Segredos de grupo político argentino "La Cámpora" são revelados em livro
Maricel Seeger.
Buenos Aires, 22 abr (EFE).- O grupo político "La Cámpora", liderado pelo filho da presidente argentina Cristina Kirchner, Maximo Kirchner, e formado por jovens que apóiam o governo, será tema de um novo livro que foi lançado no país neste sábado na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires.
"La Cámpora, historia secreta de los herederos de Néstor y Cristina Kirchner" ("La Cámpora, história secreta dos herdeiros de Néstor e Cristina Kirchner", em tradução livre) mostra diversas características da organização, como a popularidade do grupo no país e o controle de grandes recursos. Da mesma forma, é evidenciado seu protagonismo no governo argentino.
Integrado em sua maioria por jovens militantes, o espaço político conta entre seus membros com o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, encarregado do projeto governamental de desapropriação de 51% das ações da companhia petrolífera argentina YPF que pertencem à espanhola Repsol.
O grupo ocupa ainda dez cadeiras na Câmara dos Deputados, vários espaços no Legislativo da capital argentina e diversos postos no governo, afirmou à Agência Efe a autora do livro, a jornalista Laura Di Marco.
Mariano Recalde, o presidente da Aerolíneas Argentinas, maior companhia aérea do país, desapropriada da espanhola Marsans e controlada pelo Estado, é membro de "La Cámpora".
Além dele, integrantes da Administração Nacional de Seguridade Social (Anses) também compõem o grupo. Segundo Laura, recursos dessa última instituição "foram muito utilizados na campanha" das eleições de 2011, quando Cristina foi reeleita com 54% dos votos.
"Trata-se de uma militância rentável que no ano passado incorporou entre sete e oito mil empregados no Estado. É um agrupamento que cresce a partir do governo", explicou.
Laura destaca ainda que a organização não fala com os meios de comunicação, uma contradição, já que defende a democracia.
O livro também comenta que o grupo exibe "grande tolerância a atos de corrupção" e não aceita "dissidências" com o Executivo.
O falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), marido de Cristina, foi o impulsionador do espaço, mantido pelos líderes de militantes de partidos tradicionais, filhos de desaparecidos durante a ditadura que se destacam em organizações humanitárias e jovens acadêmicos de esquerda, como é o caso de Kicillof.
"O vice-ministro, que em um primeiro momento pensou que Kirchner era a continuidade do modelo neoliberal, é o novo cérebro econômico do governo. A presidente o consulta muito", comentou Laura, ressaltando a escalada do economista no grupo após a morte do ex-presidente em outubro de 2010.
Porém, foi seu filho, Máximo, que assumiu a liderança do grupo após a morte de seu pai. "Máximo faz parte da saga familiar do peronismo. Tem muita influência no dia a dia da organização. E a presidente conversa sobre muitos temas com ele", disse Laura.
A pesquisa da jornalista sofreu retaliações e teve dificuldade em conseguir entrevistas com dirigentes do agrupamento. No entanto, a autora falou com vários membros que não quiseram se identificar, entre eles com o ex-subsecretario de Comércio Exterior Ivan Heyn, que foi encontrado morto em dezembro passado em um hotel de Montevidéu, durante uma viagem para participar de uma Cúpula do Mercosul.
Buenos Aires, 22 abr (EFE).- O grupo político "La Cámpora", liderado pelo filho da presidente argentina Cristina Kirchner, Maximo Kirchner, e formado por jovens que apóiam o governo, será tema de um novo livro que foi lançado no país neste sábado na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires.
"La Cámpora, historia secreta de los herederos de Néstor y Cristina Kirchner" ("La Cámpora, história secreta dos herdeiros de Néstor e Cristina Kirchner", em tradução livre) mostra diversas características da organização, como a popularidade do grupo no país e o controle de grandes recursos. Da mesma forma, é evidenciado seu protagonismo no governo argentino.
Integrado em sua maioria por jovens militantes, o espaço político conta entre seus membros com o vice-ministro de Economia, Axel Kicillof, encarregado do projeto governamental de desapropriação de 51% das ações da companhia petrolífera argentina YPF que pertencem à espanhola Repsol.
O grupo ocupa ainda dez cadeiras na Câmara dos Deputados, vários espaços no Legislativo da capital argentina e diversos postos no governo, afirmou à Agência Efe a autora do livro, a jornalista Laura Di Marco.
Mariano Recalde, o presidente da Aerolíneas Argentinas, maior companhia aérea do país, desapropriada da espanhola Marsans e controlada pelo Estado, é membro de "La Cámpora".
Além dele, integrantes da Administração Nacional de Seguridade Social (Anses) também compõem o grupo. Segundo Laura, recursos dessa última instituição "foram muito utilizados na campanha" das eleições de 2011, quando Cristina foi reeleita com 54% dos votos.
"Trata-se de uma militância rentável que no ano passado incorporou entre sete e oito mil empregados no Estado. É um agrupamento que cresce a partir do governo", explicou.
Laura destaca ainda que a organização não fala com os meios de comunicação, uma contradição, já que defende a democracia.
O livro também comenta que o grupo exibe "grande tolerância a atos de corrupção" e não aceita "dissidências" com o Executivo.
O falecido ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), marido de Cristina, foi o impulsionador do espaço, mantido pelos líderes de militantes de partidos tradicionais, filhos de desaparecidos durante a ditadura que se destacam em organizações humanitárias e jovens acadêmicos de esquerda, como é o caso de Kicillof.
"O vice-ministro, que em um primeiro momento pensou que Kirchner era a continuidade do modelo neoliberal, é o novo cérebro econômico do governo. A presidente o consulta muito", comentou Laura, ressaltando a escalada do economista no grupo após a morte do ex-presidente em outubro de 2010.
Porém, foi seu filho, Máximo, que assumiu a liderança do grupo após a morte de seu pai. "Máximo faz parte da saga familiar do peronismo. Tem muita influência no dia a dia da organização. E a presidente conversa sobre muitos temas com ele", disse Laura.
A pesquisa da jornalista sofreu retaliações e teve dificuldade em conseguir entrevistas com dirigentes do agrupamento. No entanto, a autora falou com vários membros que não quiseram se identificar, entre eles com o ex-subsecretario de Comércio Exterior Ivan Heyn, que foi encontrado morto em dezembro passado em um hotel de Montevidéu, durante uma viagem para participar de uma Cúpula do Mercosul.
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