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Assassinado há 50 anos, Kennedy ainda fascina os americanos

22/11/2013 18h11

Miriam Burgués.

Washington, 22 nov (EFE).- Os Estados Unidos homenagearam nesta sexta-feira o presidente John F. Kennedy, assassinado há 50 anos em Dallas, no Texas, que continua a fascinar os americanos, em parte pelas variadas teorias da conspiração sobre sua morte.

"Hoje e nas décadas que ainda vem pela frente vamos conservar seu legado", pediu no Twitter o presidente Barack Obama. Em um discurso oficial, Obama declarou esta sexta-feira como "Dia de comemoração do presidente John F. Kennedy", dedicado a "celebrar sua duradoura marca na história americana".

Com as bandeiras de edifícios federais e estaduais hasteadas a meio mastro, meios de comunicação, políticos e cidadãos em quase todos os cantinhos do país lembraram Kennedy, o presidente mais popular do último meio século, segundo uma pesquisa da emissora "CNN" divulgada hoje.

A pesquisa revelou que 90% dos americanos aprova a gestão de Kennedy como presidente. Em segundo lugar ficou Ronald Reagan (78%) e o terceiro Bill Clinton (74%). Richard Nixon ficou em último, com apenas 31% de aprovação.

Os atos de homenagem ao primeiro presidente católico dos EUA e o mais jovem a assumir na Casa Branca começaram com uma austera cerimônia militar em frente ao seu túmulo no cemitério militar de Arlington, nos arredores de Washington.

Jean Kennedy Smith, de 85 anos e irmã do presidente, depositou uma coroa de flores no túmulo acompanha de outros membros do clã. Também visitaram o lugar, onde arde uma chama eterna, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder e centenas de turistas e curiosos.

Em Boston, cidade natal de Kennedy, o governador de Massachusetts, Deval Patrick, também homenageou com flores na estátua construída em honra a JFK.

Na Câmara dos Representantes, onde Kennedy foi deputado entre 1947 e 1953, o reverendo John Robert Skeldon lembrou durante uma oração com os congressistas uma das frases mais memoráveis do presidente: "Não pergunte o que seu pode fazer por você, se pergunte o que pode fazer por seu país".

Durante uma visita às famílias que há 11 dias estão em greve de fome perto do Capitólio para pressionar pela aprovação da reforma migratória, o vice-presidente dos EUA, Joseph Biden, ressaltou a importância que Kennedy deu as contribuições dos imigrantes.

"Concordo com o que disse John Kennedy" sobre o sistema de imigração, que "deve ser justo, decente e flexível", comentou Biden.

Mas a atenção do dia esteve centrada em Dallas, onde milhares de pessoas se reuniram na praça Dealey e fizeram um minuto de silêncio exatamente ao meio-dia e meia (local, 16h30 em Brasília), no mesmo instante e lugar onde dois disparos acabaram com a vida de Kennedy em 22 de novembro de 1963.

A cerimônia também incluiu uma benção do bispo da diocese de Dallas, Kevin J. Farrell, e um discurso do prefeito da cidade, Mike Rawlings, que elogiou não só o legado e a personalidade do presidente assassinado, mas a "extraordinária coragem" de sua mulher, Jackie, naquelas horas trágicas.

Obama não viajou hoje a Dallas, mas participará da Casa Branca, a portas fechadas, de uma videoconferência com voluntários na Tanzânia dos Corpos de Paz criados por Kennedy e que serviram em mais de 130 países em questões relacionadas à saúde pública e preservação do meio ambiente.

O presidente homenageou Kennedy na quarta-feira, com uma visita a seu túmulo acompanhado pela primeira-dama, Michelle, e pelo casal Bill e Hillary Clinton. Nesse mesmo dia Obama presidiu na Casa Branca a cerimônia de concessão das Medalhas da Liberdade, a máxima honra civil dada pelo governo americano e instituída exatamente por Kennedy há 50 anos.

Mais tarde, durante um jantar em homenagem aos agraciados com as medalhas, Obama disse que Kennedy "é registrado para a posteridade como era em vida: jovem, audaz e ousado", ao destacar seu "idealismo" e que "encarnava o caráter do povo a que serviu".

A Comissão Warren, criada pelo sucessor de Kennedy, Lyndon B. Johnson, estabeleceu que Lee Harvey Oswald atuou sozinho para matar o presidente com dois dos três disparos que fez do Depósito de Livros Escolares na limusine conversível, bem em frente a praça Dealey.

Lee Oswald morreu dois dias depois de Kennedy assassinado pelo empresário Jack Ruby. Desde então muitas perguntas ficaram no ar, até hoje.

Um complô da CIA, um plano do então vice-presidente Johnson, uma operação da KGB, o regime cubano de Fidel Castro e uma vingança da máfia são algumas das teorias de conspiração que 50 anos depois continuam a existir, com uma quantidade praticamente infinita de publicações que abordam o assassinato de Kennedy por diferentes ângulos e evidências.