Patti Smith e Robert Mapplethorpe são mostrados nus em exposição em Nova York
Com os olhos vendados, totalmente nus e ajoelhados no chão como se estivessem rezando foi a forma como o fotógrafo Lloyd Ziff retratou os então desconhecidos Patti Smith e Robert Mapplethorpe, em imagens que podem ser vistas a partir desta quinta-feira na galeria Danziger de Nova York.
Robert Mapplethorpe e Patti Smith fotografados por Lloyd Ziff em 1969, em Nova York
"Eles sempre estavam trabalhando, fazendo quadros, desenhos e esculturas, e as paredes de seu apartamento estavam cobertas com suas obras", lembra Ziff, que conheceu Mapplethorpe no final dos anos 1960 em uma aula de fotografia no Instituto Pratt no Brooklyn.
Agora famoso por ter ocupado a direção de arte de revistas como Vanity Fair e Rolling Stone, o fotógrafo foi em 1968 à pequena casa que os dois artistas compartilhavam no bairro de Clinton Hill para fazer os retratos que seriam os primeiros deles juntos.
"Eles eram muito jovens e muito belos", explica.
Um ano mais tarde, Mapplethorpe, que ficaria famoso depois por suas provocativas fotografias, decidiu fazer uma animação com imagens da cantora e de si mesmo nus, mas, como ainda não dominava essa arte, pediu ao seu companheiro que as fizesse.
Os dois artistas, que durante anos mantiveram uma relação amistosa e amorosa que Smith relatou com maestria em seu premiado livro "Just Kids", chegaram ao apartamento de Ziff no West Village para que este os fotografasse nus, que Mapplethorpe "sabia com muita clareza como queria".
"Somente a sua própria figura, e depois a de Patti, sentados, ajoelhados, de pé, rezando, às vezes com uma venda nos olhos", lembra.
Essa série de nus é o foco da exposição, que permanecerá aberta até o próximo dia 4 de maio e na qual também se pode ver a "madrinha do punk" totalmente nua e com os braços para o alto, mas que mostra, além disso, retratos mais íntimos do casal, pensativos em frente à câmera.
Mapplethorpe, que morreu em 1989 por problemas derivados da aids, tinha perdido o interesse de realizar o filme e as fotografias tinham permanecido no esquecimento até agora, quando Ziff decidiu mostrá-las ao público na galeria nova-iorquina.
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