Morre historiador francês Jacques Le Goff aos 90 anos
Paris, 1 abr (EFE).- Jacques Le Goff, um dos maiores historiadores e especialista em Idade Média, morreu nesta terça-feira aos 90 anos, informaram seus familiares ao jornal "Le Monde".
Herdeiro da chamada Escola dos Annales, fundada em 1929 por Lucien Febvre e Marc Bloch, Le Goff foi, nos anos 70, um dos idealizadores da corrente conhecida como "Nova História", com a qual tentou compreender melhor o passado e o presente, graças ao estudo global da História, a Antropologia e o conjunto das Ciências Sociais.
É autor de ensaios como "Faire de l'histoire" (Fazer História, com Pierre Nora - 1986) e "Histoire et mémoire" (História e memória - 1988).
Foi um dos principais defensores da ideia de que para "fazer história" era preciso se interessar não só por Geografia, mas também por Literatura, Filosofia, o universo jurídico, a vida privada, as mentalidades e as sensibilidades do momento estudado.
"Faut-il vraiment découper l'histoire en tranches?" ("Será realmente necessário cortar a história em partes?") foi, em 2014, um dos últimos trabalhos de Le Goff, nascido em 1924 em Toulon, no sudeste da França.
Seu precoce descobrimento do universo medieval aconteceu aos 12 anos, com a leitura de "Ivanhoé", de Walter Scott; e de "Histoire de France", de Jules Michelet.
Depois, seu destino foi marcado pelo encontro com o professor do islã medieval Maurice Lombard, a quem sempre considerou seu grande mestre, que lhe apresentou a Fernand Braudel, então diretor da VI seção da Escola Prática de Altos Estudos, futura Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS). Nessa instituição, começou a dar aulas nos anos 60, e sucedeu Braudel em 1972.
Entre outras obras, Le Goff é o autor de "Les Intellectuels au Moyen-Age" (1957), "Pour un autre Moyen Âge: Temps, travail et culture en Occident" (1977), "Histoire et Mémoire" (1988), "La Vieille Europe et la Nôtre" (1994), "L'Europe est-elle née au Moyen-Âge?" (2004), "A la recherche du temps sacré: Jacques de Voragine et le Légende dorée" (2011) e "Saint François d'Assise" (2013).
Diretor da coleção "Faire l'Europe" ("Tornar a Europa"), o historiador era igualmente grande divulgador radiofônico, a partir do programa "Lundis de l'histoire", da emissora "France Culture".
A ministra de Cultura francesa, Aurélie Filippetti, prestou homenagem em comunicado a essa "figura principal" da paisagem intelectual francesa, que em mais de 60 anos de pesquisa, publicações e doutrinas, "contribuiu de maneira excepcional" ao enriquecimento do conhecimento e do progresso da ciência histórica.
Ela destacou a paixão que o historiador tinha pela Idade Média e sua maneira de estudar todas suas dimensões, na tradição da Escola dos Annales, das grandes figuras históricas "aos movimentos mais secretos da história", como as transformações econômicas, das famílias de intelectuais e da espiritualidade.
A ministra recomendou, em particular, a leitura de "La civilisation de l'Occident médiéval" (1997), que considera a "culminação magistral de suas pesquisas" e obra indispensável para compreender o período histórico ao que Le Goff dedicou sua vida.
Herdeiro da chamada Escola dos Annales, fundada em 1929 por Lucien Febvre e Marc Bloch, Le Goff foi, nos anos 70, um dos idealizadores da corrente conhecida como "Nova História", com a qual tentou compreender melhor o passado e o presente, graças ao estudo global da História, a Antropologia e o conjunto das Ciências Sociais.
É autor de ensaios como "Faire de l'histoire" (Fazer História, com Pierre Nora - 1986) e "Histoire et mémoire" (História e memória - 1988).
Foi um dos principais defensores da ideia de que para "fazer história" era preciso se interessar não só por Geografia, mas também por Literatura, Filosofia, o universo jurídico, a vida privada, as mentalidades e as sensibilidades do momento estudado.
"Faut-il vraiment découper l'histoire en tranches?" ("Será realmente necessário cortar a história em partes?") foi, em 2014, um dos últimos trabalhos de Le Goff, nascido em 1924 em Toulon, no sudeste da França.
Seu precoce descobrimento do universo medieval aconteceu aos 12 anos, com a leitura de "Ivanhoé", de Walter Scott; e de "Histoire de France", de Jules Michelet.
Depois, seu destino foi marcado pelo encontro com o professor do islã medieval Maurice Lombard, a quem sempre considerou seu grande mestre, que lhe apresentou a Fernand Braudel, então diretor da VI seção da Escola Prática de Altos Estudos, futura Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (EHESS). Nessa instituição, começou a dar aulas nos anos 60, e sucedeu Braudel em 1972.
Entre outras obras, Le Goff é o autor de "Les Intellectuels au Moyen-Age" (1957), "Pour un autre Moyen Âge: Temps, travail et culture en Occident" (1977), "Histoire et Mémoire" (1988), "La Vieille Europe et la Nôtre" (1994), "L'Europe est-elle née au Moyen-Âge?" (2004), "A la recherche du temps sacré: Jacques de Voragine et le Légende dorée" (2011) e "Saint François d'Assise" (2013).
Diretor da coleção "Faire l'Europe" ("Tornar a Europa"), o historiador era igualmente grande divulgador radiofônico, a partir do programa "Lundis de l'histoire", da emissora "France Culture".
A ministra de Cultura francesa, Aurélie Filippetti, prestou homenagem em comunicado a essa "figura principal" da paisagem intelectual francesa, que em mais de 60 anos de pesquisa, publicações e doutrinas, "contribuiu de maneira excepcional" ao enriquecimento do conhecimento e do progresso da ciência histórica.
Ela destacou a paixão que o historiador tinha pela Idade Média e sua maneira de estudar todas suas dimensões, na tradição da Escola dos Annales, das grandes figuras históricas "aos movimentos mais secretos da história", como as transformações econômicas, das famílias de intelectuais e da espiritualidade.
A ministra recomendou, em particular, a leitura de "La civilisation de l'Occident médiéval" (1997), que considera a "culminação magistral de suas pesquisas" e obra indispensável para compreender o período histórico ao que Le Goff dedicou sua vida.
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