E o Oscar vai para... os índices de audiência
Fernando Mexía.
Los Angeles (EUA), 19 jan (EFE).- Como em todos os anos, o mundo do entretenimento vive o frenesi dos prêmios, eventos transformados em espetáculos e onde o sucesso e o fracasso são medidos em índices de audiência.
Há cerimônias para todos os gostos, mas só as que são transmitidas pela televisão parecem existir na memória coletiva, despertam o interesse midiático e viram afinadas ferramentas promocionais de uma indústria artística que não esconde seus fins lucrativos.
Festas como os prêmios Oscar, o Globo de Ouro, os Grammy e os Emmy são produtos de consumo televisivo que representam uma fonte de renda fundamental para as entidades que as organizam, que negociam suculentos contratos com as redes de televisão.
Por trás de tudo está o papel publicitário. Em 2013, um anúncio de 30 segundos na transmissão do Oscar chegou a custar US$ 1,8 milhão. O número, no entanto, não é habitual.
Em 2013, mais de 40 milhões de pessoas nos Estados Unidos acompanharam a entrega do Oscar, e somente a final da liga de futebol americano, o Super Bowl, tem mais espectadores.
Os prêmios Oscar são a festa mais importante do setor, mas mais pela categoria do prêmio do que por suas mais de três horas de cerimônia que costuma ser qualificada, quando menos, de tediosa.
Constrangidos pelas tradições da Academia de Hollywood cujos mais de cinco mil membros têm uma idade média de 62 anos, os produtores dos prêmios Oscar buscam constantemente fórmulas para conectar-se com espectadores de entre 18 e 49 anos, o nicho mais suculento para os anunciantes.
Foi testada em 2011 uma festa apresentada por James Franco e Anne Hathaway para dar um ar mais juvenil e não deu certo. A festa ainda é lembrada como um desastre e deixou imagens como a de Franco vestido de Marilyn Monroe.
A audiência caiu 10%, e 5% entre o público mais jovem. Em 2012, a Academia convocou o veterano Billy Crystal, depois que Eddie Murphy foi trocado por desavenças com a produção.
Os números melhoraram 4%, mas não graças ao público jovem. E o que é pior, os Grammy superaram os prêmios Oscar em espectadores.
Em 2013, a Academia contratou Craig Zadan e Neil Meron, produtores de "Chicago" e "Hairspray", para que se encarregassem da produção cerimônia. Especialistas em musicais, apostaram em começar com esse gênero.
Superado o mal desempenho de 2011, a cerimônia também contou com o atrevido comediante Seth MacFarlane como apresentador. MacFarlane cantou, dançou e impôs seu conhecido tom irreverente, que não agradou os acadêmicos.
A audiência sim respondeu. Subiu 3%, mas o que foi mais importante, 11% na faixa de 18 a 49 anos.
Dado o sucesso, Zadan e Meron retornaram para 2014 e a Academia voltou chamar Ellen Degeneres, que ganhou um Emmy por ter apresentado a cerimônia de 2007. Naquele ano, os prêmios Oscar alcançaram mais de 40 milhões de espectadores.
Para conseguir a audiência dos jovens, os produtores colocarão a festa de 2 de março em torno das figuras dos heróis do cinema. Haverá homenagens tanto para personagens de ação como para os super-heróis nascidos nas páginas de uma história em quadrinhos.
É certo que os filmes em disputa a cada edição influenciam de forma determinante no interesse do público, que acompanha a cerimônia quando concorre como favorito algum longa-metragem que arrebentou na bilheteria.
O recorde de audiência em vigor, 55 milhões, foi estabelecido em 1998, quando "Titanic" arrasou em estatuetas.
Apesar das mudanças recentes, a entrega dos prêmios Oscar, da mesma forma que a dos Emmy, ainda tem que melhorar para ser mais divertida, declarou o analista da "The Hollywood Reporter", Tim Goodman, em artigo no qual as comparava com o Globo de Ouro.
Goodman convidou a Academia a "tirar toda a gordura" dos prêmios Oscar, ou seja, eliminar do programa televisionado categorias técnicas, e distribuir mais álcool entre os convidados. Inclusive mudar as filas de assentos por mesas, como no Globo de Ouro.
A crítica de televisão do "Los Angeles Times" Mary McNamara afirmou após a última edição do Globo que essa festa era o exemplo a ser seguido no setor, apesar de seus erros de produção e organizativos.
O evento de três horas alcançou seu melhor índice de audiência em 10 anos, quase 21 milhões de espectadores, e marcou seu melhor registro em sete anos para a faixa de idade de 18 a 49 anos graças a seu ar descontraído, o protagonismo dos famosos (aos quais se vê interagir entre eles) e o humor de suas apresentadoras Amy Poehler e Tina Fey.
Los Angeles (EUA), 19 jan (EFE).- Como em todos os anos, o mundo do entretenimento vive o frenesi dos prêmios, eventos transformados em espetáculos e onde o sucesso e o fracasso são medidos em índices de audiência.
Há cerimônias para todos os gostos, mas só as que são transmitidas pela televisão parecem existir na memória coletiva, despertam o interesse midiático e viram afinadas ferramentas promocionais de uma indústria artística que não esconde seus fins lucrativos.
Festas como os prêmios Oscar, o Globo de Ouro, os Grammy e os Emmy são produtos de consumo televisivo que representam uma fonte de renda fundamental para as entidades que as organizam, que negociam suculentos contratos com as redes de televisão.
Por trás de tudo está o papel publicitário. Em 2013, um anúncio de 30 segundos na transmissão do Oscar chegou a custar US$ 1,8 milhão. O número, no entanto, não é habitual.
Em 2013, mais de 40 milhões de pessoas nos Estados Unidos acompanharam a entrega do Oscar, e somente a final da liga de futebol americano, o Super Bowl, tem mais espectadores.
Os prêmios Oscar são a festa mais importante do setor, mas mais pela categoria do prêmio do que por suas mais de três horas de cerimônia que costuma ser qualificada, quando menos, de tediosa.
Constrangidos pelas tradições da Academia de Hollywood cujos mais de cinco mil membros têm uma idade média de 62 anos, os produtores dos prêmios Oscar buscam constantemente fórmulas para conectar-se com espectadores de entre 18 e 49 anos, o nicho mais suculento para os anunciantes.
Foi testada em 2011 uma festa apresentada por James Franco e Anne Hathaway para dar um ar mais juvenil e não deu certo. A festa ainda é lembrada como um desastre e deixou imagens como a de Franco vestido de Marilyn Monroe.
A audiência caiu 10%, e 5% entre o público mais jovem. Em 2012, a Academia convocou o veterano Billy Crystal, depois que Eddie Murphy foi trocado por desavenças com a produção.
Os números melhoraram 4%, mas não graças ao público jovem. E o que é pior, os Grammy superaram os prêmios Oscar em espectadores.
Em 2013, a Academia contratou Craig Zadan e Neil Meron, produtores de "Chicago" e "Hairspray", para que se encarregassem da produção cerimônia. Especialistas em musicais, apostaram em começar com esse gênero.
Superado o mal desempenho de 2011, a cerimônia também contou com o atrevido comediante Seth MacFarlane como apresentador. MacFarlane cantou, dançou e impôs seu conhecido tom irreverente, que não agradou os acadêmicos.
A audiência sim respondeu. Subiu 3%, mas o que foi mais importante, 11% na faixa de 18 a 49 anos.
Dado o sucesso, Zadan e Meron retornaram para 2014 e a Academia voltou chamar Ellen Degeneres, que ganhou um Emmy por ter apresentado a cerimônia de 2007. Naquele ano, os prêmios Oscar alcançaram mais de 40 milhões de espectadores.
Para conseguir a audiência dos jovens, os produtores colocarão a festa de 2 de março em torno das figuras dos heróis do cinema. Haverá homenagens tanto para personagens de ação como para os super-heróis nascidos nas páginas de uma história em quadrinhos.
É certo que os filmes em disputa a cada edição influenciam de forma determinante no interesse do público, que acompanha a cerimônia quando concorre como favorito algum longa-metragem que arrebentou na bilheteria.
O recorde de audiência em vigor, 55 milhões, foi estabelecido em 1998, quando "Titanic" arrasou em estatuetas.
Apesar das mudanças recentes, a entrega dos prêmios Oscar, da mesma forma que a dos Emmy, ainda tem que melhorar para ser mais divertida, declarou o analista da "The Hollywood Reporter", Tim Goodman, em artigo no qual as comparava com o Globo de Ouro.
Goodman convidou a Academia a "tirar toda a gordura" dos prêmios Oscar, ou seja, eliminar do programa televisionado categorias técnicas, e distribuir mais álcool entre os convidados. Inclusive mudar as filas de assentos por mesas, como no Globo de Ouro.
A crítica de televisão do "Los Angeles Times" Mary McNamara afirmou após a última edição do Globo que essa festa era o exemplo a ser seguido no setor, apesar de seus erros de produção e organizativos.
O evento de três horas alcançou seu melhor índice de audiência em 10 anos, quase 21 milhões de espectadores, e marcou seu melhor registro em sete anos para a faixa de idade de 18 a 49 anos graças a seu ar descontraído, o protagonismo dos famosos (aos quais se vê interagir entre eles) e o humor de suas apresentadoras Amy Poehler e Tina Fey.
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