Biógrafo inglês de García Márquez: "ele fez com que o comum parecesse mágico"
Londres, 18 abr (EFE).- Gerald Martin, o biógrafo britânico de Gabriel García Márquez, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que o colombiano "foi e é o escritor mais famoso do mundo" e lembrou a habilidade do "extraordinário" romancista para conseguir "que o comum parecesse mágico".
Em entrevista à Efe, o catedrático inglês se declarou "muito, muito triste" após saber da morte, ontem, aos 87 anos, do prêmio Nobel de literatura colombiana de 1982 em seu domicílio da capital mexicana, e admitiu que ainda se sente "incapaz de pensar com clareza".
"Me vem todo tipo de lembrança à mente. Era tão extraordinário, tão global, tão polifacético e, a sua maneira, intenso, embora ao mesmo tempo fosse uma pessoa muito tranquila", assinalou Martin, que passou "uma noite muito estranha, e um amanhã muito também", segundo confessou.
O professor especializado em literatura sul-americana, que em 2009 publicou na Espanha a primeira grande biografia autorizada pelo escritor, intitulada "Gabriel García Márquez, uma vida", lembrou como o colombiano era o tipo de pessoa "que sempre fazia você sentir que vale a pena viver e sempre fazia você sorrir".
"Nesse sentido, a verdade é que me lembra um pouco Charlie Chaplin, meu compatriota - opinou - como um dos paralelismos mais próximos, pois era uma pessoa tão humana para quem os risos e as lágrimas nunca estavam longe demais as umas das outras".
Por outro lado, a morte do autor dos aclamados "Cem anos de solidão" e "O amor nos tempos do cólera" fez seu biógrafo sentir "uma espécie de validação ou de justificativa".
"As pessoas sempre me olharam um pouco como se eu exagerasse quando falava dele - explicou - pelo fato de que nos últimos anos (García Márquez) tenha sido 'meu homem".
Por isso, Martin considerou que "esta manhã ficou provado que foi, e é, o escritor mais famoso do mundo. Que ultrapassa todas as fronteiras, todas as culturas e nacionalidades".
E, de alguma forma, toda a atenção centrada agora na vida e na obra do escritor colombiano faz com que seu biógrafo se sinta "orgulhoso e exultante".
O catedrático inglês, que viu García Márquez pela última vez há três anos em Havana (Cuba), antecipou que a morte do autor latino-americano fará, ironicamente, "com que volte".
No pessoal, Martin, que manteve "grandes conversas" com o romancista, ressaltou as qualidades que faziam com que "Gabo" fosse um ser especial: "Era muito caloroso e sempre digo que, por um lado, você nunca podia esquecer que estavas com alguém extraordinário, com um gênio. Era muito rápido, muito inteligente e parecia saber sempre que é o que você estava pensando".
Ao mesmo tempo, "era simplesmente a pessoa mais sociável, normal e direta que você poderia encontrar. E fazia com que o comum parecesse, de alguma maneira, mágico".
Segundo o professor inglês, embora agora "todo o mundo use a palavra mágico quando fala dele", o certo é que García Márquez "tinha uma habilidade mágica para fazer com que você se desse conta de que valia a pena estar no mundo e que cada momento era especial".
Destacou, além disso, seu "rapidíssimo senso do humor" e o fato de que "podia fazer uma piada sobre qualquer coisa, o que lhe caía muito bem para se proteger dos jornalistas, pois sempre tinha um comentário inteligente na ponta da língua".
"Foi um prazer e um privilégio estar em sua companhia desde a primeira vez que lhe conheci até a última", acrescentou seu biógrafo.
Em entrevista à Efe, o catedrático inglês se declarou "muito, muito triste" após saber da morte, ontem, aos 87 anos, do prêmio Nobel de literatura colombiana de 1982 em seu domicílio da capital mexicana, e admitiu que ainda se sente "incapaz de pensar com clareza".
"Me vem todo tipo de lembrança à mente. Era tão extraordinário, tão global, tão polifacético e, a sua maneira, intenso, embora ao mesmo tempo fosse uma pessoa muito tranquila", assinalou Martin, que passou "uma noite muito estranha, e um amanhã muito também", segundo confessou.
O professor especializado em literatura sul-americana, que em 2009 publicou na Espanha a primeira grande biografia autorizada pelo escritor, intitulada "Gabriel García Márquez, uma vida", lembrou como o colombiano era o tipo de pessoa "que sempre fazia você sentir que vale a pena viver e sempre fazia você sorrir".
"Nesse sentido, a verdade é que me lembra um pouco Charlie Chaplin, meu compatriota - opinou - como um dos paralelismos mais próximos, pois era uma pessoa tão humana para quem os risos e as lágrimas nunca estavam longe demais as umas das outras".
Por outro lado, a morte do autor dos aclamados "Cem anos de solidão" e "O amor nos tempos do cólera" fez seu biógrafo sentir "uma espécie de validação ou de justificativa".
"As pessoas sempre me olharam um pouco como se eu exagerasse quando falava dele - explicou - pelo fato de que nos últimos anos (García Márquez) tenha sido 'meu homem".
Por isso, Martin considerou que "esta manhã ficou provado que foi, e é, o escritor mais famoso do mundo. Que ultrapassa todas as fronteiras, todas as culturas e nacionalidades".
E, de alguma forma, toda a atenção centrada agora na vida e na obra do escritor colombiano faz com que seu biógrafo se sinta "orgulhoso e exultante".
O catedrático inglês, que viu García Márquez pela última vez há três anos em Havana (Cuba), antecipou que a morte do autor latino-americano fará, ironicamente, "com que volte".
No pessoal, Martin, que manteve "grandes conversas" com o romancista, ressaltou as qualidades que faziam com que "Gabo" fosse um ser especial: "Era muito caloroso e sempre digo que, por um lado, você nunca podia esquecer que estavas com alguém extraordinário, com um gênio. Era muito rápido, muito inteligente e parecia saber sempre que é o que você estava pensando".
Ao mesmo tempo, "era simplesmente a pessoa mais sociável, normal e direta que você poderia encontrar. E fazia com que o comum parecesse, de alguma maneira, mágico".
Segundo o professor inglês, embora agora "todo o mundo use a palavra mágico quando fala dele", o certo é que García Márquez "tinha uma habilidade mágica para fazer com que você se desse conta de que valia a pena estar no mundo e que cada momento era especial".
Destacou, além disso, seu "rapidíssimo senso do humor" e o fato de que "podia fazer uma piada sobre qualquer coisa, o que lhe caía muito bem para se proteger dos jornalistas, pois sempre tinha um comentário inteligente na ponta da língua".
"Foi um prazer e um privilégio estar em sua companhia desde a primeira vez que lhe conheci até a última", acrescentou seu biógrafo.
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