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Cameron nega acordo com Murdoch sobre compra de BSkyB

29/04/2012 12h00

Londres, 29 abr (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, negou neste domingo que tenha feito um acordo com os empresários Rupert e James Murdoch para a aquisição empresa britânica de TV a cabo BskyB.

Há alguns dias, foi revelada a existência de emails trocados entre assessores dos Murdoch e do ministro britânico de Cultura e Meios de Comunicação, Jeremy Hunt, que sugeriam que o governo pretendia favorecer os empresários na compra da companhia.

Em declarações feitas neste domingo à "BBC", Cameron disse que "não é verdade" que foi feito um acordo para favorecer o império midiático de Rupert Murdoch em troca de apoio ao governo.

A troca de e-mails foi revelada nesta terça-feira durante declaração realizada por James Murdoch, ex-presidente de News International (NEM), na comissão Leveson, que investiga os desvios de conduta na imprensa britânica no caso das escutas ilegais do extinto dominical "News of the World".

Após o escândalo, Hunt disse que entregará documentos e sua comunicação pessoal para comprovar que não favoreceu os Murdoch na aquisição da BSkyB.

A News Corporation, que detém 39% da empresa, fez uma oferta no ano passado para adquirir toda a companhia, uma operação que deveria ser autorizada pelo Ministério da Cultura e dos Meios de Comunicação.

Os irmãos Murdoch, no entanto, desistiram da compra em julho de 2011, após o aparecimento do escândalo das escutas ilegais.

O assessor pessoal do ministro, Adam Smith, que trocou os e-mails com os assessores dos Murdoch, pediu demissão há poucos dias. O primeiro-ministro disse hoje que seria errado Hunt pedir demissão pela ligação de seu assessor com os empresários.

"Não há dúvida de que os contatos do assessor especial no Ministério de Cultura e Meios de Comunicação foram muito próximos, muito frequentes e é por isso que ele renunciou", acrescentou o chefe do governo.

O assessor admitiu ao deixar o cargo que seus vínculos com o império de Rupert Murdoch tinham ido "demais longe".