Museu parisiense revive impressionismo em megaexposição
Javier Albisu.
Paris, 12 fev (EFE).- As obras mais reservadas de Cézanne, Degas, Monet e Renoir, telas guardadas como preciosidades durante décadas em coleções particulares, voltam a se encontrar com o grande público através da mostra "Les Impressionnistes en Privé" (Os Impressionistas em Privado, em livre tradução), organizada pelo Museu Marmottan Monet de Paris.
Para dar forma à exposição, que reúne 80 pinturas e outras 20 esculturas, o museu parisiense contou com a colaboração de diversos colecionadores franceses, americanos, mexicanos, suíços, italianos e britânicos. A mostra fica aberta ao público até o início de julho.
Apesar de abrigar algumas das principais obras da corrente impressionista, como a tela que deu nome ao movimento - "Impressão, nascer do sol", pintada por Claude Monet (1872) -, o museu em questão vive relegado a um segundo plano na cidade do Sena, onde a glória dessa escola fica mais evidente no célebre Museu de Orsay.
A mostra se desenvolve entre os corredores de um antigo pavilhão de caça junto ao Bosque de Boulogne, que pertenceu ao duque de Valmy e que, no ano que celebra suas oito décadas como pinacoteca, propõe "um passeio pela história da arte" através de telas excepcionais.
"Neste 80º aniversário, queríamos prestar homenagem aos colecionadores de todo o mundo, por exemplo, aos americanos, que rapidamente compreenderam e apoiaram o movimento", explicou o diretor do museu, Patrick de Carlois, durante a inauguração.
Assim, o percurso transcorre cronologicamente e começa com os antecessores dos impressionistas, Jean-Baptiste Corot, Eugène Boudin e Johan Barthold Jongkind, que, em meados do século XIX, anteciparam seu método de trabalho, buscando trabalhos sobre luz e pintando em áreas externas.
Mais tarde, em 1863, Monet expôs "Le Déjeuner sur l'herbe" ("O Almoço sobre a Relva"), uma controversa tela em que mulheres sem roupas compartilham um almoço com cavalheiros vestidos, atualmente no Museu de Orsay, e se rebelou contra o academicismo imperante e abriu espaço ao impressionismo e a uma nova geração de artistas.
Monet, Renoir, Pisarro, Degas, Sisley, Berthe Morisot, Guillaume e Cézanne abraçaram essa incipiente liberdade plástica através de uma exposição conjunta organizada na capital francesa em 1874 pelo fotógrafo Nadar e iluminaram o impressionismo.
"É o primeiro movimento que pinta a vida cotidiana, íntima, com traços ágeis e um interesse particular pela paisagem e a luz, inclinações compartilhadas também pela nascente fotografia", explicou a curadora Marianne Mathuieu.
A mostra também aborda a continuação da figura de Gustave Caillebotte, cujo pincel nunca recebeu tantos elogios como o de seus amigos, mas cujo dinheiro e altruísmo lhe transformaram em um dos grandes mecenas desse grupo de artistas.
A seguinte etapa do percurso, por volta de 1880, dá conta do fim da coesão desse grupo de pintores, que expuseram juntos pela última vez em 1886 e que tomaram caminhos diferentes a partir daí, frequentemente buscando paisagens e ar livre: Monet se estabeleceu em Giverny; Regnoir em Cagnes; Pisarro em Éragny-sur-Epte; Sisley em Moret-sur-Loing, e Caillebotte em Petit-Gennevilliers.
Em Paris, ficaram apenas Morisot e Degas, pintor, este último, que é consagrado no seguinte lance da exposição, na qual se pode contemplar algumas de suas principais obras.
A exposição, que discorre na sala onde se exibe a maior coleção conhecida de Monet, conclui com o final do movimento após 1890.
Nessa época, os impressionistas começam a gozar do reconhecimento do grande público e das encomendas dos colecionadores, embora para alguns deles tenha sido tarde demais, como o caso de Sisley, que morreu em 1899 entre penúrias financeiras em Moret-sur-Loing, uma cidade próxima a Paris.
E entre tanta obra confidencial, tanto mestre oculto, tanto pincel reservado... Qual é a joia da coroa que seria preciso salvar em caso de um incêndio no Museu Marmottan Monet?
"Uma mãe não pode escolher entre seus filhos", contestou a outra curadora, Claire Durand-Ruel Snollaerts, vinculada familiarmente ao movimento impressionista em qualidade de familiar do marchand Paul Durand-Ruel.
Paris, 12 fev (EFE).- As obras mais reservadas de Cézanne, Degas, Monet e Renoir, telas guardadas como preciosidades durante décadas em coleções particulares, voltam a se encontrar com o grande público através da mostra "Les Impressionnistes en Privé" (Os Impressionistas em Privado, em livre tradução), organizada pelo Museu Marmottan Monet de Paris.
Para dar forma à exposição, que reúne 80 pinturas e outras 20 esculturas, o museu parisiense contou com a colaboração de diversos colecionadores franceses, americanos, mexicanos, suíços, italianos e britânicos. A mostra fica aberta ao público até o início de julho.
Apesar de abrigar algumas das principais obras da corrente impressionista, como a tela que deu nome ao movimento - "Impressão, nascer do sol", pintada por Claude Monet (1872) -, o museu em questão vive relegado a um segundo plano na cidade do Sena, onde a glória dessa escola fica mais evidente no célebre Museu de Orsay.
A mostra se desenvolve entre os corredores de um antigo pavilhão de caça junto ao Bosque de Boulogne, que pertenceu ao duque de Valmy e que, no ano que celebra suas oito décadas como pinacoteca, propõe "um passeio pela história da arte" através de telas excepcionais.
"Neste 80º aniversário, queríamos prestar homenagem aos colecionadores de todo o mundo, por exemplo, aos americanos, que rapidamente compreenderam e apoiaram o movimento", explicou o diretor do museu, Patrick de Carlois, durante a inauguração.
Assim, o percurso transcorre cronologicamente e começa com os antecessores dos impressionistas, Jean-Baptiste Corot, Eugène Boudin e Johan Barthold Jongkind, que, em meados do século XIX, anteciparam seu método de trabalho, buscando trabalhos sobre luz e pintando em áreas externas.
Mais tarde, em 1863, Monet expôs "Le Déjeuner sur l'herbe" ("O Almoço sobre a Relva"), uma controversa tela em que mulheres sem roupas compartilham um almoço com cavalheiros vestidos, atualmente no Museu de Orsay, e se rebelou contra o academicismo imperante e abriu espaço ao impressionismo e a uma nova geração de artistas.
Monet, Renoir, Pisarro, Degas, Sisley, Berthe Morisot, Guillaume e Cézanne abraçaram essa incipiente liberdade plástica através de uma exposição conjunta organizada na capital francesa em 1874 pelo fotógrafo Nadar e iluminaram o impressionismo.
"É o primeiro movimento que pinta a vida cotidiana, íntima, com traços ágeis e um interesse particular pela paisagem e a luz, inclinações compartilhadas também pela nascente fotografia", explicou a curadora Marianne Mathuieu.
A mostra também aborda a continuação da figura de Gustave Caillebotte, cujo pincel nunca recebeu tantos elogios como o de seus amigos, mas cujo dinheiro e altruísmo lhe transformaram em um dos grandes mecenas desse grupo de artistas.
A seguinte etapa do percurso, por volta de 1880, dá conta do fim da coesão desse grupo de pintores, que expuseram juntos pela última vez em 1886 e que tomaram caminhos diferentes a partir daí, frequentemente buscando paisagens e ar livre: Monet se estabeleceu em Giverny; Regnoir em Cagnes; Pisarro em Éragny-sur-Epte; Sisley em Moret-sur-Loing, e Caillebotte em Petit-Gennevilliers.
Em Paris, ficaram apenas Morisot e Degas, pintor, este último, que é consagrado no seguinte lance da exposição, na qual se pode contemplar algumas de suas principais obras.
A exposição, que discorre na sala onde se exibe a maior coleção conhecida de Monet, conclui com o final do movimento após 1890.
Nessa época, os impressionistas começam a gozar do reconhecimento do grande público e das encomendas dos colecionadores, embora para alguns deles tenha sido tarde demais, como o caso de Sisley, que morreu em 1899 entre penúrias financeiras em Moret-sur-Loing, uma cidade próxima a Paris.
E entre tanta obra confidencial, tanto mestre oculto, tanto pincel reservado... Qual é a joia da coroa que seria preciso salvar em caso de um incêndio no Museu Marmottan Monet?
"Uma mãe não pode escolher entre seus filhos", contestou a outra curadora, Claire Durand-Ruel Snollaerts, vinculada familiarmente ao movimento impressionista em qualidade de familiar do marchand Paul Durand-Ruel.
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