Inaugurada nesta quarta (13) nova sede da Fundação Saramago, em Portugal
A emblemática "Casa dos Bicos" abriu suas portas nesta quarta-feira (13) como sede do legado universal de José Saramago, cujos restos mortais estão sepultados no edifício e sob uma oliveira trazida de sua cidade natal (o vilarejo de Azinhaga).
Em um ato que reuniu intelectuais, políticos e autoridades, a viúva do escritor, Pilar del Río, inaugurou a nova sede da Fundação Saramago com um emocionante discurso em homenagem ao romancista, que morreu em junho de 2010 em sua casa nas Ilhas Canárias, na Espanha.
Pilar, que também era tradutora de Saramago, ainda ressaltou o compromisso da Fundação em manter viva a obra do único escritor de língua portuguesa a ganhar um prêmio Nobel. De acordo com ela, o espaço da "Casa dos Bicos", uma construção do século XVII, "é maravilhoso e cheio de história, arte e literatura".
Segundo Pilar, a fundação promoverá atividades intelectuais, como debates e simpósios de literatura portuguesa, mas também promoverá questões que preocupam o mundo atualmente, como o meio ambiente.
O prefeito de Lisboa e dirigente socialista, Antonio Costa, lembrou a extensa história da "Casa dos Bicos". "Esta fundação será uma evocação permanente do grande escritor, um lugar para descobrir e redescobrir sua obra", acrescentou Costa.
O ex-presidente e figura histórica do socialismo português Mário Soares, que também participou do ato, considerou muito importante o fato de seu país prestar esta homenagem a um escritor tão universal.
Na abertura oficial da nova sede, a Fundação Saramago apresentou uma exposição sobre o escritor, intitulada "A semente e os frutos", que repassa sua produção literária e alguns fatos que marcaram sua vida.
Os presentes na cerimônia, entre eles vários líderes da esquerda lusa e conhecidos intelectuais, também participaram de um ato simbólico diante da oliveira que guarda os restos mortais de Saramago na entrada da "Casa dos Bicos".
A escritora Nélida Piñon representou a Academia Brasileira das Letras e o ensaísta Eduardo Lourenço, um dos autores mais reconhecidos de Portugal, tornou pública uma mensagem que destacou Saramago como membro de uma geração que tentou, "se não mudar o mundo, torná-lo digno para ser salvo de sua inumanidade".
A instituição, que já tem um calendário fixo de projeções, shows, conferências e exposições, estará aberta ao público oito horas diárias.
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