Vida de Mandela inspirou mundo da cultura e do espetáculo
Nelson Mandela foi uma das principais figuras do século XX, um ícone que viveu uma situação desumana por 27 anos e cujas experiências inspiraram cineastas e escritores atraídos pela grande história e pela personalidade do Prêmio Nobel da Paz de 1993.
Na estreia em Londres ontem à noite da última das fitas rodadas sobre o líder sul-africano, "Mandela: Long Walk to Freedom", as duas filhas mais novas do ex-presidente da África do Sul souberam do falecimento do pai.
Produzido por Anant Singh e dirigido pelo britânico Justin Chadwick, o longa narra a extraordinária trajetória de Mandela e se baseia na "história de amor" com seu país e com sua controversa esposa Winnie.
Protagonizada pelo ator londrino Idris Elba, o filme enfoca o idílio do líder mundial com a mulher que mais o marcou, Winnie Mandela, com quem foi casado por 38 anos, e lembra seu longo e tortuoso caminho rumo à liberdade enfatizando o lado mais humano e imperfeito de Mandela.
Com roteiro de William Nicholson adaptado da autobiografia de Mandela, o espectador percorre da infância rural de Madiba até sua eleição como primeiro presidente negro da África do Sul, passando por sua luta incansável contra o governo racista do "apartheid" e pelas humilhações que sofreu durante 27 anos na prisão de Robben Island (Cidade do Cabo).
A canção "Ordinary Love", que marcou o retorno às gravações da banda irlandesa U2, faz parte da trilha sonora do filme, cuja estreia em Nova York teve a presença de todos os membros do grupo.
Sua defesa da liberdade, sua luta contra o apartheid e sua relação com o rúgbi como motivo de união nacional foram suficientes para despertar o interesse de roteiristas, como no caso do bem-sucedido "Invictus".
A trama, protagonizada por Morgan Freeman e Matt Damon, mostra como Mandela conseguiu unir seu país através do rúgbi. Lançado em 2009 sob a direção de Clint Eastwood, o filme se baseia no livro "O Fator Humano" do jornalista inglês John Carlin.
Nela, se reflete o uso que Mandela fez da Copa de Mundo de Rúgbi de 1995 como uma oportunidade para unir o país de forma espontânea e emotiva. A final do mundial culminou com a vitória sul-africana no último minuto, e uniu em um só abraço negros e brancos.
Por sua vez, o filme "Mandela" relata a relação que o líder teve com um guarda branco da prisão, James Gregory, durante os 27 anos que permaneceu preso. A história é baseada em fatos.
A fita "Mandela e De klerk", rodada para a televisão em 1997, foi protagonizada por Sydney Poitier e Michael Caine, e mostra a vida e a relação entre os presidente mais importante da África do Sul, Mandela e F.W de Klerk.
Ao longo de sua vida, o próprio Nelson Mandela publicou várias autobiografias nas quais conta sua vida e sua luta em prol da igualdade.
Assim, a autobiografia "Longo Caminho para a Liberdade" (1994) se tornou um livro de referência em nível mundial.
Em "Conversas que tive comigo", o político expressa seus pensamentos únicos, suas reflexões pessoais, minutas de cartas a chefes de Estado e seus diários e calendários da prisão.
"Meus Contos Africanos", publicado em 2008, é uma antologia elaborada por Mandela com os contos mais belos e antigos da África.
Passaram-se quase 50 anos desde a primeira à última página da obra, anos de formação política, de luta, de prisão, de reencontros, de grandes comícios e de serenos momentos de reflexão.
Anos em que a vida de Mandela e o destino de seu povo, a África do Sul, se fundem em uma trajetória comum que finalmente desemboca na denúncia internacional do regime segregacionista e racista do apartheid, e o posterior queda do mesmo.
"Longo Caminho para a Liberdade", autobiografia escrita em 1994 na qual se baseia o filme lançado ontem na Inglaterra, é um apaixonante relato do líder político sul-africano e ocupa um lugar de destaque entre as figuras mais importantes do século XX.
Em suas páginas se descobre o longo percurso da África negra rumo à conquista da liberdade política e da restituição de sua dignidade humana.
A vida e a obra de Mandela inspiraram também muitos escritores como Anthony Sampson, Richard Stengel, Martin Meredith, assim como Cath Senker, autor de "Mandela and Truth and Reconciliation".
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