Polícia descobre que colecionador alemão idoso possui outras 60 obras de arte
O idoso colecionador alemão Cornelius Gurlitt, em cujo apartamento de Munique a polícia encontrou cerca de 1,4 mil valiosos quadros, guardava também em sua casa de Salzburgo, na Áustria, mais de 60 joias artísticas, entre elas lenços de Monet, Renoir e Picasso.
O porta-voz de Gurlitt, Stephan Holzinger, explicou nesta terça-feira (11) que as obras serão examinadas por especialistas do mundo da arte para tirar dúvidas sobre suas origens e esclarecer se podem ser "arte roubada" pelos nazistas, como suspeita-se de parte do tesouro achado em sua casa em Munique.
De acordo com uma avaliação preliminar, acrescentou o porta-voz, não há suspeitas que façam pensar que os quadros de Salzburgo possam ter uma origem ilícita.
A existência destas obras na Áustria amplia ainda mais a lenda em torno da coleção de Gurlitt, que tem 81 anos e é alvo de uma investigação por suposto delito fiscal.
O achado de cerca de 1,4 mil quadros em seu apartamento foi guardado em segredo durante mais de um ano pelas autoridades, que defenderam a necessidade de investigar sem a pressão dos meios de comunicação a supreendente descoberta.
Entre os quadros de Munique havia lenços de Picasso, Marc, Nolde, Spitzweg, Renoir, Macke, Courbet e Beckmann e obras nunca catalogadas e até agora desconhecidas de artistas como Marc Chagall e Otto Dix.
Perante as pressões desde o mundo da arte e da comunidade judaica, os investigadores postaram finalmente na internet 590 das obras que tem origem suspeita.
Há poucos dias, a justiça alemã atendeu uma demanda do popular jornal "Bild" e decidiu que os meios de comunicação devem ter acesso a uma lista completa do denominado "tesouro de Munique" ao considerar que o "segredo" que alegam as autoridades não pode limitar "o direito à liberdade de informação" em um caso no qual há "um claro e importante interesse público".
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