Fóssil de um adolescente confirma a existência do Homo Antecessor
Burgos (Espanha), 11 jun (EFE).- O estudo do rosto do chamado "Chico de la Gran Dolina", um adolescente que viveu na Sierra de Atapuerca, no norte da Espanha, há quase um milhão de anos, confirma a hipótese que pode se tratar de uma nova espécie: o Homo Antecessor, do qual apenas encontraram restos nessa região.
Parte do estudo foi publicada na revista científica "Plos One" sob o título "Facial morphogenesis of the earliest europeans", informou nesta terça-feira em entrevista coletiva um de seus autores e membro da equipe científica de Atapuerca, José María Bermúdez de Castro.
A análise, realizada por cientistas do CENIEH (Centro Nacional de Pesquisa sobre a Evolução Humana) e da Universidade de Nova York, concluiu que o rosto tem traços modernos, já que é visível uma expansão craniana e os dentes também são modernos, embora ainda possuam "traços primitivos".
"Sem dúvida alguma", de acordo com Bermúdez de Castro, se trata de uma espécie distinta a todas encontradas até agora.
O paleontólogo acredita que o Homo Antecessor pode estar "muito próximo" ao antepassado comum entre o Homo Neandertal e o homem moderno, "inclusive poderia ser esse ancestral", embora seja algo que ainda tem que ser debatido com a comunidade científica.
Trata-se de um tronco comum que deve ter surgido em uma zona situada entre o leste da África e o sudoeste da Ásia entre o Homo Neandertal, que se expandiu pela Eurásia, e o homem moderno, cuja origem é situada na África.
Bermúdez de Castro reconhece que a comunidade científica não está totalmente de acordo em relação a este ponto e pede uma opinião, embora tenha lembrado que quase não foram feitos mais estudos sobre restos do Homo Antecessor que os realizados pelos membros da equipe de Atapuerca.
O estudo foi focado no rosto mediante um remodelador facial que permitiu saber qual teria sido o aspecto do adolescente - cujos restos foram encontrados em escavações em 1995 - quando alcançasse a idade adulta.
Os seus restos também foram comparados aos de um Homo Ergaster, ser mais primitivo, encontrado em uma jazida em Marrocos e com a mesma idade dental. Existem "diferenças evidentes" entre os dois, já que o segundo apresenta uma menor reabsorção facial, por isso seus traços são "mais primitivos", além de possuir uma dentadura também menos evoluída e um crânio menor.
Os restos do "Chico de la Gran Dolina", que morreu na Sierra de Atapuerca, não são os únicos que poderiam permitir estudos sobre esta espécie. Até agora, foram localizados 140 restos de 11 indivíduos, embora a maioria deles seja de crianças e adolescentes, havendo apenas restos de dois adultos.
Bermúdez de Castro lembrou que os vestígios do Homo Antecessor foram encontrados em uma escavação e está convencido que, quando conseguirem escavar toda a extensão da região, encontrarão milhares restos de mais, o que seria "uma orgia científica".
No entanto, também lembrou que ainda faltam décadas para que se chegue a esse ponto, e por isso "é provável que sejam meus netos os que irão vê-los".
Parte do estudo foi publicada na revista científica "Plos One" sob o título "Facial morphogenesis of the earliest europeans", informou nesta terça-feira em entrevista coletiva um de seus autores e membro da equipe científica de Atapuerca, José María Bermúdez de Castro.
A análise, realizada por cientistas do CENIEH (Centro Nacional de Pesquisa sobre a Evolução Humana) e da Universidade de Nova York, concluiu que o rosto tem traços modernos, já que é visível uma expansão craniana e os dentes também são modernos, embora ainda possuam "traços primitivos".
"Sem dúvida alguma", de acordo com Bermúdez de Castro, se trata de uma espécie distinta a todas encontradas até agora.
O paleontólogo acredita que o Homo Antecessor pode estar "muito próximo" ao antepassado comum entre o Homo Neandertal e o homem moderno, "inclusive poderia ser esse ancestral", embora seja algo que ainda tem que ser debatido com a comunidade científica.
Trata-se de um tronco comum que deve ter surgido em uma zona situada entre o leste da África e o sudoeste da Ásia entre o Homo Neandertal, que se expandiu pela Eurásia, e o homem moderno, cuja origem é situada na África.
Bermúdez de Castro reconhece que a comunidade científica não está totalmente de acordo em relação a este ponto e pede uma opinião, embora tenha lembrado que quase não foram feitos mais estudos sobre restos do Homo Antecessor que os realizados pelos membros da equipe de Atapuerca.
O estudo foi focado no rosto mediante um remodelador facial que permitiu saber qual teria sido o aspecto do adolescente - cujos restos foram encontrados em escavações em 1995 - quando alcançasse a idade adulta.
Os seus restos também foram comparados aos de um Homo Ergaster, ser mais primitivo, encontrado em uma jazida em Marrocos e com a mesma idade dental. Existem "diferenças evidentes" entre os dois, já que o segundo apresenta uma menor reabsorção facial, por isso seus traços são "mais primitivos", além de possuir uma dentadura também menos evoluída e um crânio menor.
Os restos do "Chico de la Gran Dolina", que morreu na Sierra de Atapuerca, não são os únicos que poderiam permitir estudos sobre esta espécie. Até agora, foram localizados 140 restos de 11 indivíduos, embora a maioria deles seja de crianças e adolescentes, havendo apenas restos de dois adultos.
Bermúdez de Castro lembrou que os vestígios do Homo Antecessor foram encontrados em uma escavação e está convencido que, quando conseguirem escavar toda a extensão da região, encontrarão milhares restos de mais, o que seria "uma orgia científica".
No entanto, também lembrou que ainda faltam décadas para que se chegue a esse ponto, e por isso "é provável que sejam meus netos os que irão vê-los".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.