Argentina constrói primeira casa autossustentável no "fim do mundo"
Víctor Ventura.
Buenos Aires, 8 jan (EFE).- A cidade argentina de Ushuaia, a mais perto da Antártida em todo o mundo, iniciou ontem, terça-feira, a construção de uma das primeiras casas autossustentáveis da América Latina, que utilizará energia solar e eólica para manter a temperatura durante todo o ano e reciclará seus próprios resíduos.
O projeto, que leva o nome de "Tol-Haru, Ushuaia. A Nave Terra do Fim do Mundo", foi criado pela ONG Natureza Aplicada à Tecnologia (NAT), e conta com a colaboração do arquiteto Michael Reynolds, que promove o conceito de casas autossustentáveis.
O organizador do projeto, Mariano Torre, explicou à Agência Efe que escolheram Ushuaia, a "cidade do fim do mundo", como "um símbolo de uma nova relação entre o ser humano e a Terra que não seja tão destrutiva" e seja capaz de utilizar os resíduos para produzir novos recursos.
Além disso, Torre é nativo da cidade austral, e agradece "com a alma" poder devolver "algo" do que recebeu de seu lar.
A casa projetada por Reynolds é um "modelo de sobrevivência simples" e consiste em duas construções em forma de cilindro de 50 metros quadrados, fabricadas utilizando cerca de 300 pneus, três mil latas, cinco mil garrafas de plástico e três mil de vidro, entre outros materiais reciclados.
Ao seu redor, uma armação de vidro cria um efeito estufa para manter a temperatura da casa constante entre 18 e 22 graus e economizar assim energia elétrica em uma cidade onde o inverno é a única estação do ano.
O projeto é desenvolvido como um curso no qual participarão 70 voluntários de todo o mundo, de lugares tão afastados como a Turquia e a Austrália, junto com indígenas da comunidade Qom argentina.
Torre descreve a construção desta casa como "uma semente", e espera que "todos os participantes plantem outras sementes em seus países, nos vizinhos e no mundo todo".
O criador do conceito de "Naves Terra", Reynolds, será o professor dos participantes durante as três semanas de desenvolvimento do projeto.
Ele, que estudou arquitetura na Universidade de Cincinnati, no estado americano de Ohio, rejeita a grande quantidade de resíduos criados pelo urbanismo moderno e se especializou no design de casas ecológicas e que respeitam o meio ambiente.
O plano da casa "Tol-Haru" começou em 2010, e conta com o apoio do governo da Província da Terra do Fogo, que declarou o projeto "de interesse legislativo" em 15 de novembro de 2011.
A cidade de Ushuaia, além disso, é parte do pacto dos prefeitos da União Europeia assinado em novembro de 2012, no qual se comprometiam em desenvolver energias limpas para reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono até 2020.
Elena Roger, esposa e companheira de Torre na coordenação do projeto, agradeceu o esforço de Ushuaia por "cumprir com o compromisso" de fazer do mundo um lugar mais ecológico.
O prefeito da cidade, Federico Sciurano, qualificou a construção como "mensagem de esperança e de futuro" que indica "para onde quer ir" o município, em entrevista à agência oficial "Télam".
Dentro da Argentina, aliás, já existem outros grupos que mostraram a intenção de seguir o exemplo ushuaiense e realizar construções ecológicas.
Na cidade de Mar del Plata, na província de Buenos Aires, o projeto "Navetierra MDQ" começou a desenvolver uma ideia similar em 2010, embora ainda não tenha sido posto em prática.
Buenos Aires, 8 jan (EFE).- A cidade argentina de Ushuaia, a mais perto da Antártida em todo o mundo, iniciou ontem, terça-feira, a construção de uma das primeiras casas autossustentáveis da América Latina, que utilizará energia solar e eólica para manter a temperatura durante todo o ano e reciclará seus próprios resíduos.
O projeto, que leva o nome de "Tol-Haru, Ushuaia. A Nave Terra do Fim do Mundo", foi criado pela ONG Natureza Aplicada à Tecnologia (NAT), e conta com a colaboração do arquiteto Michael Reynolds, que promove o conceito de casas autossustentáveis.
O organizador do projeto, Mariano Torre, explicou à Agência Efe que escolheram Ushuaia, a "cidade do fim do mundo", como "um símbolo de uma nova relação entre o ser humano e a Terra que não seja tão destrutiva" e seja capaz de utilizar os resíduos para produzir novos recursos.
Além disso, Torre é nativo da cidade austral, e agradece "com a alma" poder devolver "algo" do que recebeu de seu lar.
A casa projetada por Reynolds é um "modelo de sobrevivência simples" e consiste em duas construções em forma de cilindro de 50 metros quadrados, fabricadas utilizando cerca de 300 pneus, três mil latas, cinco mil garrafas de plástico e três mil de vidro, entre outros materiais reciclados.
Ao seu redor, uma armação de vidro cria um efeito estufa para manter a temperatura da casa constante entre 18 e 22 graus e economizar assim energia elétrica em uma cidade onde o inverno é a única estação do ano.
O projeto é desenvolvido como um curso no qual participarão 70 voluntários de todo o mundo, de lugares tão afastados como a Turquia e a Austrália, junto com indígenas da comunidade Qom argentina.
Torre descreve a construção desta casa como "uma semente", e espera que "todos os participantes plantem outras sementes em seus países, nos vizinhos e no mundo todo".
O criador do conceito de "Naves Terra", Reynolds, será o professor dos participantes durante as três semanas de desenvolvimento do projeto.
Ele, que estudou arquitetura na Universidade de Cincinnati, no estado americano de Ohio, rejeita a grande quantidade de resíduos criados pelo urbanismo moderno e se especializou no design de casas ecológicas e que respeitam o meio ambiente.
O plano da casa "Tol-Haru" começou em 2010, e conta com o apoio do governo da Província da Terra do Fogo, que declarou o projeto "de interesse legislativo" em 15 de novembro de 2011.
A cidade de Ushuaia, além disso, é parte do pacto dos prefeitos da União Europeia assinado em novembro de 2012, no qual se comprometiam em desenvolver energias limpas para reduzir em 20% as emissões de dióxido de carbono até 2020.
Elena Roger, esposa e companheira de Torre na coordenação do projeto, agradeceu o esforço de Ushuaia por "cumprir com o compromisso" de fazer do mundo um lugar mais ecológico.
O prefeito da cidade, Federico Sciurano, qualificou a construção como "mensagem de esperança e de futuro" que indica "para onde quer ir" o município, em entrevista à agência oficial "Télam".
Dentro da Argentina, aliás, já existem outros grupos que mostraram a intenção de seguir o exemplo ushuaiense e realizar construções ecológicas.
Na cidade de Mar del Plata, na província de Buenos Aires, o projeto "Navetierra MDQ" começou a desenvolver uma ideia similar em 2010, embora ainda não tenha sido posto em prática.
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