Primeira versão de "On the Road" é exposta antes de estréia de Walter Salles

A primeira versão do romance "On the Road" de Jack Kerouac, escrito em um rolo de telex de 36 metros de comprimento e 22 centímetros de largura foi apresentada nesta segunda-feira em Paris, por causa da estreia do filme de mesmo nome do diretor brasileiro Walter Salles.
"A epopeia, da escrita para a tela" é o título da exposição que será aberta ao público nesta quarta-feira e seguirá até 19 de agosto. Na mostra, o Museu de Letras e Manuscritos celebra o escritor americano responsável pelo texto considerado o manifesto da geração Beat.
"Na realidade, se trata de folhas presas e adaptadas ao tamanho da máquina de escrever", explicou à Agência Efe a curadora da exposição, Estelle Gaudry. Estelle acredita que, longe de buscar a transgressão, a intenção de Kerouac era ir rápido, sem perder energia criativa.
O resultado foi um único parágrafo de 320 páginas e 125 mil palavras, sem margens nem capítulos, escrito em apenas 20 dias. Um mês após acabá-lo, em maio de 1951, o escritor disse que ao desenrolar o manuscrito pelo solo do quarto, fica parecido com uma estrada.
Trailer legendado de "On The Road"
No entanto, "On the road" vai além de sua condição de mero diário da viagem pelos Estados Unidos e México junto a seu amigo, o também escritor Neal Cassidy no início dos anos cinqüenta. "A obra abraça a literatura de poetas americanos, como Whitman e Blake, de clássicos franceses como Proust e Balzac, ou de literatos russos", disse Estelle.
O livro, narra a viagem por estradas dos EUA e México de dois jovens, Sal Paradise e Dean Moriarty, versões fictícias de Kerouac e Cassady, na busca de novas experiências. Desde sua publicação, o livro causou interesse no mundo todo.
Segundo os responsáveis da mostra, "On the Road" se transformou em um símbolo para muitas gerações e foi traduzido no mundo inteiro, como é apresentado na exposição com as fachadas do livro em dezenas de idiomas.
As aventuras e relações entre os escritores e intelectuais mais importantes do movimento Beat, como William S. Burroughs ou Allan Ginsberg, aumentaram o interesse pelo livro cujo manuscrito foi comprado por US$ 2,5 milhões em maio de 2001 pelo proprietário da equipe de futebol os Colst de Indianápolis (EUA), Jim Irsay.
"A obra é fruto da anotação rigorosa de quatro anos de aventuras e conversas", acrescentou Estelle. Para a curadora, Kerouac soube falar aos jovens e traduzir as ânsias de uma geração, além de descobrir o que ocorria fora de seu entorno e fugir do conformismo dessa época.
Segundo Estelle, a exposição pretende apresentar a vida de Kerouac, o seu amor pela literatura, os seus encontros, e finalmente, o filme do brasileiro Walter Salles, selecionado para a edição do Festival de Cannes que começa no dia 16.
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