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Retrato assinado por Da Vinci é descoberto após 500 anos de anonimato

Imagem divulgada pelo jornal "Corriere della Sera" - Reprodução/Corriere della Sera
Imagem divulgada pelo jornal "Corriere della Sera" Imagem: Reprodução/Corriere della Sera

Roma (Itália)

04/10/2013 09h59

Especialistas da Universidade Leonardo anunciaram a descoberta de um retrato em cores de Isabella d'Este, o qual teria permanecido 500 anos em anonimato, mas que já é considerado um dos precursores da célebre Mona Lisa (La Gioconda), informou nesta sexta-feira (4) o jornal "Corriere della Sera".

O "Retrato de Isabella d'Este" foi encontrado no porão da casa de uma endinheirada família suíça e aparece como o sucessor do retrato feito com carvão, giz preto e pastel que é conservado no Museu do Louvre em Paris.

Tudo indica que, enquanto o primeiro retrato foi realizado por Da Vinci no início do século XVI, quando o mesmo era hóspede do marquês Francisco II Gonzaga na cidade italiana de Mântua, o retrato a cor foi pintado 15 anos depois e após a constante insistência da esposa do marquês e modelo, Elena d'Este.

O professor Carlo Pedretti, máxima autoridade da Universidade Leonardo, qualificou a descoberta como "excepcional" e assegurou que o retrato de Isabella d'Este é "o único deste tipo no mundo".

Trata-se de um óleo sobre tela (61x46,5 cm) realizado entre os anos de 1513 e 1516 e que apresenta vários temas iconográficos inspirados em Santa Catalina de Siena, tais como coroa e cetro.

Não há dúvidas sobre a autenticidade do retrato e da assinatura do mestre florentino: "A tela é autêntica", declarou Pedretti.

Além disso, a análise do Carbono 14 demonstrou que a pintura foi realizada em um período entre 1460 e 1650, evitando assim a suspeita que a mesma tivesse sido realizada em um tempo posterior ao de Da Vinci.

O retrato em questão apresenta muitas similaridades com o da Mona Lisa (La Gioconda), especialmente em relação à cor e iluminação, a parte da pose de ambas as modelos.

De fato, os especialistas apresentaram vários documentos em que estabelecem uma espécie de divisão entre La Gioconda e Mona Lisa, como se fossem dois quadros diferentes, e nos quais uma delas aparece como uma "dama italiana, consorte de um cavalheiro chamado Francesco".

Neste aspecto, a dúvida de que uma delas poderia ser realmente Isabella d'Este fica evidente e, por isso, terá que ser investigada mais a fundo.

Isabella d'Este foi uma nobre italiana, grande mecenas de artistas e protetora de, entre outros, Rafael, Mantegna e Giulio Romano, sendo retratada por outros gênios da pintura, como Tiziano.