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De volta ao Rio, Paul McCartney joga para a plateia e emociona os fãs

Pintura de borboleta da série "Endangered Species", feita por Andy Warhol, foi vendida por US$ 1,05 milhão - Divulgação/EFE
Pintura de borboleta da série "Endangered Species", feita por Andy Warhol, foi vendida por US$ 1,05 milhão Imagem: Divulgação/EFE

13/11/2012 00h09

Ricardo Diniz.

Rio de Janeiro, 13 nov (EFE). - Quando tocou os primeiros acordes de "Eight Days a Week" na noite desta quarta-feira na HSBC Arena, no Rio de Janeiro, Paul McCartney abria seu 13º show no Brasil nos últimos cinco anos confirmando que, apesar de ser cada vez mais uma "figurinha carimbada" por essas bandas, continua a levar os fãs à loucura.

Depois das 11 apresentações no país entre 2010 e 2013, o ex-beatle começou a nova parte brasileira da turnê "Out There" na segunda-feira em Vitória, no Espírito Santo. Em palcos cariocas, Paul não pisava desde 2011, quando tocou no Engenhão, como parte da turnê "Up and Coming".

O músico ainda se apresentará mais três vezes no Brasil. Após uma parada de dez dias, Paul viaja para Brasília, onde se apresenta no Estádio Nacional no dia 23 de novembro, e depois parte rumo a São Paulo, para tocar no Allianz Parque nos dias 25 e 26.

O show desta quarta-feira teve uma peculiaridade. Acostumado aos estádios abertos, habituais nas últimas visitas, o público dessa vez pôde ver o ídolo mais de perto, em um espaço menor e mais intimista, o que não diminuiu em nada a empolgação dos fãs.

E Paul sabe jogar para a plateia. Mesmo abrindo espaço para músicas do álbum "New", lançado em outubro do ano passado, o foco do repertório são os sucessos dos Beatles. Das quase 40 músicas que tocou, mais de 25 eram dos Fab Four.

Clássicos como "Let It Be", Hey Jude", "Yesterday" e "Eleanor Rigby" foram cantados em uníssono pelos fãs, que não perderam o fôlego na hora de acompanhar as canções do ex-Beatle com os Wings, na década de 1970, e na carreira solo, como "Live and Let Die", "Band on the Run" e "Let Me Roll It".

Para retribuir o carinho, Paul usou e abusou de expressões em português entre uma música e outra - desde os clássicos 'obrigado' e 'boa noite', até gírias e frases mais elaboradas como "show de bola" e "tá bombando".

Apesar de o sotaque de Sir Paul estar cada vez melhor, dada a assiduidade em terras brasileiras, o público estava ali para escutar o bom e velho rock'n roll e se emocionar. E não faltaram lágrimas quando o músico decidiu homenagear a ex-mulher Linda e os companheiros de Beatles já falecidos.

Para Linda, Paul dedicou sua balada mais bela, "Maybe I'm Amazed", e George Harrison foi lembrado com "Something". Para John Lennon, um dos momentos mais emocionantes da noite: a interpretação visceral de "Here Today", escrita pouco depois do assassinato do eterno parceiro.

Após quase três horas de show, com apenas duas paradas, Paul voltou para o terceiro bis e levou os fãs ao delírio com o ato final de uma noite que muitos imploraram para nunca acabar. Mas o desfecho foi sublime, com a sequência composta por "Golden Slumbers", "Carry That Weight" e "The End".

E, no final, a comunhão entre astro e público atingiu o ápice, com Paul McCartney confirmando a todos que estavam ali que "o amor que você recebe é igual ao que você faz".