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Exposição em Washington reúne souvenires da história americana

Imagem cedida pelo Museu Nacional de História Americana, em Washington, mostra um quatro com fios de cabelo de cada um dos 14 primeiros presidentes dos Estados Unidos - EFE
Imagem cedida pelo Museu Nacional de História Americana, em Washington, mostra um quatro com fios de cabelo de cada um dos 14 primeiros presidentes dos Estados Unidos Imagem: EFE

Marc Arcas

08/08/2013 10h09

O Museu Nacional de História Americana abriu nesta quarta-feira (7) para a imprensa uma exposição sobre "relíquias" do país, que incluem objetos tão díspares como amostras do cabelo de cada um dos 14 primeiros presidentes dos Estados Unidos, um guardanapo pessoal de Napoleão ou uma parte do muro de Berlim.

Da próxima sexta-feira até agosto de 2014, todos estes elementos estarão expostos para os visitantes do museu dentro da mostra "Nação de souvenires: relíquias, lembranças e curiosidades", que também inclui objetos como madeira de mogno do caixão de George Washington e o primeiro souvenir da Estátua da Liberdade.

"A coleção de História da Instituição Smithsonian (que administra os museus nacionais da capital americana) foi criada na em meados de 1880, mas à medida que o museu crescia novas coleções mais específicas apareceram e levaram parte das peças: a militar, a de história naval, a de vestidos...", explicou o curador da exibição, Larry Bird.

"Cada vez que se criava uma destas coleções, eram levadas parte da coleção geral de história. No entanto, permaneceram peças inclassificáveis de todo tipo, uma miscelânea que agora decidimos abrir ao público", declarou Bird, em referência à incomum exposição.

As mostras de cabelos de presidentes, muitas com mais de 200 anos, foram compiladas junto às de outras personalidades de meados do século 19 pelo colecionador John Varden, que as solicitou pessoalmente a líderes e ex-presidentes, e comprou aquelas que não pôde adquirir de outro modo.

Um dos elementos que mais surpreenderá o visitante é a grande quantidade de objetos únicos de origem francesa da exibição, o que reflete os fortes e importantes vínculos entre o país e os Estados Unidos desde a independência americana.

Um dos guardanapos pessoais usados por Napoleão, uma pedra da masmorra em que foi trancafiada Joana d'Arc ou uma parte original da fortaleza de Bastilha em Paris são só alguns dos objetos com "conexão francesa" da mostra.

"O marquês francês de Lafayette, que foi general na Guerra da Independência dos EUA, entregou a George Washington uma chave da Bastilha, que ainda está na antiga residência de nosso primeiro presidente", comentou Bird.

O guardanapo de Napoleão, por sua vez, foi doado a um rico americano que teve "a honra" de almoçar um dia com o imperador francês em Paris, que mais tarde presenteou a esposa de um alto oficial militar que se transformaria na sogra do primeiro diretor do museu.

"Napoleão foi e continua sendo uma figura muito admirada nos EUA e consta, por exemplo, que esta mulher o via como herói por considerar a 'inigualável capacidade executiva' do imperador", contou o responsável pela exposição.

Apesar da proeminência de objetos curiosos e "inclassificáveis" dos séculos 18 e 19, "Nação de Souvenires" também conta com elementos mais atuais e que, embora a primeira vista possam parecer irrelevantes, foram muito importantes para a configuração da época contemporânea.

"Nas eleições do ano 2000 nos EUA, a disputa entre George W. Bush e o democrata Al Gore não se resolveu até vários meses depois do dia da eleição, por causa de complicações na apuração dos votos do estado da Flórida", explicou Bird.

"Uma famosa fotografia de então mostra o juiz do condado de Broward Robert Rosenberg analisando um a um os votos com uma lente de aumento. Pois bem, nós temos aqui essa lupa", concluiu orgulhoso.