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Rei Momo recebe as chaves do Rio de Janeiro e dá início ao carnaval

08/02/2013 17h21

Rio de Janeiro, 8 fev (EFE).- O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou hoje as chaves da cidade ao Rei Momo, personagem tradicional do carnaval e que abriu os cinco dias de festa na cidade.

A cerimônia foi realizada no Palácio da Cidade, que se transformou em uma verdadeira quadra de escola de samba, que serviu como abertura da folia que se estenderá pelas ruas da cidade até a Quarta-Feira de Cinzas.

O Rei Momo, personagem bonachão encarregado da direção da cidade durante o carnaval, chegou ao palácio em um Ford Phantom conversível cor creme de 1929, acompanhado pela rainha e pelas princesas do carnaval, já com sua coroa azul bordada e um impecável traje branco com lantejoulas.

O rei do carnaval é encarnado desde 2009 pelo bancário Milton Rodrigues da Silva Júnior, de 33 anos, que como manda a tradição é negro e gordo, embora nos últimos anos, estas características deixaram de ser uma obrigação legal.

O prefeito do Rio, com um chapéu Panamá branco e um enfeite de plumas azuis no pescoço, beijou a mão do Rei Momo e, com um joelho no chão, lhe entregou as chaves da cidade, enquanto soavam os acordes da canção "Cidade Maravilhosa".

Então, dois guardas municipais retiraram a bandeira olímpica hasteada em frente da sede da Prefeitura desde agosto do ano passado, quando o Rio recebeu oficialmente a missão de organizar os Jogos de 2016.

Os guardas colocaram a bandeira dobrada em uma caixa de madeira e a levaram ao sambódromo, local onde acontecem os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial nas noites de domingo e segunda-feira.

Ao ceder o controle da cidade ao Rei Momo de forma simbólica, Paes desejou que os cariocas e turistas comemorem o carnaval "com paz e alegria".

O Rei Momo declarou seu amor pelo samba e disse que assume com "responsabilidade" a tarefa de "comandar a loucura" na qual o Rio está a ponto de submergir.

Em seguida declarou aberto o carnaval com um grito, enquanto uma dezena de percussionistas de Unidos da Tijuca, escola campeã do ano passado, soou seus instrumentos, como uma breve antecipação do que preparam para seu desfile.

O próprio rei momo foi o primeiro a se somar à festa dançando freneticamente junto à rainha do carnaval, Evelyn Bastos da Silva, que usava um vestido branco.

"A função do rei é abrir o carnaval e levar as honras carnavalescas aos quatro cantos (da cidade): ao sambódromo, aos blocos, às bandas, onde houver carnaval. Vou com a rainha e as princesas para passar alegria para o povo", afirmou o Rei Momo à Agência Efe.

A festa no Rio de Janeiro mobilizará este ano cerca de seis milhões de pessoas, segundo cálculos da Prefeitura, mas a vontade de diversão se espalha a todos os cantos do país.

Apenas duas horas depois do início oficial do carnaval, saía às ruas do centro o primeiro bloco, o Fazendários do Amor, integrado por funcionários do Ministério da Fazenda.

Nesta sexta-feira a Prefeitura deu permissão para que 30 blocos desfilem, ao ritmo do samba e "movidos" à cerveja.

Um dos blocos mais animados deste primeiro dia de carnaval é o das Carmelitas, que reúne milhares de pessoas que se disfarçam de religiosos no bairro de Santa Teresa para lembrar a história, metade mito e metade realidade, de uma freira enclausurada que fugiu do convento para pular carnaval.

Este ano 492 blocos receberam autorização para sair às ruas cariocas durante os cinco dias consecutivos de festa e também nos finais de semana antes e depois destes dias.