Mandela é homenageado na América Latina, onde deixou legado político
Bogotá, 6 dez (EFE).- Os governos da América Latina, independente da corrente política, destacaram o legado de paz e igualdade deixado por Nelson Mandela, que visitou vários países da região e teve entre seus "grandes amigos" o líder cubano Fidel Castro.
"Neste momento vejo nitidamente como o espírito de Simón Bolívar vive em todos vocês", disse Mandela durante uma visita à Venezuela em 1991 como presidente do Conselho Nacional Africano (CNA), um ano após ter sido libertado depois de 27 anos preso por combater o "apartheid" (política sulafricana de segregação racial oficialmente adotado entre 1948 e 1994).
Na viagem que fez no início dos anos 90, Mandela, que morreu ontem, quinta-feira, aos 95 anos, passou por quatro países latino-americanos, Cuba, Venezuela, México e Brasil, e em 1998, já como presidente da África do Sul, visitou Brasil e Argentina.
Sem se importar se os governos dos países visitados eram de esquerda ou de direita, foi recebido como um líder indiscutível e com um grande calor popular em um continente com uma longa história de conflitos e desigualdades sociais.
E foi reverenciado com a mesma unanimidade ao destacarem sua importância na hora de sua morte.
Além dessas viagens à América Latina, Mandela, prêmio Nobel da Paz em 1993, recebeu enquanto presidente na África do Sul vários líderes latino-americanos, inclusive Fidel Castro, chamado por ele de "um dos meus grandes amigos" em 1998 e a quem sempre agradeceu o apoio de Cuba à causa contra o "apartheid" e sua ajuda ao terceiro mundo com as missões médicas.
Cuba decretou três dias de luto oficial pela morte de Mandela, a quem se considerava um "profundo amigo" da ilha.
O presidente Raúl Castro, irmão mais novo de Fidel, expressou sua profunda dor pela morte de Mandela em carta dirigida ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma, mas o líder da revolução cubana, que também está com a saúde muito debilitada, não se manifestou.
Ainda não se sabe quem representará Cuba na cerimônia do funeral que acontecerá em 15 de dezembro, no qual já confirmou presença a presidente Dilma Rousseff, que decretou hoje sete dias de luto oficial pela morte de Mandela.
Também estará presente Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA e democrata como Bill Clinton, que visitou "Madiba", em 1998 na África do Sul.
A forte relação de Mandela com Fidel foi motivo de atritos com os EUA e também com os exilados cubanos em Miami, mas ele sempre defendeu Cuba das denúncias de violações dos direitos humanos, como também fez com o líder líbio Muammar Kadafi e o palestino Yasser Arafat.
"Quem se atreve a determinar quem pode ou não pode ser nossos amigos?", questionou Mandela em 1998.
No Brasil, que visitou duas vezes e que tem a maior população negra do mundo fora da África, Mandela tomou verdadeiros banhos de multidões. Sua segunda visita, em 1998, foi quase uma lua- de-mel, pois viajou acompanhado de Graça Machel, sua segunda esposa, com quem tinha acabado de se casar.
Do Brasil seguiu viagem para a Argentina, onde foi a uma cúpula do Mercosul na cidade de Ushuaia convidado pelo então presidente Carlos Menem e não perdeu a oportunidade de agradecer o então chefe de Estado argentino, Raúl Alfonsín, "tudo o que fez pela África do Sul".
Uma das primeiras medidas Alfonsín tomou ao assumir a presidência argentina, em 1983, foi romper relações diplomáticas com o regime do "apartheid" sul-africano.
"Meu pai sempre sentiu uma grande admiração pela Argentina", disse recentemente Zenani Dlamini, filha de Mandela e atual embaixadora da África do Sul em Buenos Aires.
Mandela conheceu a maioria dos líderes latino-americanos ao sair da prisão, também porque esteve muito ligado ao Movimento de Países não-Alinhados.
No entanto, em 1997 não recebeu o então presidente desse movimento e da Colômbia, Ernesto Samper, no meio de uma crise por denúncias que o envolviam com narcotraficantes. Só em 1998 se reuniu com o então presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, a quem cumprimentou por suas tentativas de conseguir a paz com a guerrilha mediante negociações.
Aquele processo fracassou, mas hoje está em andamento um novo, que começou há um ano em Cuba e no qual participam negociadores do governo de Juan Manuel Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Até as Farc lembraram Nelson Mandela, que "vive hoje nas lutas dos povos pela paz", disseram nesta sexta-feira em uma declaração na qual reivindicam seu legado e sublinham que não foi "um simples pacifista", mas um "revolucionário integral".
O então presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o condecorou em 1989, quando ainda estava preso, com a ordem de "Augusto Sandino" como "herói e combatente da liberdade".
O Parlacen, o parlamento centroamericano, com sede na Guatemala, outorgou a Mandela em outubro a ordem Francisco Morazán no Grau de Grande Cruz "por toda sua vida dedicada à luta contra o apartheid, o fortalecimento da democracia, o respeito dos direitos humanos e a igualdade entre as pessoas".
"Neste momento vejo nitidamente como o espírito de Simón Bolívar vive em todos vocês", disse Mandela durante uma visita à Venezuela em 1991 como presidente do Conselho Nacional Africano (CNA), um ano após ter sido libertado depois de 27 anos preso por combater o "apartheid" (política sulafricana de segregação racial oficialmente adotado entre 1948 e 1994).
Na viagem que fez no início dos anos 90, Mandela, que morreu ontem, quinta-feira, aos 95 anos, passou por quatro países latino-americanos, Cuba, Venezuela, México e Brasil, e em 1998, já como presidente da África do Sul, visitou Brasil e Argentina.
Sem se importar se os governos dos países visitados eram de esquerda ou de direita, foi recebido como um líder indiscutível e com um grande calor popular em um continente com uma longa história de conflitos e desigualdades sociais.
E foi reverenciado com a mesma unanimidade ao destacarem sua importância na hora de sua morte.
Além dessas viagens à América Latina, Mandela, prêmio Nobel da Paz em 1993, recebeu enquanto presidente na África do Sul vários líderes latino-americanos, inclusive Fidel Castro, chamado por ele de "um dos meus grandes amigos" em 1998 e a quem sempre agradeceu o apoio de Cuba à causa contra o "apartheid" e sua ajuda ao terceiro mundo com as missões médicas.
Cuba decretou três dias de luto oficial pela morte de Mandela, a quem se considerava um "profundo amigo" da ilha.
O presidente Raúl Castro, irmão mais novo de Fidel, expressou sua profunda dor pela morte de Mandela em carta dirigida ao presidente da África do Sul, Jacob Zuma, mas o líder da revolução cubana, que também está com a saúde muito debilitada, não se manifestou.
Ainda não se sabe quem representará Cuba na cerimônia do funeral que acontecerá em 15 de dezembro, no qual já confirmou presença a presidente Dilma Rousseff, que decretou hoje sete dias de luto oficial pela morte de Mandela.
Também estará presente Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA e democrata como Bill Clinton, que visitou "Madiba", em 1998 na África do Sul.
A forte relação de Mandela com Fidel foi motivo de atritos com os EUA e também com os exilados cubanos em Miami, mas ele sempre defendeu Cuba das denúncias de violações dos direitos humanos, como também fez com o líder líbio Muammar Kadafi e o palestino Yasser Arafat.
"Quem se atreve a determinar quem pode ou não pode ser nossos amigos?", questionou Mandela em 1998.
No Brasil, que visitou duas vezes e que tem a maior população negra do mundo fora da África, Mandela tomou verdadeiros banhos de multidões. Sua segunda visita, em 1998, foi quase uma lua- de-mel, pois viajou acompanhado de Graça Machel, sua segunda esposa, com quem tinha acabado de se casar.
Do Brasil seguiu viagem para a Argentina, onde foi a uma cúpula do Mercosul na cidade de Ushuaia convidado pelo então presidente Carlos Menem e não perdeu a oportunidade de agradecer o então chefe de Estado argentino, Raúl Alfonsín, "tudo o que fez pela África do Sul".
Uma das primeiras medidas Alfonsín tomou ao assumir a presidência argentina, em 1983, foi romper relações diplomáticas com o regime do "apartheid" sul-africano.
"Meu pai sempre sentiu uma grande admiração pela Argentina", disse recentemente Zenani Dlamini, filha de Mandela e atual embaixadora da África do Sul em Buenos Aires.
Mandela conheceu a maioria dos líderes latino-americanos ao sair da prisão, também porque esteve muito ligado ao Movimento de Países não-Alinhados.
No entanto, em 1997 não recebeu o então presidente desse movimento e da Colômbia, Ernesto Samper, no meio de uma crise por denúncias que o envolviam com narcotraficantes. Só em 1998 se reuniu com o então presidente da Colômbia, Andrés Pastrana, a quem cumprimentou por suas tentativas de conseguir a paz com a guerrilha mediante negociações.
Aquele processo fracassou, mas hoje está em andamento um novo, que começou há um ano em Cuba e no qual participam negociadores do governo de Juan Manuel Santos e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Até as Farc lembraram Nelson Mandela, que "vive hoje nas lutas dos povos pela paz", disseram nesta sexta-feira em uma declaração na qual reivindicam seu legado e sublinham que não foi "um simples pacifista", mas um "revolucionário integral".
O então presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, o condecorou em 1989, quando ainda estava preso, com a ordem de "Augusto Sandino" como "herói e combatente da liberdade".
O Parlacen, o parlamento centroamericano, com sede na Guatemala, outorgou a Mandela em outubro a ordem Francisco Morazán no Grau de Grande Cruz "por toda sua vida dedicada à luta contra o apartheid, o fortalecimento da democracia, o respeito dos direitos humanos e a igualdade entre as pessoas".
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