um jornalismo de dentro para fora. Acho que o compromisso do jornalista é com as causas nobres, ele não pode ser um funcionário de um empresário".
No encontro com a imprensa, a autora de "A noite de Tlatelolco" falou muito sobre Gabriel García Márquez e a José Emilio Pacheco, "um amigo extraordinário, um visionário". Ambos serão mencionados em seu discurso.
"O que Gabo fez pela América Latina foi único, a fez voar, assim como Remédios, a Bela, saiu voando. Ele deu asas à América Latina". "É um autor que quando o leitor termina um livro seu, sabe que sempre vai amá-lo".
Poniatowska foi acompanhada pelo secretário de Estado de Cultura, José María Lassalle, que disse que a escritora "elevou o jornalismo à categoria das Belas Artes" e sublinhou sua "militância ética".
Madri, 21 abr (EFE).- A escritora e jornalista mexicana Elena Poniatowska, que na próxima quarta-feira receberá o Prêmio Cervantes vestindo um traje indígena "vermelho berrante e amarelo", feito pelas mulheres de Juchitán, do estado de Oaxaca (México), dará voz em seu discurso a todos aqueles que nunca a tiveram.
"Falarei do México, da América Latina e do povo ao qual ninguém dá importância, as pessoas que não têm voz, não têm carros - talvez um burro", disse hoje Poniatowska que acaba de chegar à Espanhapara assistir aos vários atos organizados em sua homenagem por ocasião da entrega do Prêmio Cervantes.
A escritora foi hoje à Biblioteca Nacional, a um encontro com jornalistas, vestida com um traje rosa mexicano e acompanhada por vários de seus filhos e por sete de seus 11 netos, e, em relação a sua trajetória como jornalista engajada, afirmou que o ofício, pelo menos na América Latina, "é um jornalismo de indignação e de denúncia".
"O jornalismo é muito útil porque é uma grande lição de modéstia e humildade, pelo menos no México, onde os jornalistas vivem situações duras e terríveis. É o país mais perigoso do mundo para os jornalistas", sobretudo nos estados que fazem fronteira com os Estados Unidos, muito afetados pelo narcotráfico, dizia Poniatowska.
No mesmo sentido, a escritora dizia que o jornalismo na América Latina "é muito diferente. A realidade entra em sua casa, te enforca. É muito difícil você escrever sozinho em sua casa quando fora dela acontecem coisas que te puxam. Faz-se um jornalismo de dentro para fora. Acho que o compromisso do jornalista é com as causas nobres, ele não pode ser um funcionário de um empresário".
No encontro com a imprensa, a autora de "A noite de Tlatelolco" falou muito sobre Gabriel García Márquez e a José Emilio Pacheco, "um amigo extraordinário, um visionário". Ambos serão mencionados em seu discurso.
"O que Gabo fez pela América Latina foi único, a fez voar, assim como Remédios, a Bela, saiu voando. Ele deu asas à América Latina". "É um autor que quando o leitor termina um livro seu, sabe que sempre vai amá-lo".
Poniatowska foi acompanhada pelo secretário de Estado de Cultura, José María Lassalle, que disse que a escritora "elevou o jornalismo à categoria das Belas Artes" e sublinhou sua "militância ética".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.