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No Dia Internacional da Dança, a Cidade do México é invadida por dançarinos

Bailarinas se apresentam no 5º encontro Plural de la Danza, no centro cultural Ollin Yoliztli na Cidade do México (28/4/12) - EFE/Sáshenka Gutiérrez
Bailarinas se apresentam no 5º encontro Plural de la Danza, no centro cultural Ollin Yoliztli na Cidade do México (28/4/12) Imagem: EFE/Sáshenka Gutiérrez

Asela Viar

29/04/2012 06h22

Cidade do México, 29 abr (EFE).- Por causa do Dia Internacional da Dança, mais de 1,7 mil dançarinos de todas as idades tomaram a capital mexicana para participar de um grande encontro que transformou a cidade em uma imensa pista de dança.

"A dança é uma terapia, especialmente no mundo de hoje, onde há muita violência, muitas pessoas, muita poluição. É uma forma de cura, porque quando dançamos nos dedicamos ao aspecto estético e nos esquecemos de tudo que é ruim", disse à Agência Efe Doriano Florizzeli, experiente dançarino da Cidade do México.

Após mais de 15 anos nos palcos, este homem de origem italiana estabelecido no México se mostrou convencido que a dança é o "melhor remédio" para os males da sociedade atual e a única forma de conseguir uma melhor qualidade de vida.

Foi o que disse antes de entrar na pista de dança do Centro Cultural Ollin Yoliztli, no sul da cidade, uma das 16 sedes do 5º Encontro Plural de Dança, organizado pela Secretaria de Cultura.

Ali, junto com seu grupo Dolce Vita, formado por dançarinos veteranos, dividiu o palco com grupos tão diversos como o Banshee, dedicado à dança contemporânea, e o Ballet Ensamble de México, especializado em dança folclórica.

Cerca de 600 grupos participaram deste encontro que se prolongará durante todo o final de semana e, que além de espetáculos, oferece conferências e exposições, como a mostra "Diálogo Corpóreo", dos fotógrafos Ernesto Reynoso e Georgina Medina.

O objetivo é levar a dança a vários cantos da cidade sem esperar que o público apareça, declarou à Efe Consuelo Vázquez, coordenadora do evento.

"Queremos ir a lugares onde as pessoas cotidianamente não viam dança e não esperar que o público vá aos teatros, mas que os dançarinos possam ir e resgatar novos espaços", detalhou Consuelo, que também é diretora da escola de dança do Centro Ollin Yoliztli.

Sob o lema "Pelo respeito à diversidade e contra a discriminação", este evento não quer apenas fortalecer a arte e a cultura na cidade, mas também reconhecer as diversas identidades que se transferem da sociedade à dança com o único objetivo de evitar o preconceito, qualquer que seja sua causa.

Por esta mesma razão, para dar exemplo, este evento, que foi realizado pela primeira vez no ano 2000, foi se abrindo para todo tipo de danças, sem importar sua origem ou condição, desde o hip-hop até o jazz, passando pela capoeira, o flamengo e as danças aéreas.

O Dia Internacional da Dança, comemorado sempre em 29 de abril, é o momento ideal para refletir sobre o papel desta arte na sociedade e como deve dar exemplo daquelas condutas que defende, afirmou Francesc Villescas, professor de dança.

"Se você se fixar no perfil das escolas profissionais, se dará conta que existe um protótipo europeu de pernas longas e tronco estreito que geralmente não se encontra na América Latina", refletiu Villescas, que denunciou que este modelo se deve a questões de discriminação.

"A dança foi feita para todo o mundo e pode adaptar-se a qualquer um que queira desfrutá-la, sem importar sua idade, seu físico ou sua origem", sentenciou.