Peter O'Toole, os olhos azuis que imortalizaram Lawrence de Arábia
Patricia Rodríguez
Londres, 15 dez (EFE).- O ator irlandês Peter O'Toole, morto neste domingo aos 81 anos, passará à história do cinema por sua versatilidade, seus magnéticos olhos azuis e sua magistral interpretação do coronel T.E. Lawrence em "Lawrence de Arábia" (1962).
De personalidade extrovertida e alegre, mas também rebelde e combativo, O'Toole deu seus primeiros passos nos palcos como ator de teatro encarnando papéis de Shakespeare para em 1954 dar o salto para televisão e estrear no cinema, em 1959, como ator coadjuvante em um filme menor, "Kidnapped".
De pai irlandês e mãe escocesa, sua data e local de nascimento sempre foram rodeados de imprecisão, e apesar de algumas fontes garantirem que nasceu em Connemara, na Irlanda, para outros o ator é de Leeds, no norte da Inglaterra.
Ele mesmo aceitava como data válida de seu nascimento 2 de agosto de 1932.
Sua versatilidade e talento natural para se colocar na pele de personagens especialmente complexos é amplamente reconhecida.
Mas O'Toole passará à história por sua colossal interpretação do controvertido coronel britânico T.E. Lawrence em "Lawrence de Arábia" (1962), a obra prima de David Lean, onde presenteou uma das melhores interpretações já vistas no cinema.
A magia que esbanjou O'Toole dando vida ao polêmico herói inglês que lutou na frente turca na I Guerra Mundial ultrapassou as expectativas, levando em conta que sua escolha não foi exatamente a primeira opção, depois que Marlon Brando e Albert Finney tivessem recusado o papel.
O profundo envolvimento do ator nesse projeto o levou, inclusive, a viver com um beduíno pelos desertos da Jordânia e do Marrocos, dois dos países onde o longa foi filmado, e vários beduínos que conheceram em vida o verdadeiro "Aurens" chegaram a dizer que o irlandês tinha trazido outra vez ao deserto o autêntico coronel.
O filme, um libelo anticolonialista que ganhou sete Oscar, inclusive de "melhor filme", apesar de ter sido Gregory Peck que levou a estatueta de melhor ator por "O Sol é para Todos", foi uma clara referência interpretativa em sua época e continua hoje sendo um dos grandes clássicos da história do cinema.
Chegariam outros projetos de relevância como "A Noite dos Generais" (1966) ou "O Homem de la Mancha" (1972), apesar de nenhuma de seus outros filmes ter conseguido superar o arrasador sucesso de "Lawrence de Arábia".
O'Toole foi indicado ao Oscar oito vezes. Em 2003, chegou a cogitar recusar o prêmio honorário da Academia das Artes e as Ciências Cinematográficas dos EUA a toda sua carreira / corrida, pois ainda sentia que podia conquistá-lo concorrendo.
Fora do universo interpretativo, O'Toole maltratou sua saúde com uma confessa dependência ao álcool que em 1976 quase o deixou à beira da morte, quando teve que retirar parte do estômago e do intestino.
Por causa dos abusos, seu pâncreas ficou gravemente danificado e passou a depender de insulina.
Em 1979, quando parecia que sua carreira tinha perdido o fôlego, participou de "Calígula", com Malcolm Mcdowell e Helen Mirren, e voltou a se envolver em outros projetos comerciais até que "O último imperador", de Bernardo Bertolucci, e "Tróia" o levaram de volra à primeira fila.
Em 2006, recebeu uma indicação como melhor ator dramático no Globo de Ouro e ficou muito perto de obter, finalmente, um Oscar em 2007 por seu papel em "Vênus", longa no qual se fraturou a quadril.
O anúncio de sua aposentadoria em 11 de julho de 2012 surpreendeu o mundo do cinema. Em comunicado, seu publicitário explicou que o intérprete tinha ficado "sem fôlego" e que não voltaria.
Londres, 15 dez (EFE).- O ator irlandês Peter O'Toole, morto neste domingo aos 81 anos, passará à história do cinema por sua versatilidade, seus magnéticos olhos azuis e sua magistral interpretação do coronel T.E. Lawrence em "Lawrence de Arábia" (1962).
De personalidade extrovertida e alegre, mas também rebelde e combativo, O'Toole deu seus primeiros passos nos palcos como ator de teatro encarnando papéis de Shakespeare para em 1954 dar o salto para televisão e estrear no cinema, em 1959, como ator coadjuvante em um filme menor, "Kidnapped".
De pai irlandês e mãe escocesa, sua data e local de nascimento sempre foram rodeados de imprecisão, e apesar de algumas fontes garantirem que nasceu em Connemara, na Irlanda, para outros o ator é de Leeds, no norte da Inglaterra.
Ele mesmo aceitava como data válida de seu nascimento 2 de agosto de 1932.
Sua versatilidade e talento natural para se colocar na pele de personagens especialmente complexos é amplamente reconhecida.
Mas O'Toole passará à história por sua colossal interpretação do controvertido coronel britânico T.E. Lawrence em "Lawrence de Arábia" (1962), a obra prima de David Lean, onde presenteou uma das melhores interpretações já vistas no cinema.
A magia que esbanjou O'Toole dando vida ao polêmico herói inglês que lutou na frente turca na I Guerra Mundial ultrapassou as expectativas, levando em conta que sua escolha não foi exatamente a primeira opção, depois que Marlon Brando e Albert Finney tivessem recusado o papel.
O profundo envolvimento do ator nesse projeto o levou, inclusive, a viver com um beduíno pelos desertos da Jordânia e do Marrocos, dois dos países onde o longa foi filmado, e vários beduínos que conheceram em vida o verdadeiro "Aurens" chegaram a dizer que o irlandês tinha trazido outra vez ao deserto o autêntico coronel.
O filme, um libelo anticolonialista que ganhou sete Oscar, inclusive de "melhor filme", apesar de ter sido Gregory Peck que levou a estatueta de melhor ator por "O Sol é para Todos", foi uma clara referência interpretativa em sua época e continua hoje sendo um dos grandes clássicos da história do cinema.
Chegariam outros projetos de relevância como "A Noite dos Generais" (1966) ou "O Homem de la Mancha" (1972), apesar de nenhuma de seus outros filmes ter conseguido superar o arrasador sucesso de "Lawrence de Arábia".
O'Toole foi indicado ao Oscar oito vezes. Em 2003, chegou a cogitar recusar o prêmio honorário da Academia das Artes e as Ciências Cinematográficas dos EUA a toda sua carreira / corrida, pois ainda sentia que podia conquistá-lo concorrendo.
Fora do universo interpretativo, O'Toole maltratou sua saúde com uma confessa dependência ao álcool que em 1976 quase o deixou à beira da morte, quando teve que retirar parte do estômago e do intestino.
Por causa dos abusos, seu pâncreas ficou gravemente danificado e passou a depender de insulina.
Em 1979, quando parecia que sua carreira tinha perdido o fôlego, participou de "Calígula", com Malcolm Mcdowell e Helen Mirren, e voltou a se envolver em outros projetos comerciais até que "O último imperador", de Bernardo Bertolucci, e "Tróia" o levaram de volra à primeira fila.
Em 2006, recebeu uma indicação como melhor ator dramático no Globo de Ouro e ficou muito perto de obter, finalmente, um Oscar em 2007 por seu papel em "Vênus", longa no qual se fraturou a quadril.
O anúncio de sua aposentadoria em 11 de julho de 2012 surpreendeu o mundo do cinema. Em comunicado, seu publicitário explicou que o intérprete tinha ficado "sem fôlego" e que não voltaria.
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