Israel festeja Ano Novo judaico com incerteza política e econômica
Daniela Brik.
Jerusalém, 16 set (EFE).- O ano novo judaico, ou Rosh Hashaná, começou com a perspectiva de uma forte alta de preços e a incerteza de se o ano hebraico de 5773 (2012-2013) será de guerra ou de paz, após as ameaças de Israel de atacar o Irã para impedir que consiga armas nucleares.
Os israelenses judeus, perto de 6 milhões, deverão comer durante a festividade muitas maçãs embebidas em mel como símbolo de bons fluidos para o ano que vem, pois os próximos meses se preveem instáveis tanto no plano econômico como no político.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está submetido a grandes pressões pelas agências internacionais de risco para que mantenha a credibilidade fiscal da qual até agora gozou o país, no meio da crise mundial e em momentos em que a economia cai e a receita tributária é cada vez menor.
"É duro (..) impostos e mais impostos. A verdade é que é preocupante e a pergunta que nos fazemos é se é necessário", disse à Agência Efe Elior Vardi, um jovem de 22 anos morador de Jerusalém.
Apesar de ter adotado algumas medidas destinadas a atenuar a falta de liquidez nos cofres públicos, como o aumento do IVA para 17% e uma alta de impostos, Netanyahu não conseguiu garantir um orçamento que poderia fazer seu Governo cair.
Isto porque dois de seus cinco parceiros da coalizão de Governo se opuseram a seu plano de austeridade e poderiam precipitar a realização de eleições antecipadas.
O presidente do Banco de Israel (banco central israelense), Stanley Fischer, acredita em entrevista à revista econômica "The Marker" que, se o Governo não conseguir passar os orçamentos de 2013 em outubro, o país deveria ir às urnas para desfazer a incerteza.
Apesar de Israel ter um crescimento previsto para 2012 de 3,2%, se encontra em processo de desaceleração em relação a exercícios anteriores, em parte devido a que 40% de sua economia se baseia nas exportações, prejudicadas pela crise na Europa (seu principal mercado) e Estados Unidos.
A isso se somou uma alta nos combustíveis e na farinha, que levam para o alto todos os preços no mercado.
Cerca da metade dos israelenses judeus se sentem inseguros sobre sua situação econômica, segundo um recente estudo realizado pelo Instituto Demográfico e a Universidade de Tel Aviv.
Além disso, um terço não consegue cobrir suas necessidades básicas mensais e 76% opina que o Governo deveria ter procurado outras vias para reduzir o déficit, em vez de aumentar o IVA.
Quanto a se Israel deve lançar um ataque preventivo contra as instalações nucleares iranianas, a população se mostra dividida.
Assim, 43% dos judeus israelenses apoia Netanyahu em sua firme postura de envolver o presidente dos EUA, Barack Obama, em uma eventual ação militar contra o Irã, enquanto 40% considera esse enfoque desaconselhável.
Estes dados foram divulgados no meio da tensão crescente e manifesta entre Netanyahu e Obama sobre como deter o programa nuclear ou se se devem ser fixadas linhas vermelhas ao regime de Teerã.
"Estes são assuntos (maiores) de primeiro-ministro, embora não caiba nenhuma dúvida de que o Irã representa uma ameaça para nós", explica Vardi, que não descarta que este ano de 5773 seja crucial porque "a opção mais terrível é que o Irã nos ataque primeiro".
Odelia Abutbul, de 24 anos e estudante de arquitetura, tem uma resposta muito mais espiritual e é a que todas as guerras são prelúdio "da chegada da paz universal", para ela, o messias.
"Nunca haverá paz entre os povos, sempre houve conflito entre judeus e muçulmanos, e só alguém do alto pode parar isso", afirma em declarações à Efe.
Enquanto isso, os judeus dentro e fora de Israel se preparam para comemorar o Rosh Hashaná, que literalmente significa "cabeça do ano" ou "Ano Novo".
A festividade - que começa neste ano de 2012 no pôr do sol deste domingo, 16 de setembro, e se prolonga por dois dias - se caracteriza pela degustação de alimentos doces e pelo som do shofar, um instrumento musical feito com o chifre de um carneiro.
Outro dos costumes seguidos pelos mais devotos é comparecer a fontes de água como mares, rios ou mananciais para ler orações e com as quais se "jogam" pedaços de pão para se desfazer simbolicamente dos "pecados e imoralidades" do ano que terminou.
Jerusalém, 16 set (EFE).- O ano novo judaico, ou Rosh Hashaná, começou com a perspectiva de uma forte alta de preços e a incerteza de se o ano hebraico de 5773 (2012-2013) será de guerra ou de paz, após as ameaças de Israel de atacar o Irã para impedir que consiga armas nucleares.
Os israelenses judeus, perto de 6 milhões, deverão comer durante a festividade muitas maçãs embebidas em mel como símbolo de bons fluidos para o ano que vem, pois os próximos meses se preveem instáveis tanto no plano econômico como no político.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está submetido a grandes pressões pelas agências internacionais de risco para que mantenha a credibilidade fiscal da qual até agora gozou o país, no meio da crise mundial e em momentos em que a economia cai e a receita tributária é cada vez menor.
"É duro (..) impostos e mais impostos. A verdade é que é preocupante e a pergunta que nos fazemos é se é necessário", disse à Agência Efe Elior Vardi, um jovem de 22 anos morador de Jerusalém.
Apesar de ter adotado algumas medidas destinadas a atenuar a falta de liquidez nos cofres públicos, como o aumento do IVA para 17% e uma alta de impostos, Netanyahu não conseguiu garantir um orçamento que poderia fazer seu Governo cair.
Isto porque dois de seus cinco parceiros da coalizão de Governo se opuseram a seu plano de austeridade e poderiam precipitar a realização de eleições antecipadas.
O presidente do Banco de Israel (banco central israelense), Stanley Fischer, acredita em entrevista à revista econômica "The Marker" que, se o Governo não conseguir passar os orçamentos de 2013 em outubro, o país deveria ir às urnas para desfazer a incerteza.
Apesar de Israel ter um crescimento previsto para 2012 de 3,2%, se encontra em processo de desaceleração em relação a exercícios anteriores, em parte devido a que 40% de sua economia se baseia nas exportações, prejudicadas pela crise na Europa (seu principal mercado) e Estados Unidos.
A isso se somou uma alta nos combustíveis e na farinha, que levam para o alto todos os preços no mercado.
Cerca da metade dos israelenses judeus se sentem inseguros sobre sua situação econômica, segundo um recente estudo realizado pelo Instituto Demográfico e a Universidade de Tel Aviv.
Além disso, um terço não consegue cobrir suas necessidades básicas mensais e 76% opina que o Governo deveria ter procurado outras vias para reduzir o déficit, em vez de aumentar o IVA.
Quanto a se Israel deve lançar um ataque preventivo contra as instalações nucleares iranianas, a população se mostra dividida.
Assim, 43% dos judeus israelenses apoia Netanyahu em sua firme postura de envolver o presidente dos EUA, Barack Obama, em uma eventual ação militar contra o Irã, enquanto 40% considera esse enfoque desaconselhável.
Estes dados foram divulgados no meio da tensão crescente e manifesta entre Netanyahu e Obama sobre como deter o programa nuclear ou se se devem ser fixadas linhas vermelhas ao regime de Teerã.
"Estes são assuntos (maiores) de primeiro-ministro, embora não caiba nenhuma dúvida de que o Irã representa uma ameaça para nós", explica Vardi, que não descarta que este ano de 5773 seja crucial porque "a opção mais terrível é que o Irã nos ataque primeiro".
Odelia Abutbul, de 24 anos e estudante de arquitetura, tem uma resposta muito mais espiritual e é a que todas as guerras são prelúdio "da chegada da paz universal", para ela, o messias.
"Nunca haverá paz entre os povos, sempre houve conflito entre judeus e muçulmanos, e só alguém do alto pode parar isso", afirma em declarações à Efe.
Enquanto isso, os judeus dentro e fora de Israel se preparam para comemorar o Rosh Hashaná, que literalmente significa "cabeça do ano" ou "Ano Novo".
A festividade - que começa neste ano de 2012 no pôr do sol deste domingo, 16 de setembro, e se prolonga por dois dias - se caracteriza pela degustação de alimentos doces e pelo som do shofar, um instrumento musical feito com o chifre de um carneiro.
Outro dos costumes seguidos pelos mais devotos é comparecer a fontes de água como mares, rios ou mananciais para ler orações e com as quais se "jogam" pedaços de pão para se desfazer simbolicamente dos "pecados e imoralidades" do ano que terminou.
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